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Rodovia Mogi-Bertioga é recuperada em tempo recorde

Afetada pelas fortes chuvas que atingiram o litoral norte de São Paulo durante o carnaval, a estrada passou por obras de recuperação que estavam previstas para serem concluídas em dois meses

Gazeta do Povo

17/03/2023 08h30 | Atualizada em 22/03/2023 15h17


Administrada pelo Departamento de Estradas de Rodagem (DER) do estado de São Paulo, a rodovia Mogi-Bertioga (SP-098) foi reaberta para circulação de carros após apenas 15 dias de obras.

Afetada pelas fortes chuvas que atingiram o litoral norte de São Paulo durante o carnaval, a estrada passou por obras de recuperação que estavam previstas para serem concluídas em dois meses.

Prazos até mais curtos que esse são comuns em países desenvolvidos como Japão ou Alemanha, mas esse caso surpreendeu para os padrões brasileiros, no qual obras públicas costumam se arrastar por anos e demandar recursos públicos muito acima dos

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Administrada pelo Departamento de Estradas de Rodagem (DER) do estado de São Paulo, a rodovia Mogi-Bertioga (SP-098) foi reaberta para circulação de carros após apenas 15 dias de obras.

Afetada pelas fortes chuvas que atingiram o litoral norte de São Paulo durante o carnaval, a estrada passou por obras de recuperação que estavam previstas para serem concluídas em dois meses.

Prazos até mais curtos que esse são comuns em países desenvolvidos como Japão ou Alemanha, mas esse caso surpreendeu para os padrões brasileiros, no qual obras públicas costumam se arrastar por anos e demandar recursos públicos muito acima dos estimados.

Na última semana, após 17 dias de interdição, a rodovia foi reaberta à passagem de veículos.

"Dois meses seria o prazo normal para essa primeira fase de obras, porém devido à urgência e à situação de toda a população prejudicada de Mogi e de outras cidades, o DER solicitou uma mobilização de equipes maior no intuito de acelerar", diz Paulo Pitta, engenheiro coordenador de obras da Construtora Kamilos Limitada (CKL), empresa responsável pelo projeto.

Apesar de a Mogi-Bertioga não ser uma estrada tão fundamental para a região – apenas 12 mil veículos circulam diariamente no local –, as estradas alternativas a ela também estavam com alguma dificuldade de tráfego. Por isso, para acelerar as obras optou-se por utilizar outro tipo de material e aumentar a mão de obra.

"Foram adotadas soluções de engenharia principalmente porque estamos em uma época de muita chuva. Normalmente faríamos essa obra com utilização de solo como terra, mas fica impraticável com as chuvas e com muita urgência para liberação da rodovia. Por isso utilizamos material pétreo", explica Pitta.

"Além de usarmos mais máquinas e caminhões, aumentamos as pessoas, que trabalharam em sistema de revezamento, na primeira semana das 7h à meia-noite e na segunda semana das 7h às 22h. Em uma obra normal, o turno costuma acabar às 17h", compara ele que, assim como outros engenheiros que atuam há anos no ramo, não se espantou com os resultados.

"Não houve uma coisa fantástica, houve um comprometimento da equipe de obra, um apoio muito grande e forte por parte do DER, da Polícia Rodoviária e da Polícia Civil de ajudar no bloqueio da rodovia. Todas as mãos se uniram", completa. O investimento previsto para as obras é de R$ 9,4 milhões, mas Pitta afirma que a empresa concedeu um desconto de aproximadamente 10% e que os custos estão dentro do esperado.

Para Milton Golombek, CEO da Consultrix, responsável por mais de 12 mil obras no Brasil e uma das mais conceituadas consultorias independentes do país na área de fundações e contenções, a celeridade de obras públicas depende simplesmente de vontade política.

"Em engenharia se consegue resolver as coisas em prazos razoáveis desde que se tenha vontade de fazer e verba para executar. Não falta competência, construtora com equipamentos e know-how para fazer nenhuma obra necessária no Brasil", diz ele.

Golombek, que também é presidente da Associação Brasileira de Empresas de Consultoria Geotécnica (ABEG), chama a atenção para a forma como as estradas do litoral norte de São Paulo, como a Mogi-Bertioga, foram feitas, sem planejamento para evitar acidentes.

"Foi-se abrindo a montanha, colocando asfalto e chamando de estrada. Com o intuito de economizar, não se fazem os túneis necessários e preferem fazer lombadas em vez de viadutos para travessia de pedestres", aponta. "O solo tem uma certa memória tardia, o terreno não percebe imediatamente as modificações que sofreu. Normalmente, quando o desastre acontece, já se passaram uma ou duas gestões", diz ele, que defende as Parcerias Público-Privadas (PPPs) para a melhoria da qualidade das rodovias.

Para o engenheiro Rodrigo Martins, consultor de obras que atuou na duplicação da Tamoios, são rodovias que precisam da construção de túneis, o que é facilitado com a privatização. "São estradas que precisam ser modernizadas com traçados menos sinuosos", diz ele.

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