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Revista GC - Ed.80 - Junho 2017
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Energia

Energia que vem do lixo

Termoverde Caieiras começa a operar com potência instalada de 29,5 MW, e capacidade de 250 mil MWh ao ano, com investimento de R$100 milhões do Grupo Solví

Em meio a um longo debate sobre a política de resíduos sólidos, começou a operar a Termoverde Caieiras, uma das maiores termoelétricas movidas a biogás de aterro sanitário do País, com potência instalada inicial de 29,5 MW. Controlada pela Solvi Valorização Energética, a usina tem capacidade de geração de 250 mil MWh ao ano, capaz de atender uma cidade de cerca de 300 mil habitantes, ou 130 mil residências, com energia elétrica produzida a partir do gás metano.

A Termoverde Caieiras foi construída em uma área de 15.000m² e começou a operar em julho de 2016, com autorização da Aneel. A unidade está localizada na Central de Tratamento e Valorização Ambiental (CTVA) da Essencis, no município de Caieiras, a 33 km da capital paulista na Rodovia Bandeirantes. O investimento chegou a R$ 100 milhões, do Grupo Solví, empresa com ampla atuação nos segmentos de gestão de resíduos, saneamento e energia renovável.

O gás metano, também encontrado como combustível fóssil, é chamado biogás quando obtido a partir da decomposição de alguns tipos de matéria orgânica como


Em meio a um longo debate sobre a política de resíduos sólidos, começou a operar a Termoverde Caieiras, uma das maiores termoelétricas movidas a biogás de aterro sanitário do País, com potência instalada inicial de 29,5 MW. Controlada pela Solvi Valorização Energética, a usina tem capacidade de geração de 250 mil MWh ao ano, capaz de atender uma cidade de cerca de 300 mil habitantes, ou 130 mil residências, com energia elétrica produzida a partir do gás metano.

A Termoverde Caieiras foi construída em uma área de 15.000m² e começou a operar em julho de 2016, com autorização da Aneel. A unidade está localizada na Central de Tratamento e Valorização Ambiental (CTVA) da Essencis, no município de Caieiras, a 33 km da capital paulista na Rodovia Bandeirantes. O investimento chegou a R$ 100 milhões, do Grupo Solví, empresa com ampla atuação nos segmentos de gestão de resíduos, saneamento e energia renovável.

O gás metano, também encontrado como combustível fóssil, é chamado biogás quando obtido a partir da decomposição de alguns tipos de matéria orgânica como resíduos agrícolas, madeira, bagaço de cana-de-açúcar, esterco, cascas de frutas e restos animais e vegetais. Considerando possíveis perdas, a média para a geração de energia deve chegar a 26 MW por hora, o que é o mesmo consumido por uma cidade como o Guarujá, Taubaté ou Limeira. Segundo a Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Públicas e Resíduos Especiais (Abrelpe), o Brasil tem potencial de gerar 1,3 GW de energia elétrica a partir dos resíduos sólidos urbanos. Esse total é equivalente a um fornecimento adicional de 932 mil MWh/mês, o suficiente para abastecer 6 milhões de residências ou mais de 20 milhões de habitantes.

O Brasil produz cerca de 195 mil toneladas de resíduos sólidos urbanos por dia. Deste total, uma média de 27 mil toneladas são recolhidas diariamente das residências do Estado de São Paulo, que possui atualmente potência instalada de 70 MW a partir do biogás de aterros sanitários. A Termoverde é a sétima usina que produz biogás a partir de resíduos sólidos urbanos no Estado de São Paulo. As outras seis são a São João, em São Paulo, com 24,64 MW de potência instalada; a Estre com 5,7 MW, em Guatapará; a Bandeirantes, em São Paulo, com 4,6 MW; a Tecipar, em Santana de Parnaíba, com 4,3 MW; a Ambient, em Ribeirão Preto, com 1,5 MW e; a Energ-Biog de 30 kW, em Barueri.

A CTVA atua em outros municípios da grande São Paulo, além dos resíduos das principais indústrias da região de Caieiras. Mas a planta de Caieiras é uma das maiores do Brasil com ampla capacidade operacional e tecnologia de ponta na reciclagem, garantindo a segurança ambiental.

Os aterros sanitários geram muito metano, que é um dos gases do efeito estufa. Antes da utilização para a geração de energia, esse metano era queimado em flare, que é um sistema de queima controlada capaz de transformá-lo em gás carbônico (CO2), com potencial de aquecimento global cerca de 20 vezes menor que o metano. Agora, com a termelétrica, além de evitar que o metano seja liberado na atmosfera, ele será transformado em energia elétrica. O projeto contou com o incentivo dos governos federal, por meio do Regime Especial de Incentivos para o Desenvolvimento da Infraestrutura (REIDI), e estadual, pela isenção do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), tendo como compensação várias contrapartidas no campo ambiental.

O Centro Nacional de Referência em Biomassa (Cenbio) do IEE-USP já havia desenvolvido o mesmo projeto, porém em menor escala, entre 2006 e 2009, com financiamento do Ministério de Minas e Energia, com o objetivo de implementar um sistema de geração de energia elétrica e de iluminação a partir de biogás procedente do tratamento de resíduos sólidos urbanos em aterro sanitário.

De acordo com Carlos Bezerra, da Termoverde Caieiras, o Grupo Solví já tinha  instalado outras duas térmicas a biogás de aterro. A nova térmica, no aterro sanitário de Caieiras, foi uma decisão natural devido ao porte e capacidade do aterro. Para se ter uma ideia, os volumes de terraplenagem envolvidos chegaram a 200 mil m3.

No âmbito da tecnologia de geração, foram empregados motores geradores que utilizam biogás de aterro para a geração de energia elétrica, sistemas de captação ativa de biogás de aterro sanitário, e sistemas de resfriamento e limpeza de biogás com chillers e demisters. O grupo de equipamentos é formado por uma unidade de tratamento de biogás; chillers, trocadores de calor, demisters, sopradores, motores geradores (na unidade de geração de energia que utiliza aterro) e uma unidade de transmissão da energia, com uma subestação composta de secciondoras, disjuntor, transformadores de potencia e de corrente e etc, painéis de controle etc.

De acordo com Bezerra, “não há qualquer impacto negativo para a vizinhança”, pois o sistema retira de forma controlada o biogás que seria naturalmente emitido para a atmosfera e o transforma em energia renovável. Além disso, a usina insere um novo padrão tecnológico para essa área, empregando até mesmo um sofisticado sistema de comunicação e proteção (OPGW) instalado na linha de transmissão.

Dentre as empresas envolvidas nas obras estão a Sobrosa (construção civil);  WEG (construção da subestação); MP Engenharia (Terraplenagem); Macaferri (projeto do muro/Terrameshi); GEJ (motores geradores).  A divisão de Distributed Power da GE Power foi responsável pelo fornecimento de 21 motogeradores Jenbacher com 1.4 MW da usina.  “O Brasil possui grande potencial de energia gerada através do biogás proveniente dos resíduos de aterros sanitários e sua utilização pode contribuir significativamente com dois pontos: a destinação sustentável do volume crescente de biogás, o que reduz a emissão de gases de efeito estufa, e a diversificação da matriz energética brasileira, atendendo à demanda por energia limpa”, afirma Rickard Schafer, líder de vendas da divisão de Distributed Power da GE Power para o Brasil. Atualmente, a GE possui motogeradores Jenbacher em outros dois projetos do grupo Solví: Termoverde Salvador, com 19 motores, e Minas do Leão, no Rio Grande do Sul, com mais seis equipamentos.

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