O setor produtivo de Minas Gerais comemora a possibilidade de Minas Gerais abrigar uma usina nuclear. O vice-presidente da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais, Fiemg, Olavo Machado, disse que a construção de uma usina significa a redenção do Estado. "Nós não temos que ter medo da nova era, isto é um avanço", argumentou.

Animado, Olavo Machado explicou que a usina nuclear cria oportunidades incríveis com novos mercados em toda a cadeia produtiva industrial. "Temos que trabalhar toda a gama da indústria agregando tecnologia. Da mesma maneira que está acontecendo com o pré-sal, também na energia nuclear o investimento é alto",disse.

Ele também destaca a geração de empregos, Olavo Machado comparou a atual construção de Angra 3. "Só para fazer o canteiro de obras é o equivalente a uma cidade de mais de 10 mil pessoas", destacou o dirigente, que não descarta a abertura de novos cursos na Fiemg para atender a nova demanda.

Ponto sempre polêmico, o licenciamento ambiental para uma usina nuclear ainda não provocou discussões na Secretaria de Estado de Meio Ambiente. A assessoria de imprensa do órgão informou que está previsto no artigo 225, parágrafo sete da Constituição, que a instalação de reatores nucleares em território nacional depende de lei federal. "Está acima do licenciamento ambiental estadual, é tudo em âmbito federal", explicou a assessoria.

Se uma usina nuclear vier para Minas Gerais, onde estão 5 dos 6 rios mais importantes do Brasil, o especialista Paulo Gazzinelli avalia que o Estado vai precisar de muita gente especializada e de muito treinamento de mão de obra. "Numa central nuclear é tudo muito sofisticado. Na área de concreto, tem paredes espessas. Gera emprego para físicos, engenheiros eletrônicos, de segurança, pessoal na área de instrumentação e controle", descreveu.

Ele afirmou que também é necessário enviar pessoal para treinamento na Alemanha, Estados Unidos, França, Inglaterra e até para China, país número um em quantidade de usinas nucleares. Paulo Gazzinelli destacou ainda o Centro Nuclear da UFMG que produz fontes de cobalto, na área médica para irradiação de câncer e energia nuclear. "Tinha um grupo que pretendia usar o componente dorio no lugar do urânio", disse.

Saiba mais
Geração de empregos numa usina nuclear: Até 10.000 empregos diretos e 15 mil indiretos durante a construção. Cerca de 1000 empregos diretos na fase de operação.