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Retomada dos investimentos em 2017 terá impacto "modesto" no consumo

No cenário da Tendências Consultoria, aporte de recursos deve ter expansão de 3% no próximo ano, enquanto gastos das famílias tendem a subir 0,1%. Contratações só voltam depois de 2018

DCI

29/09/2016 09h10


A retomada dos investimentos no próximo ano terá um efeito "modesto" na recuperação do consumo das famílias, afirma ao DCI a economista da Tendências Consultoria Alessandra Ribeiro.

No cenário da especialista, a Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF, investimentos) deve ter expansão de 3% em 2017, ao passo que o consumo tende a crescer apenas 0,1% no mesmo ano. Para 2016, as projeções da Tendências indicam queda de 8,5% nos investimentos e retração de 4,3% no consumo.

Alessandra conta que, após oscilar entre altas e recuos até março de 2017, os investimentos entrarão em trajetória consistente de alta a partir do segundo trimestre, avançando 2,5% na margem (ou seja, em relação ao trimestre imediatamente anterior). Na compar

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A retomada dos investimentos no próximo ano terá um efeito "modesto" na recuperação do consumo das famílias, afirma ao DCI a economista da Tendências Consultoria Alessandra Ribeiro.

No cenário da especialista, a Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF, investimentos) deve ter expansão de 3% em 2017, ao passo que o consumo tende a crescer apenas 0,1% no mesmo ano. Para 2016, as projeções da Tendências indicam queda de 8,5% nos investimentos e retração de 4,3% no consumo.

Alessandra conta que, após oscilar entre altas e recuos até março de 2017, os investimentos entrarão em trajetória consistente de alta a partir do segundo trimestre, avançando 2,5% na margem (ou seja, em relação ao trimestre imediatamente anterior). Na comparação anual (contra o segundo trimestre de 2016), a expectativa é de crescimento de 1,5% na FBCF.

Contudo, a economista esclarece que a retomada dos investimentos no próximo ano não terá impacto significativo no consumo. "A recuperação dos investimentos no segundo trimestre de 2017 evitará novas demissões. Mas a volta das contratações só vem a partir de 2018", prevê.

Até o próximo ano, portanto, as empresas utilizarão somente a mão de obra empregada para desengavetar projetos de investimentos. Apesar do avanço esperado, a FBCF em porcentagem do Produto Interno Bruto (PIB) deve se deslocar de uma taxa de 17,2% neste ano, para um patamar de 17,4% em 2017.

Emprego em baixa

Sem perspectiva de novas contratações nos próximos 15 meses, a Tendências estima que a taxa de desemprego alcance 11,5% neste ano e 12,7% em 2017. Já a renda real deve recuar 3,3% em 2016 e ter queda de 0,1% no próximo ano. Na mesma base de comparação, a massa de rendimentos tende a registrar recuos de 5% e de 0,1%, respectivamente.

Alessandra pontua que a construção civil e fabricação de máquinas e equipamentos são os setores que irão puxar as altas trimestrais dos investimentos nos próximos meses.

Ainda segundo ela, o programa de concessões em infraestrutura só terá impacto no indicador de FBCF em 2018, tendo em vista que a maioria dos leilões está marcada para acontecer no segundo semestre do próximo ano.

"Nossas estimativas se baseiam em um cenário de aprovação das medidas fiscais, como a PEC [Proposta de Emenda à Constituição] do teto para o crescimento dos gastos públicos e a reforma da Previdência. Esse ponto é fundamental", ressalta a economista da Tendências.

"Porém, se houver muita postergação no encaminhamento das medidas, ou se elas forem aprovadas com muita desconfiguração [em relação à proposta original], isso terá impactos negativos nas expectativas dos agentes, o que acaba limitando a reação da economia. Neste cenário, as estimativas de crescimento podem sofrer alguma deterioração", acrescenta Alessandra.

Visão empresarial

Em um debate realizado ontem pelo Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças de São Paulo (Ibef-SP), CEOs de grandes empresas avaliaram que não há expectativa de retomada do consumo no curto prazo (nos próximos 12 meses)

"A velocidade de recuperação [do consumo] ainda não está muito clara. Não sabemos em que velocidade as pessoas desempregadas se reintegrarão ao mercado de trabalho formal ou informal. Isso a gente ainda não pode prever", avaliou o diretor presidente da Natura, Roberto Oliveira de Lima, ao participar do evento.

"A recessão na ponta do consumo está bem acentuada. Quando achamos que vai dar uma melhorada, a trajetória se inverte. [...] Além disso, o consumidor está usando mais a racionalidade na hora de comprar. Agora ele está comprando aquilo que cabe no bolso", complementou Lima.

O presidente da Nextel Brasil, Francisco Valim , por sua vez, destacou que, diante da contração do consumo, o ato de investir precisa de "parcimônia", principalmente para as empresas que trabalham com o consumo na ponta, como é o caso da Nextel. "A parcimônia em um cenário de crise econômica sobe na prioridade", ressaltou Valim.

Ele comentou ainda que a discussão sobre uma reforma trabalhista precisa levar em conta os atrasos que ainda existem no País, como é o caso, por exemplo, do trabalho escravo. "Saindo dos grandes centros, isso ainda é algo encontrado, o que significa que precisamos de algum nível de atuação governamental", afirmou ele, acrescentando que o Brasil ainda carece de uma regulação mais dura no que diz respeito às regras trabalhistas.

Para ele, o modelo de baixa intervenção estatal da economia dos Estados Unidos funciona melhor em situações de países com pleno emprego.

 

 

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