Seis meses depois de determinar que a Votorantim saia do capital da Cimpor e de impor condições para a Camargo Corrêa ficar com a cimenteira portuguesa, o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) concluiu que as companhias estão cumprindo a decisão.

“Houve acerto no Termo de Compromisso de Desempenho (TCD) e boa vontade da Intercement do grupo Camargo Corrêa em cumprir as condições que foram impostas”, disse o presidente do Cade, Vinícius Carvalho, ao ler, ontem, um despacho indicando que a decisão está sendo cumprida.

No documento, que o Valor teve acesso, o Cade diz que a Intercement cumpriu as obrigações, em 21 de dezembro de 2012. Na ocasião, a empresa fez uma permuta de ativos envolvendo a Cimpor. A Intercement transferiu para a Votorantim as ações que tinha na espanhola Cimentos EAA Inversiones. Em troca, recebeu a participação que a Votorantim tinha na cimenteira portuguesa (21,21%).

O relator do processo, conselheiro Alessandro Octaviani, considerou positiva a solução encontrada pelo Cade, em julho de 2012, quando determinou que a Votorantim deveria se retirar do capital da Cimpor e a Camargo teria de vender um grupo de ativos e seguir algumas condições, entre elas a de fazer investimentos em inovação e pesquisa para o desenvolvimento de tecnologia. Essa solução foi pensada a partir de uma premissa muito simples: “concorrente tem que concorrer e não ficar junto”.