A falta de experiência da Petrobras na construção de refinarias está levando a companhia a buscar parcerias internacionais para a implantação das refinarias Premium I, no Maranhão, e Premium II, no Ceará. Maria das Graças Foster, presidente da estatal, destacou ontem que a última refinaria erguida pela companhia foi nos anos 80 e o projeto não foi elaborado pela empresa. Graça citou que entre os potenciais parceiros estão chineses e coreanos.

"Toda a experiência que a Petrobras tem na construção de unidades estacionárias de produção, a Petrobras não tem em refinaria. Toda a experiência que a Petrobras tem na construção de térmicas, a Petrobras não tem no refino", disse Graça Foster, após participar de almoço com empresários no Rio. Segundo a executiva, a busca por parceiros não tem como objetivo atrair recursos, mas empresas "que conhecem muito bem projetos de refinaria", declarou.

Embora não haja uma data marcada para o fim das negociações, Graça afirmou que há urgência para a conclusão dos projetos em andamento. O início da operação das duas refinarias é previsto para acontecer no fim de 2017 ou a partir de 2018.

Em setembro, representantes da Petrobras se reuniram com a coreana GS Caltex, no Ceará, para avaliar uma parceria para construção da Premium II, com a presença do governador Cid Gomes (PSB). No mesmo mês, o governador também esteve na refinaria da GS Caltex na Coreia do Sul para conhecer as instalações da empresa, que importa óleo da Rússia e processa até 775 mil barris de óleo por dia.

"As refinarias não são algo que a Petrobras não queira, são algo que a Petrobras precisa haja vista a demanda [por combustíveis], haja vista a oferta", frisou Graça. A presidente da Petrobras reiterou estar a frente de "um trabalho muito forte", mais intensamente no últimos seis meses, de buscar reduzir as métricas, adaptá-las e enquadra-las às métricas internacionais. A busca tem como objetivo tornar os investimentos mais eficientes.

A executiva reafirmou ainda a política de gestão atual da empresa: que combina metas realistas, forte cobrança a fornecedores sobre qualidade e prazo e redução de custos. Segundo Graça, independentemente de um possível repasse das altas do preço do barril do petróleo do mercado internacional para o mercado interno, "que certamente virá", nas palavras de Graça, "a Petrobras tem muito o que fazer para se tornar mais eficiente", disse. "Você não aumenta margem aumentando o preço de derivados", frisou.

Com relação ao memorando de entendimentos assinado na segunda-feira com a HRT para a monetização do gás natural na Bacia do Solimões, no Estado do Amazonas, Graça afirmou que o plano é interessante por conta das descobertas recentes anunciadas pela HRT na região. No entanto, explicou que ainda não há uma definição de como será conduzida a sinergia entre as duas empresas. "Estamos inicialmente olhando o portfólio de ambas". Graça também se disse satisfeita com o anúncio da 11ª Rodada de Licitações de blocos exploratórios de petróleo. Para ela, é uma necessidade para o desenvolvimento do setor.