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Taxa de juro do BNDES pode travar investimentos, diz pesquisador

Para especialista, as mudanças nos juros do banco pode comprometer a capacidade de financiar investimentos de longo prazo quando a economia se recuperar

Folha de S.Paulo

20/07/2017 08h40 | Atualizada em 20/07/2017 13h32


O debate sobre o BNDES é superficial, e a mudança nos juros do banco pode comprometer a capacidade de financiar investimentos de longo prazo quando a economia se recuperar, afirma José Roberto Afonso, pesquisador do Ibre/FGV e funcionário aposentado do banco. Com a nova TLP, os novos tomadores pagarão mais pelos excessos dos que usaram a taxa muito baixa.

Isso já ocorreu no PSI (programa de sustentação do investimento), que chegou a ter juros reais negativos. Caminhões e ônibus chegaram a responder por quase a metade dos desembolsos, em detrimento de máquinas, equipamentos e itens de inovação tecnológica.

"Se a TLP é mais alta que a TJLP, na prática i

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O debate sobre o BNDES é superficial, e a mudança nos juros do banco pode comprometer a capacidade de financiar investimentos de longo prazo quando a economia se recuperar, afirma José Roberto Afonso, pesquisador do Ibre/FGV e funcionário aposentado do banco. Com a nova TLP, os novos tomadores pagarão mais pelos excessos dos que usaram a taxa muito baixa.

Isso já ocorreu no PSI (programa de sustentação do investimento), que chegou a ter juros reais negativos. Caminhões e ônibus chegaram a responder por quase a metade dos desembolsos, em detrimento de máquinas, equipamentos e itens de inovação tecnológica.

"Se a TLP é mais alta que a TJLP, na prática isso é jogar a conta dos erros do passado no futuro investidor, que vai investir em infraestrutura."

Outra fonte de críticas é a provável devolução antecipada de recursos para o Tesouro. O governo injetou mais de R$ 400 bilhões no banco até 2014 e já retomou R$ 130 bilhões. Com recursos excedentes em caixa, que segundo estimativas podem chegar a R$ 200 bilhões ao fim deste ano, há perspectiva de o Tesouro pedir mais dinheiro de volta.

Para Afonso, isso pode descapitalizar o banco, especialmente se for exigido que ele pague por algo que ainda não recebeu de volta -os empréstimos voltam aos poucos.

Outro ponto importante, diz ele, é que o BNDES concentra todas as críticas, mas ele não opera sozinho. No auge do PSI, ressalta, os agentes financeiros que atuam com recursos do banco emprestaram mais que o BNDES diretamente. Depois disso, o BNDES pisou no freio, mas os intermediários são menos lentos.

Para Afonso, a função tradicional do banco, o desenvolvimento, ficou em segundo plano porque as operações diretas ficaram para trás.

Ele é a favor da TLP, desde que com ajustes; funcionaria só para empréstimos que usam recursos do Tesouro. Já os que vêm do FAT seguiriam sob a TJLP. A separação serviria para limpar o banco da interferência do Tesouro e focá-lo em suas fontes tradicionais de recursos.

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