Transporte e acessibilidade são itens que se encontram no topo da lista dos desafios e dos investimentos, tanto para a Copa 2014 quanto para os Jogos Olímpicos. É preciso garantir que não haverá um colapso no trânsito das cidades, oferecendo transporte seguro e confortável para a população e para os visitantes. Os Jogos Olímpicos de Atlanta (EUA), em 1996, por exemplo, foram marcados por problemas no transporte, que deixaram milhares de torcedores esperando nos pontos de ônibus, e atletas chegando atrasados para as competições.
No Brasil, esse é um nicho na qual a iniciativa privada poderá ter grande participação, em parceria com o poder público. “Infelizmente, o Brasil não tem uma infraestrutura para transportes organizada e capaz de suportar um crescimento mais acelerado da economia. Por isso, se mostra cada vez mais necessário abrir o leque para a participação da iniciativa privada no setor, não somente por necessidade, mas também pela convicção de que esta é uma alternativa conveniente, com ganhos sociais e econômicos.” Quem afirma isso é Moacyr Servilha Duarte, presidente
Transporte e acessibilidade são itens que se encontram no topo da lista dos desafios e dos investimentos, tanto para a Copa 2014 quanto para os Jogos Olímpicos. É preciso garantir que não haverá um colapso no trânsito das cidades, oferecendo transporte seguro e confortável para a população e para os visitantes. Os Jogos Olímpicos de Atlanta (EUA), em 1996, por exemplo, foram marcados por problemas no transporte, que deixaram milhares de torcedores esperando nos pontos de ônibus, e atletas chegando atrasados para as competições.
No Brasil, esse é um nicho na qual a iniciativa privada poderá ter grande participação, em parceria com o poder público. “Infelizmente, o Brasil não tem uma infraestrutura para transportes organizada e capaz de suportar um crescimento mais acelerado da economia. Por isso, se mostra cada vez mais necessário abrir o leque para a participação da iniciativa privada no setor, não somente por necessidade, mas também pela convicção de que esta é uma alternativa conveniente, com ganhos sociais e econômicos.” Quem afirma isso é Moacyr Servilha Duarte, presidente da Associação Brasileira de Concessionárias de Rodovias (ABCR).
Para ele, a legislação em vigor já permite soluções criativas na definição de parcerias entre empresas privadas e o poder público. “É importante destacar que o cenário positivo para a iniciativa privada foi construído a partir de meados da década de 1990. Mudanças significativas na condução da economia e a estabilidade política registradas nestes período garantiram esses avanços. No âmbito político, o respeito aos contratos firmados pelo poder público com a iniciativa privada contribuiu para maior estabilidade do ambiente regulatório, viabilizando o investimento privado em infraestrutura, que vem ganhando cada vez mais força”, diz Servilha Duarte.
Com um sistema de metrô limitado (37 km) que não alcança a região da Barra da Tijuca, onde se concentrará a maior parte das arenas esportivas para as Olimpíadas, o Rio de Janeiro tem no transporte um possível gargalo. Para evitar isso, as autoridades prometem tirar do papel projetos para o uso de ônibus em corredores exclusivos como parte de um investimento total em transportes de US$ 5 bilhões.
Os sistemas de BRTs, ou Bus Rapid Transit, que utilizam ônibus de alta capacidade, capazes de atender a demandas muito próximas das indicadas para sistemas de metrôs, quando bem operados, são as alternativas. As vantagens sobre os metrôs estão, sobretudo, na rapidez da implantação e construção dos projetos, e nos seus custos, já que a construção de um quilômetro de BRT exige, em média, US$ 10 milhões em investimentos, contra US$ 100 milhões por quilômetro construído de um sistema de metrô.
Para o arquiteto e urbanista Jaime Lerner, ex-prefeito de Curitiba e responsável pela implantação do modelo de transporte da capital paranaense, copiado em todo o mundo, os sistemas de ônibus de alta capacidade são a solução para a mobilidade em pelo menos 40 cidades brasileiras com mais de 500 mil habitantes. Lerner crê que os ônibus são mais flexíveis para atender demandas a específicas, como é o caso da Copa do Mundo de 2014.
Veja na tabela as prioridades para os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, na área de transporte e acessibilidade, e os principais problemas das 12 cidades-sedes dos jogos da Copa, na área de transporte e mobilidade.
São Paulo
O sistema de transporte público conta com uma grande estrutura de linhas de ônibus com mais de 14 mil veículos, além de metrô e trens, conectados pelo sistema de interligação EMTU.
A rede de trens e metrô ainda está longe de atender adequadamente a população. Por isso, o governo implantou um ambicioso programa de expansão da rede existente, e de modernização do sistema de trens urbanos, com o objetivo de constituir-se uma única malha de transportes integrados que terá o padrão de qualidade de metrô. Sistemas de BRTs e Veículos Leves sobre Trilhos (VLTs), ciclovias e ônibus comuns complementariam a rede.
Rio de Janeiro
Para sediar a Copa 2014, o Rio de Janeiro terá como maior desafio a melhoria da infraestrutura para acessibilidade às áreas de expansão urbana, como a Barra de Tijuca; contar com transporte de alta capacidade e investir na qualidade do transporte.
As exigências da Fifa em relação aos sistemas de transportes coincidem com algumas ações iniciadas pelo governo do Rio, como as obras do Arco Metropolitano, com 145 km, que integra os eixos rodoviários; a Via Light, que interligará o subúrbio do Rio com a região metropolitana de Nova Iguaçu; os corredores expressos de ônibus; e a expansão e modernização do metrô.
Belo Horizonte
Entre os desafios que Belo Horizonte deve enfrentar está o transporte. O traçado do metrô e a macroestrutura viária e de transportes da capital mineira, dispostos predominante nos eixos norte e oeste, reforçam a concentração e as deficiências na articulação espacial da região metropolitana, abrindo diversas frentes para investimentos em transporte coletivo.
A acessibilidade ao estádio deverá ser garantida por um sistema de transporte de massa, próximo e ligado aos principais polos geradores de viagens da cidade. Nos municípios maiores da RMBH, o sistema deverá ser de alta capacidade, como o metroviário ou de trens metropolitanos.
O Plano de Mobilidade Urbana para a Copa 2014, apresentado pelo Ministério do Turismo, prevê para Belo Horizonte apenas R$ 211,7 milhões para 5,5 km de corredores de ônibus.
Curitiba
Curitiba planeja muitas melhorias para seu sistema viário, que já é considerado modelo. A cidade programa investimentos na ordem de R$ 400 milhões para o Núcleo Urbano Central. Está prevista, ainda, a construção de 53,6 km de vias para um corredor metropolitano de ônibus.
A prefeitura municipal planeja ainda a implantação de um metrô elevado, que em sua primeira fase ocuparia 13 km da BR-116 e atenderia a 183 mil pessoas/dia.
Veículos biarticulados expressos conectam terminais integrados em diferentes regiões do município por trajetos desprovidos de paradas intermediárias e vias exclusivas que facilitam a circulação. A cidade também é dotada de ciclovias que interligam seus parques e logradouros.
Brasília
Nesse momento, o poder público estuda a implantação de um sistema de BRT ou VLT, que completará o atendimento à população feito pelo metrô, que conta com 42,38 km de linhas em funcionamento, 23 estações, uma frota de 20 trens, e transporta uma média de 150 mil passageiros/dia.
O governo do Distrito Federal planeja incentivar o transporte por bicicleta, e criou o maior programa cicloviário do país (Pedala-DF), que terá 600 km até 2010.
Cuiabá
A capital mato-grossense tem um dos melhores sistemas de transporte público de ônibus do país. Hoje, todo ponto de ônibus é um terminal de integração. O transporte público é feito por ônibus coletivo e táxis, além de micro-ônibus e moto-táxi, já regulamentados pela Câmara Municipal. Todos os ônibus são monitorados por satélite por meio de GPS, além de 89% dos veículos possuírem ar-condicionado e cerca de 67%, rampa elevatória para cadeirantes e deficientes físicos.
O maior projeto a ser desenvolvido na cidade para o transporte público é a construção do VLT de Cuiabá e Várzea Grande, inteiramente elevado. Há também a intenção de se criar linhas executivas intermunicipais para os 10 municípios da futura Região Metropolitana de Cuiabá.
Fortaleza
Fortaleza tem sistema interligado de transporte coletivo, com sete terminais integrados de ônibus urbano, dois terminais não integrados e duas estações rodoviárias. Para receber a Copa, o governo do Ceará pretende ampliar a rede viária estruturante da região metropolitana da capital, beneficiando 13 municípios.
A estimativa de investimentos para 2009 é de R$ 128 milhões em obras e R$ 45 milhões em desapropriações.
Manaus
A Copa é vista como oportunidade para viabilizar os estudos e projetos para a rápida implantação de sistemas de transportes coletivos de média capacidade, como BRT ou VLT. A cidade tem 1.252 ônibus e está elaborando um programa de reestruturação operacional, para melhorar o atendimento à população.
Natal
No quesito mobilidade urbana, Natal sofre algumas limitações, com um sistema de trem urbano de qualidade insatisfatória, com 38 km de extensão, 11 estações e capacidade para transportar 4 mil passageiros/ dia.
O sistema de transporte coletivo por ônibus tornou-se obsoleto e não atende às necessidades atuais. Encontra-se em estudo uma licitação para a reestruturação completa do sistema.
Porto Alegre
A região metropolitana de Porto Alegre abrange mais de 30 municípios, que se ligam à capital pelas rodovias BR-116 e BR-290 (conhecida como a Freeway), e pela av. Castelo Branco. As opções de transporte público são as 330 linhas urbanas e as 1.882 linhas intermunicipais, além do sistema de trens metropolitanos, cuja ampliação deve custar em torno de R$ 3,7 milhões.
O planejamento da mobilidade urbana da região tem estratégias de implantação da Rede Estrutural Multimodal, com horizontes temporais para os anos de 2013, 2023 e 2033. A cidade planeja ainda um metrô com extensão de 37,4 km e capacidade para 80 mil passageiros por hora. Entretanto, apenas a primeira fase do projeto (com 13,2 km de extensão) deverá ser executada para a Copa.
Salvador
A principal carência na infraestrutura urbana está na mobilidade. O sistema viário estrutural promoveu a ocupação de áreas adjacentes, o que acaba levando os veículos para as vias principais, gerando enormes congestionamentos nos horários de pico. Somado a isso está a situação precária do sistema coletivo.
Para atender ao fluxo de pessoas em direção ao estádio, o Governo da Bahia prevê um plano de investimentos da ordem de R$ 1,3 bilhão. A linha 1 do metrô, já existente, será ampliada e deverá atingir a capacidade de 250 mil passageiros/dia, com intervalos de três minutos entre os trens. A linha 2 do metrô vai interligar o aeroporto, o polo hoteleiro e o centro da cidade, e, quando finalizada, deve aliviar o tráfego das rodovias BA-093 e BR-324.
Também está prevista a reestruturação da rede atual de percursos do Sistema de Transporte Público de Salvador e a realocação de estacionamento públicos e privados.
Recife
A capital pernambucana tem uma frota de aproximadamente 4.600 ônibus, que serve diariamente a 1,7 milhão de pessoas, além do metrô do Recife (Metrorec), que transporta 180 mil passageiros por dia.
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