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DCI
06/09/2017 08h27
Os setores de infraestrutura rodoviária e ferroviária, portos e energia elétrica são os que mais devem atrair os investidores chineses entre a lista de ativos que o presidente Michel Temer apresentará na sua visita à China, diz o embaixador brasileiro em Beijing, Marcos Caramuru.
Temer chega à capital chinesa na manhã (horário local) de quinta-feira. Terá encontros bilaterais na sexta e seminário com investidores no sábado. No domingo pela manhã segue para Xiamen, no Sul do país, onde participará da reunião de cúpula dos Brics - Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul.
Para o embaixador, os aeroportos também podem atrair a atenção dos chineses, mas não de forma tão marcada. "Tem a perspectiva de uma empresa, a Hainan
...Os setores de infraestrutura rodoviária e ferroviária, portos e energia elétrica são os que mais devem atrair os investidores chineses entre a lista de ativos que o presidente Michel Temer apresentará na sua visita à China, diz o embaixador brasileiro em Beijing, Marcos Caramuru.
Temer chega à capital chinesa na manhã (horário local) de quinta-feira. Terá encontros bilaterais na sexta e seminário com investidores no sábado. No domingo pela manhã segue para Xiamen, no Sul do país, onde participará da reunião de cúpula dos Brics - Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul.
Para o embaixador, os aeroportos também podem atrair a atenção dos chineses, mas não de forma tão marcada. "Tem a perspectiva de uma empresa, a Hainan, comprar uma participação no aeroporto internacional do Rio de Janeiro, mas eu não tenho visto, nos fluxos de investimento chineses no exterior, uma atenção especial a aeroportos", afirma. "Não descarto que eles possam ter interesse e, até, dependendo da rentabilidade, você possa até ter investidores em equity, que não são necessariamente do setor, mas procuram rentabilidade."
Caramuru lembra que a China vem diversificando seus investimentos no Brasil em especial no último ano, com joint ventures no setor financeiro, como nos casos do Banco da Bahia e da Rio Bravo, e com a compra de empresas de tecnologia, como a 99.
"Eles têm uma taxa de poupança robusta e uma capacidade de financiamento expressiva, em condições bastante razoáveis num mundo financeiramente muito competitivo. Hoje tem muito capital no mundo investido em taxas de juros muito baixas, até negativas. Então, ter alguma rentabilidade nesses investimentos é muito bom. E não vejo nas outras economias de renda média um leque de oportunidades tão grande quanto se encontra no Brasil", diz.
Embora não esteja na lista de ativos do governo federal, o setor de saneamento é outro que, na visão do embaixador, pode mobilizar investimentos. "Tenho visto empresas chinesas se interessarem por essa área, principalmente as de construção. Acho que aí tem um potencial."
Além de acordos em investimentos e comércio, pode haver durante a visita de Temer à China anúncios relacionados a vistos para visitantes.
Novo banco
Na área de investimentos, um tema que já é alvo de debate no âmbito dos Brics é a proposta de ampliar o número de sócios do Novo Banco de Desenvolvimento (NBD). "Existe essa discussão, mas não está resolvida. Há países que defendem a ampliação e outros que acham que o banco ainda precisa alcançar estágios mais elevados de amadurecimento", diz. "O Brasil tende a apoiar a ampliação do número de sócios, porque isso reforça a capilaridade do banco e sua própria base de capital."
Não está em pauta, porém, uma eventual ampliação do Brics. "Não é um tema que vai ser discutido na reunião de Xiamen e nem é parte da agenda", afirma Caramuru. "O que houve de diferente nesta vez é que a China resolveu inovar convidando países de diferentes regiões do mundo. Normalmente o anfitrião convidava países próximos", diz. Nesta edição são convidados Tajiquistão, México, Guiné, Egito e Tailândia. "A ideia é ampliar o diálogo entre países de renda média e em desenvolvimento, mas não é um aumento da composição", explica.
Para o diretor do Centro de Cooperação Brics da Universidade Normal de Beijing, Wang Lei, a proposta do Brics Plus, como foi designado o grupo de países convidados a participar da reunião de cúpula, é uma forma de ampliar a influência dos membros do bloco na economia e na governança global. "Até agora não existe consenso sobre uma eventual expansão do número de países membros", diz. "Mas talvez o Brics Plus possa ser um meio efetivo para observar os países convidados e ver se, no futuro, poderão ser chamados a se tornar membros", acrescenta Wang.
O professor diz que o ambiente econômico externo hoje é muito diferente do que vigorava quando o bloco foi formado - competição menos acirrada entre eles -, o que traz novos desafios.
27 de agosto 2020
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