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Sam Zell vai investir em infraestrutura no Brasil

Investidor quer aproveitar as oportunidades de negócios que surgirão com a Copa do Mundo e a Olimpíada

Estadão

08/02/2010 15h40


Quando comprou ações da Gafisa pela primeira vez, há cinco anos, o mega investidor americano Sam Zell desembolsou US$ 55 milhões para ficar com um terço da companhia. Na época, poucas pessoas arriscariam dizer que o mercado imobiliário mudaria tanto em pouco tempo. Zell começava, ali, a eleger o Brasil como o melhor lugar do mundo para investir. Depois de injetar US$ 500 milhões em seis empresas brasileiras - metade do dinheiro aplicado por seus quatro fundos no mundo -, Zell agora quer "alargar" o conceito de mercado imobiliário. "Nós somos conhecidos mundialmente como investidores imobiliários. Mas a verdade é que 70% dos nossos negócios não são nesse mercado", disse Zell ao Estado (leia entrevista abaixo). "O Brasil é o melhor lu

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Quando comprou ações da Gafisa pela primeira vez, há cinco anos, o mega investidor americano Sam Zell desembolsou US$ 55 milhões para ficar com um terço da companhia. Na época, poucas pessoas arriscariam dizer que o mercado imobiliário mudaria tanto em pouco tempo. Zell começava, ali, a eleger o Brasil como o melhor lugar do mundo para investir. Depois de injetar US$ 500 milhões em seis empresas brasileiras - metade do dinheiro aplicado por seus quatro fundos no mundo -, Zell agora quer "alargar" o conceito de mercado imobiliário. "Nós somos conhecidos mundialmente como investidores imobiliários. Mas a verdade é que 70% dos nossos negócios não são nesse mercado", disse Zell ao Estado (leia entrevista abaixo). "O Brasil é o melhor lugar do mundo para investir. Em qualquer área."

No radar de Zell, entra qualquer negócio ligado à infraestrutura. Ele quer aproveitar as oportunidades que surgirão com a Copa do Mundo, em 2014, e a Olimpíada, que acontecerá no Rio de Janeiro dois anos depois. "Podemos investir em estádios, aeroportos, transporte público e hotéis. À medida que o Brasil cresce, mais oportunidades vão aparecer", diz Gary Garrabrant, sócio de Zell na Equity International (EI), empresa de investimentos fora dos Estados Unidos. "De tempos em tempos nós conversamos com as construtoras brasileiras sobre infraestrutura e como nós podemos participar disso."

Em hotelaria, por exemplo, a ideia é investir em unidades de padrão econômico. "Não há espaço para muitos hotéis de luxo no Brasil", diz Garrabrant, no lobby do hotel Fasano, em São Paulo. "Faltam hotéis de classe média no Rio de Janeiro." Eles também cogitam entrar no negócio de fazendas, a exemplo do que fez seu concorrente Elie Horn, o controlador da Cyrela, na BrasilAgro - ela compra terras em estado bruto, investe em melhorias e tenta vender com lucro mais adiante.

Filho de imigrantes poloneses, Zell é considerado um visionário, uma espécie de Warren Buffet dos imóveis. Em 2007, pouco antes da crise imobiliária americana, vendeu a sua Equity Offices Properties por US$ 39 bilhões, o maior negócio no setor até hoje no mundo. Zell começou cedo, comprando apartamentos para colegas da Univesidade de Michigan, e construiu um império com mais de 220 mil propriedades espalhadas pelos EUA.

Nos últimos anos, sua imagem esteve mais associada ao investimento na Tribune Company, que publica os jornais Chicago Tribune e Los Angeles Times. A empresa pediu concordata há pouco mais de um ano. Na ocasião, Zell disse que fatores externos criaram a tempestade perfeita: economia dura e queda da receita publicitária. Com a crise financeira global em 2008, sua fortuna pessoal, que era avaliada em US$ 6 bilhões, caiu pela metade, segundo a revista Forbes.

Experiência
No Brasil, ao contrário, os negócios vão bem. A sua experiência com imóveis, tanto nos EUA quanto no México - onde ajudou a criar a Homex, hoje a maior construtora popular do país - tem ajudado suas empresas a prosperar no setor.

Hoje, Zell não só é o maior acionista individual, com 13,66%, da Gafisa - uma das maiores incorporadoras do País, listada na Bolsa de Nova York -, como também se tornou o maior sócio da BRMalls, empresa líder no setor de shopping centers, e da Bracor, especializda em imóveis comerciais e industriais. Tem ainda participação relevante na AGV Logística, na construtora popular Tenda e na Brazilian Finance & Real Estate, de hipotecas residenciais, securitização de recebíveis e estruturação de fundos imobiliários. "Ser sócio de Sam Zell abre portas. Ele agrega imagem e conhecimento", diz Fábio Nogueira, diretor da Brazilian Finance, último investimento do americano no País. A Equity International pagou US$ 125 milhões por uma fatia de 20,7% na companhia.

A Bracor acabou de receber mais uma rodada de capitalização dos sócios, que lhe dará cacife para investir R$ 1 bilhão. "A Bracor vai fazer quatro anos e já tem R$ 2,5 bilhões em ativos próprios. Sam Zell ajuda muito com a experiência anterior", conta Carlos Betancourt, presidente da Bracor.

Na Gafisa e na Tenda, o investidor pretende injetar mais dinheiro para aproveitar o crescimento do mercado imobiliário local, especialmente na baixa renda. "Vamos apoiar Gafisa e Tenda com a maior quantidade de dinheiro possível. Não vamos comprar mais empresas residenciais, mas criar gigantes no setor", diz Garrabrant. "Sam Zell teve uma enorme importância na definição das estratégias que levaram a Gafisa a ser o que é hoje", afirma Wilson Amaral, presidente da Gafisa.

Zell só participa das grandes decisões. Ao Brasil, vem uma ou duas vezes por ano. Os executivos da EI, Garrabrant e Thomas McDonald, tem assentos nos conselhos das empresas, o que exige visitas mais frequentes. Na última viagem ao Brasil, Garrabrant falou pela primeira vez com o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles. Foi apresentar a sociedade com a Brazilian Finance e discutir oportunidades de negócios.

Quem é Sam Zell
Filho de imigrantes poloneses, Sam Zell nasceu em Chicago em 1941. Formado em direito pela Universidade de Michigan, o investidor começou comprando imóveis para colegas de faculdade

Criou um império com 220 mil propriedades nos EUA, vendido em 2007 para o fundo Blackstone por US$ 39 bilhões

A Gafisa foi seu primeiro investimento no Brasil. Pagou US$ 55 milhões por um um terço da construtora. Hoje é sócio de seis empresas no País

Por que o Brasil é a bola da vez, segundo o mega investidor

1. Com mais de 190 milhões de habitantes, o Brasil tem escala para investimentos

2. É autossuficiente em energia elétrica e um país rico em recursos naturais

3. É politicamente estável. Serve de exemplo para toda a América Latina

4. Tem um governo economicamente conservador e socialmente progressista

5. Tem executivos de primeira linha, o que é difícil achar em outros países onde invisto

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