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Revista GC - Ed.30 - Setembro 2012
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Construção Naval

Desafio para gigantes

Numa operação inédita, o Estaleiro Rio Grande faz com sucesso o maior acoplamento de módulos de plataforma de petróleo do mundo

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

A indústria da construção naval brasileira acaba de superar um desafio histórico. Foi concluída com sucesso a operação de mating (processo de acoplamento entre módulos e casco) da plataforma semissubmersível P-55, um dos maiores do gênero já realizado no mundo, no Estaleiro Rio Grande (ERG), no Rio grande do Sul. Na operação, o convés (deck box) da plataforma, uma estrutura de 17 mil toneladas, foi içado a uma altura de 45 metros e acoplado ao casco, parte inferior da plataforma.

Para a conclusão do processo de acoplamento dos módulos, o dique-seco do estaleiro foi inundado completamente pela primeira vez, para que o casco da plataforma fosse deslocado do canal de acesso até o porto para dentro da estrutura, na última preparação antes da integração das partes. Por cerca de 36 horas, a estrutura que tem 350 metros de comprimento, 130 metros de largura e profundidade de 13,8 metros abaixo do nível do mar foi completamente cheia de água.

Após o processo


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

A indústria da construção naval brasileira acaba de superar um desafio histórico. Foi concluída com sucesso a operação de mating (processo de acoplamento entre módulos e casco) da plataforma semissubmersível P-55, um dos maiores do gênero já realizado no mundo, no Estaleiro Rio Grande (ERG), no Rio grande do Sul. Na operação, o convés (deck box) da plataforma, uma estrutura de 17 mil toneladas, foi içado a uma altura de 45 metros e acoplado ao casco, parte inferior da plataforma.

Para a conclusão do processo de acoplamento dos módulos, o dique-seco do estaleiro foi inundado completamente pela primeira vez, para que o casco da plataforma fosse deslocado do canal de acesso até o porto para dentro da estrutura, na última preparação antes da integração das partes. Por cerca de 36 horas, a estrutura que tem 350 metros de comprimento, 130 metros de largura e profundidade de 13,8 metros abaixo do nível do mar foi completamente cheia de água.

Após o processo de preenchimento, a porta batel do dique foi aberta, permitindo a entrada do casco, guiado por rebocadores.

Para evitar contato com a água, o deck box foi erguido a mais de 10 metros de altura, para a retirada dos apoios de construção e montagem das estruturas de proteção. Em seguida, a estrutura foi içada em mais 32 metros, chegando a cerca de 45 metros no total. O passo seguinte foi o encaixe dos módulos no casco, com o dique já esvaziado.

Nos próximos meses serão realizadas a instalação dos módulos e a integração dos sistemas da plataforma. Com a conclusão dessa etapa, a P-55 será transportada para o campo de Roncador, na Bacia de Campos, litoral do Rio de Janeiro, para início de operação em setembro de 2013. Em pleno funcionamento, a P-55 terá capacidade de produzir até 180 mil barris de petróleo e seis milhões de metros cúbicos de gás natural por dia.

Depois de pronta, a P-55, com mais de 8,8 mil m2, será a maior plataforma semissubmersível do Brasil. Uma vez instalada no Campo de Roncador, na Bacia de Campos-RJ, ela terá capacidade para produzir 180 mil barris de petróleo por dia. A previsão da Petrobras é de que a plataforma comece a operar no primeiro semestre do ano que vem.

O ERG foi inaugurado em outubro de 2010 e consiste em uma infraestrutura de 430 mil m2 para construção e reparos de unidades marítimas destinadas à indústria do petróleo, tais como plataformas flutuantes de perfuração, produção e apoio. Somente no ERG estão sendo gerados cerca de 4 mil empregos diretos.

Além da P-55, estão sendo montadas nas instalações mais oito cascos para plataformas do tipo FPSO (navio-plataforma) replicantes. Essas plataformas estão sendo construídas para o desenvolvimento dos projetos do pré-sal nos blocos BM-S-9 e BM-S-11, localizados na Bacia de Santos.

Os FPSOs replicantes são uma nova geração de plataformas, concebidas segundo parâmetros de simplificação de projetos e padronização de equipamentos. A produção, em série, de oito cascos idênticos permitirá maior rapidez no processo de construção, ganho de escala e consequente otimização de custos. Cada FPSO terá capacidade para processar até 150 mil barris por dia de óleo e seis milhões de m³ de gás por dia.

Na área contígua ao ERG está sendo instalado um segundo estaleiro, o Estaleiro Rio Grande 2 (ERG-2), da empresa Ecovix. Nesse estaleiro serão construídas algumas partes dos cascos dos FPSOs replicantes, complementando a capacidade produtiva atualmente instalada no ERG. No ERG-2 serão também construídas três sondas de perfuração, que fazem parte do programa de 28 sondas a serem construídas em vários estaleiros no Brasil.

A Petrobras tem o direito de uso exclusivo do ERG por 10 anos, através de contrato de locação.

Estaleiro Honório Bicalho da Quip

Já no Estaleiro da Quip (Estaleiro Honório Bicalho), no sul do Porto de Rio Grande, está em obras a plataforma P-58, também do tipo FPSO. O navio que está sendo convertido chegou ao Brasil em outubro de 2011, vindo de Cingapura, onde foi realizada a adequação do casco. As obras da P-58 geram cerca de 2 mil empregos diretos.

Após a conclusão, a P-58 será instalada no Campo de Baleia Azul, no estado do Espírito Santo, a cerca de 78 quilômetros da costa, em águas com profundidade de 1.400 metros. Terá capacidade de produção de 180 mil barris de óleo por dia e de compressão de seis milhões de metros m3 de gás por dia.

Serão realizadas ainda no Estaleiro da Quip a construção, montagem e interligação dos módulos ao casco da plataforma P-63, que está sendo convertida no Estaleiro Cosco, na China. A unidade será utilizada no campo de Papa-Terra, com capacidade de produção 140 mil barris de óleo por dia e compressão de um milhão de metros cúbicos de gás por dia.

 

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