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Seguros e correção cambial podem elevar atratividade das concessões

Essas são as medidas sugeridas pelo sócio da 4E Consultoria, Juan Jensen, para reduzir riscos da variação do dólar em relação ao real nos projetos de infraestrutura lançados pelo governo federal

DCI

03/11/2016 00h00


Criação de seguros e mecanismos de correção cambial podem ser saídas para diminuir os riscos da variação do dólar nos contratos de concessão de infraestrutura.

É o que sugere o economista e sócio da 4E Consultoria, Juan Jensen, para tornar mais atrativos os 34 projetos do Programa de Parcerias e Investimentos (PPI) aos investidores estrangeiros. O PPI foi lançado pelo governo federal em setembro deste ano.

Após o Fórum Brasileiro Especial de Infraestrutura na capital paulista ontem, Jensen disse ao DCI que o investidor internacional tem receio de que as variações do real em relação ao dólar possam interferir no retorno dos projetos de concessão. Para el

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Criação de seguros e mecanismos de correção cambial podem ser saídas para diminuir os riscos da variação do dólar nos contratos de concessão de infraestrutura.

É o que sugere o economista e sócio da 4E Consultoria, Juan Jensen, para tornar mais atrativos os 34 projetos do Programa de Parcerias e Investimentos (PPI) aos investidores estrangeiros. O PPI foi lançado pelo governo federal em setembro deste ano.

Após o Fórum Brasileiro Especial de Infraestrutura na capital paulista ontem, Jensen disse ao DCI que o investidor internacional tem receio de que as variações do real em relação ao dólar possam interferir no retorno dos projetos de concessão. Para ele, uma das formas de solucionar isso é criar um mecanismo de seguro.

"Pode ser um seguro bancário ou o próprio governo entrando como segurador para garantir a rentabilidade do investidor", propõe. "Hoje temos um governo que tem mais ativo do que passivo em moeda estrangeira. As reservas internacionais estão em US$ 377 bilhões e a dívida externa pública é menor do que este valor [US$ 335 bilhões]. Portanto, o governo poderia usar parte das reservas para dar garantia aos estrangeiros que querem investir no PPI", complementa Jensen.

Por outro lado, o economista comenta que o sistema bancário brasileiro ainda não está preparado para ofertar um seguro do gênero aos investidores. "Não há preparo porque os processos de hedge [proteção] cambial são de período muito curto, de um ano.

Enquanto os projetos de infraestrutura demandam [proteção de] 20,30 anos ou mais."

Jensen menciona que outra maneira de reduzir o risco das variações do real ante o dólar é inserir um mecanismo de correção cambial na formação do preço do serviço a ser concedido. Um exemplo disso seria uma tarifa de pedágio indexada ao dólar, em um projeto de concessão de rodovia. "Essa solução não é a ideal, porque penaliza o consumidor final", destaca o sócio da 4E.

"As tarifas de pedágio subiriam junto com o processo de desvalorização [do real], por exemplo. Ou seja, isso seria um problema inclusive para a inflação", reforça o economista.

O secretário executivo do PPI, Wellington Moreira Franco, também esteve na capital paulista ontem, e voltou a dizer que técnicos do Banco do Brasil (BB), da Caixa Econômica Federal e do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), em parceria com o Banco Mundial e Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), estão estudando ferramentas para reduzir os riscos cambiais nos contratos de concessão.

"Estamos trabalhando com a Caixa, o BB, o BNDES e o Banco Mundial, que tem experiência, para encontrar alguma ferramenta dentro do processo de concessão para mitigar esse risco", afirmou o secretário. Ele disse, por outro lado, que por se tratar de um risco, "jamais perderá essa característica".

Incerteza na política

Na avaliação de Jensen, a incerteza política ainda provoca desconfiança no investidor internacional, deixando-o com receio de aportar em projetos do PPI. Segundo ele, dois fatores colaboram para isso: a possibilidade da cassação da chapa de Dilma Rousseff e Michel Temer, que está em análise no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), e as delações premiadas que estão para acontecer - no âmbito da Operação Lava Jato da Polícia Federal (PF) - como a do ex-presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, e as de ex-executivos da construtora Odebrecht.

"Há apetite por parte do investidor estrangeiro em relação ao Brasil. Porém, se o governo Temer cair, isso pode prejudicar o andamento das medidas econômicas que estão em curso, como o projeto de concessões em infraestrutura. Além disso, esse fato político pode acabar empatando o processo de retomada da economia", alerta Jensen.

Lava Jato

Moreira Franco, que é um dos alvos da Lava Jato, não comentou sobre a operação da PF. Ele foi acusado pelo ex-executivo da Odebrecht Claudio Melo Filho de ter recebido R$ 3 milhões para inviabilizar a construção de um terceiro grande aeroporto em São Paulo. Em ocasiões anteriores, ele negou a acusação de Melo Filho.

Durante o debate de ontem, Moreira Franco comentou que o Brasil passa por um momento de intolerância, "principalmente na política". Por outro lado, ele afirmou que o resultado das eleições municipais dá ao presidente Temer "um retrato de uma sociedade que quer a pacificação".

Além disso, ele informou que os editais de novas concessões na área de infraestrutura só serão publicados quando houver uma licença ambiental prévia. Ele explicou que o Brasil vai continuar preservando o meio ambiente, mas não pode mais ficar com projetos parados pela demora em analisar as licenças. "Colocamos o ministro do Meio Ambiente no PPI porque esse é um dos grandes problemas que temos: a indecisão com relação às questões ambientais".

Alguns dos projetos do PPI são as concessões dos aeroportos de Porto Alegre, Salvador, Florianópolis e Fortaleza, além das usinas hidrelétricas de São Simão (GO), de Volta Grande (MG) e Miranda (MG).

 

 

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