Os anos de 2014 e 2016 tornaram-se novos marcos na história recente e para o futuro do Brasil. Nessas datas o País sediará dois dos mais importantes torneios desportivos do planeta – a Copa do Mundo de Futebol e os Jogos Olímpicos e Paraolímpicos, respectivamente – o que representa uma oportunidade de mostrar à comunidade internacional sua capacidade de organização e planejamento, maturidade da Engenharia, força econômica para captar investimentos e garra para superar dificuldades e vencer desafios.
Mas basta um olhar mais atento pra perceber que essas datas representam muito mais: são uma oportunidade única para que finalmente seja elaborado um projeto de Nação para o Brasil, deixando de lado o estigma de país de terceiro mundo, consolidando sua posição ao lado das nações que mais crescem na economia mundial. Todos os planos de obras que estão sendo elaborados, todas as expectativas, todos os projetos de investimentos, têm como horizonte essas duas datas.
Para José Roberto Bernasconi, presidente do Sindicato da Arquitetura e da Engenharia (Sinaenco), entidade, que cong
Os anos de 2014 e 2016 tornaram-se novos marcos na história recente e para o futuro do Brasil. Nessas datas o País sediará dois dos mais importantes torneios desportivos do planeta – a Copa do Mundo de Futebol e os Jogos Olímpicos e Paraolímpicos, respectivamente – o que representa uma oportunidade de mostrar à comunidade internacional sua capacidade de organização e planejamento, maturidade da Engenharia, força econômica para captar investimentos e garra para superar dificuldades e vencer desafios.
Mas basta um olhar mais atento pra perceber que essas datas representam muito mais: são uma oportunidade única para que finalmente seja elaborado um projeto de Nação para o Brasil, deixando de lado o estigma de país de terceiro mundo, consolidando sua posição ao lado das nações que mais crescem na economia mundial. Todos os planos de obras que estão sendo elaborados, todas as expectativas, todos os projetos de investimentos, têm como horizonte essas duas datas.
Para José Roberto Bernasconi, presidente do Sindicato da Arquitetura e da Engenharia (Sinaenco), entidade, que congrega mais de 10 mil empresas, os riscos são grandes, mas as oportunidades são maiores ainda (leia artigo nesta edição). Ele lembra que podemos nos espelhar no modelo bem-sucedido de Barcelona, na Espanha, que ao sediar as Olimpíadas de 1992, usou a oportunidade para dar uma virada em sua história, recuperando sua infraestrutura urbana, revitalizando áreas degradadas, construindo instalações permanentes que se integraram ao cenário da cidade. A elevação da qualidade de vida pra a sociedade foi notável, levando Barcelona a figurar entre as mais bonitas e prósperas cidades do mundo e um dos principais destinos turísticos.
Mas há também o exemplo de Atenas, na Grécia, que sediou os Jogos de 2004, sob denúncias de desvio de dinheiro e superfaturamentos. As estimativas iniciais do governo grego apontavam para um custo de 4,6 bilhões de euros para organizar os Jogos, mas, ao final do programa de obras, os números oficiais deram conta de que o custo total foi de 7 bilhões de euros – o equivalente a 4% do Produto Interno Bruto (PIB) do país. Para piorar o quadro, a aplicação dos recursos se revelou equivocada e não se reverteu em benefícios permanentes para a população, depois do evento.
Oportunidades de negócio
Para os setores da Engenharia e a indústria da Construção no Brasil, que já demonstraram sua força como principais indutores da recuperação da economia brasileira pós-crise financeira mundial, o momento é especialmente oportuno e encerra grandes possibilidades de crescimento. Somente para os Jogos Olímpicos, a estimativa dos investimentos necessários é de cerca de R$ 30 bilhões de acordo com o Ministério do Turismo. Para a realização da Copa de 2014, ainda não há um orçamento definido, mas a estimativa é de aproximadamente R$ 100 bilhões segundo o Sinaenco.
São cifras sem precedentes na história do esporte nacional, que incluem investimentos públicos e privados em infraestrutura de transporte, saneamento, recuperação do meio ambiente, segurança, ampliação da rede hoteleira, além da reforma e construção de estádios e arenas desportivas, por exemplo. Só para a reforma de 14 estádios e a construção de outros quatro, o orçamento chega a R$ 2 bilhões, segundo estudo entregue pela Confederação Brasileira de Futebol (CBF) à Fifa.
A expectativa é de que os impactos desses eventos sobre a economia brasileira sejam duradouros, do ponto de vista de geração de trabalho e renda. Estudo elaborado pela Fundação Instituto de Administração (FIA), da Universidade de São Paulo (USP), projeta um impacto econômico dos investimentos nos Jogos Olímpicos acima de R$ 100 bilhões, com repercussões até 2027. Estima-se que, só com os Jogos, serão cerca de 100 mil empregos diretos, não apenas no Rio, uma vez que os fornecedores da cadeia da Construção, a serem contratados, estão espalhados por vários outros estados. Na verdade, mais da metade da massa salarial e dos empregos serão gerados fora do Rio.
O retorno dos investimentos será coberto, basicamente, pelo aumento da atividade econômica antes, durante e, principalmente, depois dos Jogos, com o consequente aumento no volume de impostos arrecadados.
Visibilidade absoluta
Entre 1 milhão e 3 milhões de visitantes, somando atletas, comissões técnicas, torcedores e jornalistas dos mais diversos recantos do planeta. Essa é a estimativa de público para a Copa de 2014, no Brasil, segunda a Fifa. Mas a exposição que o evento alcançará será infinitamente maior, se forem consideradas as transmissão dos jogos pelos meios de comunicação. Só para se ter uma ideia, durante a Copa de 2006, a Alemanha recebeu cerca de 3 milhões de visitantes, nos 30 dias do evento. Mas a avaliação da Fifa é de que cada jogo foi assistido pela TV por cerca de 260 milhões de pessoas, em 240 países. No acumulado, aproximadamente 30 bilhões de telespectadores acompanharam os jogos.
Os números de audiência dos Jogos Olímpicos de Beijing, em 2008, também não ficaram atrás. Segundo o Comitê Olímpico Internacional (COI), esse foi o evento com maior audiência acumulativa de todos os tempos. Duas em cada três pessoas no planeta assistiram a pelo menos algum tipo de cobertura do torneio. A cerimônia de abertura foi o evento com maior audiência televisiva até hoje.
Durante os jogos, circularam em Pequim cerca de 300 mil pessoas credenciadas, incluindo atletas, técnicos, membros do COI e das federações, mais de 70 mil voluntários e 50 mil profissionais de segurança. Foi a maior cobertura de mídia até hoje, com cerca de 30 mil jornalistas e profissionais da imprensa produzindo mais de 5.000 horas de transmissão em alta definição para cerca de 200 países em 16 dias de competição. Aproximadamente 400 mil espectadores por dia assistiram às diversas competições em Pequim. Nos 37 locais de competição e 87 locais de treinamento foram realizados um total de 302 eventos.
Os números dão a dimensão da responsabilidade do Brasil em sediar a competição. O mundo estará de olho não só nos lances dos jogos, mas em cada ponto da organização, seja no tocante às instalações dos estádios, seja na infraestrutura de transporte, na segurança e no conforto oferecido aos visitantes pela rede hoteleira.
“É fundamental discutir as necessidades de investimentos e o cronograma das obras para o mundial. É essencial destacar também a importância do planejamento e da contratação de projetos executivos para a realização de obras de qualidade, que são imprescindíveis ao evento e que devem constituir um legado para a sociedade, alerta José Roberto Bernasconi. “Não podemos perder esta chance. Os eventos podem ser uma excelente vitrine ou uma frágil vidraça. Devemos decidir que Brasil queremos em 2017”, ressalta.
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