A indústria de tintas mantém uma previsão conservadora para o setor no biênio 2011-12. Com isso, o setor não deverá interromper o ritmo ascendente de vendas retomado no ano passado, depois de uma queda em 2009. Mas os números ficam abaixo da média previsto para o mercado de materiais de construção. A estimativa de vendas para esse ano é de 1,377 milhões de litros, um aumento de 1,3% em relação a 2010. Esse índice de incremento pode quase triplicar em 2012 se as estimativas da Associação Brasileira de Fabricantes de Tintas (Abrafati) se concretizarem. Com isso, as vendas poderão atingir 1,434 milhões de litros (4,1% de incremento entre 2011 e 2012). Destaque-se aqui o verbo poder, pois o ritmo de crescimento depende de vários fatores, como pontua a própria Abrafati em apresentação feita em agosto desse ano.
Para a Associação, o radar de preocupações inclui a crise internacional, a disponibilidade de matéria-prima, a capacitação da mão-de-obra, questões ambientais e o ambiente político. Um ritmo menor de crescimento já acontece na economia, em função do cenário externo e as iniciavas governamentais de incentivo tornam-se necessárias, pois um dos mo
A indústria de tintas mantém uma previsão conservadora para o setor no biênio 2011-12. Com isso, o setor não deverá interromper o ritmo ascendente de vendas retomado no ano passado, depois de uma queda em 2009. Mas os números ficam abaixo da média previsto para o mercado de materiais de construção. A estimativa de vendas para esse ano é de 1,377 milhões de litros, um aumento de 1,3% em relação a 2010. Esse índice de incremento pode quase triplicar em 2012 se as estimativas da Associação Brasileira de Fabricantes de Tintas (Abrafati) se concretizarem. Com isso, as vendas poderão atingir 1,434 milhões de litros (4,1% de incremento entre 2011 e 2012). Destaque-se aqui o verbo poder, pois o ritmo de crescimento depende de vários fatores, como pontua a própria Abrafati em apresentação feita em agosto desse ano.
Para a Associação, o radar de preocupações inclui a crise internacional, a disponibilidade de matéria-prima, a capacitação da mão-de-obra, questões ambientais e o ambiente político. Um ritmo menor de crescimento já acontece na economia, em função do cenário externo e as iniciavas governamentais de incentivo tornam-se necessárias, pois um dos motores de crescimento da indústria de tintas é o consumo puxado pelas classes C-D-E, recuperando a demanda reprimida durante anos passados.
Um subssegmento que pode crescer acima da média do setor é o de pintura de veículos novos. A expectativa da Abrafati é que o volume de vendas chegue a 52 milhões de litros nesse ano e atinja 55 milhões de litros em 2012, o que significa aumento de 4% e de 5%, respectivamente. Como as vendas totais de veículos novos aumentaram há uma conseqüente movimentação na venda de veículos usados, beneficiando o subssegmento de tintas para repintura, cujos volumes de vendas são bem parecidos com o setor de pintura automotiva (vendas de 53 milhões de litros em 2011 e de 56 milhões de litros em 2012).
No caso da pintura imobiliária, principal mercado em volume de vendas, os números de 2011 devem chegar a 1,094 milhão de litros vendidos, o que não seria mais do 1% de crescimento em relação a 2010. Para a Abrafati, o cenário atual de incerteza desestimula reformas, além da falta de pintores qualificados, ou seja, um apagão de qualificação de profissionais também interfere nas vendas. Os fatores positivos como incremento da capacidade de crédito, aumentando o poder de fogo das classes C-D-E poderá reativar o mercado, além das iniciativas como Minha Casa Minha Vida 2. Para 2012, a estimativa da Associação é de um crescimento de 4%, atingindo 1,138 milhão de litros vendidos.
No mesmo fórum da Abrafati (sexta edição, realizada em agosto desse ano), uma outra apresentação chamou a atenção e pode, inclusive, mapear a venda do setor de tintas. Trata-se do levantamento destacado por Cláudio Elias Conz, da Associação Nacional dos Fabricantes de Materiais de Construção (Anamaco), que prevê um crescimento de 6% no varejo do setor em 2011. Isso mostra que a indústria de tintas não cresce no mesmo ritmo dos outros setores de materiais de construção civil, pelo menos no varejo, considerando os indicadores do setor de tintas imobiliárias.
Conz trouxe ainda dois outros dados que devem pautar o trabalho de muitos subssetores da indústria de materiais de construção. O primeiro deles é a constatação que os dez maiores mercados consumidores do Brasil perderam espaço. Nove capitais, mais a cidade de Campinas (SP), que respondiam por 30,6% do PIB nacional em 2002, passaram a representar 28,3%, em 2008. A população dessas dez cidades cresce a uma média de 0,98%, de acordo com a Pyxis Ibope, enquanto o País apresenta um índice de 1,2%.
O segundo dado é ainda mais interessante, pois mostra que o Brasil tem 48 novos pólos de desenvolvimento, representado por cidades com população acima de 100 mil habitantes. Hoje, elas representam 7% da população e 8,8% do PIB. Daqui a dez anos, segundo a apresentação da Anamaco, esse grupo deverá ter 10% da população do Brasil e 14% do PIB do País. Em resumo: cidades tão diversas como Itajaí (SC), cujo porto é o maior destaque em termos econômicos, e Caruaru (PE), puxada pela indústria têxtil, devem ser alvos prioritários não só para a indústria de tintas, mas para outros setores produtores de materiais de construção.
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