Considerada a porta de entrada para negócios na América do Sul, São Paulo foi a cidade escolhida pelo governo e a iniciativa privada paraguaia para apresentar, pela primeira vez a investidores brasileiros, quatro grandes projetos nas áreas de infraestrutura, logística, comércio e lazer. As oportunidades de investimentos no país da fronteira foram anunciadas durante o Paraguay Invest, realizado  na última terça-feira (25), no hotel Sofitel. O evento reuniu 200 executivos e contou com a participação do Ministro da Indústria e Comércio do Paraguai, Francisco Rivas Almada, e a Ministra de Turismo, Liz Cramer, que destacaram o bom momento do país para receber as empresas brasileiras.

Quatro grandes grupos empresariais do país apresentaram diferentes projetos que buscam captação de recursos, somando um total de US$ 500 milhões. São eles: Paseo 3 Naciones (Grupo Monalisa), Terminal Ocidental (TOSA),  World Trade Center Asunción (Capitalis S.A.E.C.A), e Parque Industrial Panamericano (Grupo Texo S.A.).

Segundo José Daniel Nasta, presidente do Parque Industrial Panamericano, os investidores brasileiros se surpreenderam com a situação econômica do país que teve o maior crescimento sul americano do PIB em 2010, 9%, de acordo com o FMI.

“Muitos executivos ficaram surpresos por descobrir um Paraguai que não conheciam: um país que trabalha formalmente e que investe em desenvolvimento. Os empresários paraguaios assumiram essa iniciativa para mostrar as oportunidades no país”, afirmou.

Segundo Oscar Stark, presidente da Rede de Investimentos e Exportações do MIC (REDIEX), fatores como a Lei Maquila e a Lei 60/90, que oferecem incentivos fiscais e tributários, também contribuem para a consolidação de novos negócios. “Em 2010, os investimentos de empresas maquiladoras somaram US$ 413 milhões e esperamos que esse número seja duplicado até o fim deste ano. Nossa economia é estável e sólida, com inflação controlada abaixo de um dígito há mais de uma década. Nos últimos cinco anos, o Paraguai triplicou seu PIB per capita e, no ano passado, o valor acumulado foi de US$ 17,8 bilhões”.

Stark ressalta que o objetivo do projeto Maquila é basicamente levar matéria-prima ao Paraguai, processá-la no país, e exportar o produto final, deixando somente 10% da produção em território nacional. Em contrapartida, a lei garante isenção dos impostos de importação e de renda. A empresa arca apenas com o imposto de 1% sobre o valor agregado no Paraguai. “Cerca de 50% das exportações paraguaias são direcionadas ao Mercosul e 90% do comércio realizado pelo País é feito por meio de hidrovias e portos fluviais”.

O ministro de Indústria e Comércio afirma que muitas empresas brasileiras já estão trabalhando no País visando oportunidades, especialmente nas terras férteis para produção de etanol e outros biocombustíveis, produção agropecuária e abundância em energia elétrica. “Das 48 companhias que hoje são beneficiadas pela Lei Maquila, 80% são do Brasil. Os brasileiros são nossos melhores hermanos”, disse Almada.

Também estiveram presentes a economista do BNDES, Ana Claudia Caputo, o Secretário de Relações Internacionais da Prefeitura de São Paulo, Dr. Alfredo Cotait, e o diretor do departamento de relações internacionais e comércio exterior da FIESP, Thomaz Zanotto.

O evento foi promovido em parceria com os seguintes órgãos: Ministério da Indústria e Comércio do Paraguai, Rede de Investimentos e Exportações do MIC (REDIEX), Secretaria Nacional de Turismo (SENATUR), Ministério de Obras Públicas e Comunicações, Foro Brasil e Câmara de Comércio Paraguaia Americana. A realização ficou sob os cuidados da Agência Conceito Brazil.

Projetos:

WTC Asunción - Orçado em aproximadamente US$ 70 milhões, o projeto World Trade Center Asunción, da empresa paraguaia Capitais SAECA, é um empreendimento ambientalmente sustentável e terá mais de 70.000 m² de área construída, com quatro torres de 20 andares. Localizado em Asunción, é considerado o futuro eixo corporativo da Cidade.

Paseo 3 Naciones - É o único complexo de lazer e shopping de sua natureza na América do Sul. Foi desenhado para ocupar uma área construída de 193.000 m², em terreno de 123.000 m² e outros 55.000 m² de reserva  residencial. Será localizado na tríplice fronteira, no lado paraguaio, e é considerado único por sua diversidade e atrações, integrando shopping, hotel, centro de convenções, cassino e teatro. Por meio de um mirante (que inspira o nome do projeto) o visitante conseguirá enxergar as três nações da fronteira: Paraguai, Brasil, Argentina. O hotel tem bandeira confirmada Pulmann, do grupo Accor, e o cassino terá a marca do grupo argentino Boldt. O investimento previsto para o empreendimento, que é do Grupo Monalisa, é da ordem de US$ 200 milhões.

Parque Industrial Panamericano - Iniciativa do Grupo Texo S.A orçada em US$ 45 milhões, integrará quatro portos fluviais privados e acesso rápido às rotas que ligam o Paraguai ao Brasil e Argentina. Está localizado em uma área de 27 hectares, a 15 km de Assunção, capital paraguaia, situado em zona de vocação industrial (que já conta com a presença de empresas como Unilever, Petropar e Petrobras), o projeto possui 63 lotes e infraestrutura de alto padrão para receber empresas nacionais e estrangeiras nas áreas de manufaturas, maquiladoras (exportações) e de logística, principalmente.

Terminal Occidental - Desenvolvido ao longo de 5 km sobre uma área em frente à capital paraguaia, Assunção, o terminal é uma Plataforma Logística integral apoiada por uma infraestrutura portuária, rodoviária e aeroportuária no coração da América do Sul. Por sua extensão, característica e localização, o projeto tem um enorme potencial imobiliário que poderá ser desenvolvido por atividades do ramo empresarial, serviço, industrial, turística e habitacional. O projeto, iniciativa da TOSA, está orçado em US$ 300 milhões.