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PAC investe em geração, mas gargalo é transmissão

Só 18% das obras do setor energético foram concluídas; maioria é de usinas

O Tempo

17/11/2009 15h19 | Atualizada em 17/11/2009 18h45


A maior parte das obras de infraestrutura energética previstas no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) está com o andamento satisfatório, segundo o oitavo Balanço do PAC, divulgado em setembro. Segundo o relatório, das 689 ações monitoradas, 18% já foram concluídas, 77% estão em ritmo adequado, 4% exigem atenção e apenas 1% está em situação preocupante.

Os investimentos do setor entraram na berlinda depois do apagão que deixou 18 Estados brasileiros às escuras na semana passada. Mas, segundo especialistas, a geração de energia no país é suficiente para manter as luzes acesas e os equipamentos funcionando. O gargalo está na transmissão. "O

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A maior parte das obras de infraestrutura energética previstas no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) está com o andamento satisfatório, segundo o oitavo Balanço do PAC, divulgado em setembro. Segundo o relatório, das 689 ações monitoradas, 18% já foram concluídas, 77% estão em ritmo adequado, 4% exigem atenção e apenas 1% está em situação preocupante.

Os investimentos do setor entraram na berlinda depois do apagão que deixou 18 Estados brasileiros às escuras na semana passada. Mas, segundo especialistas, a geração de energia no país é suficiente para manter as luzes acesas e os equipamentos funcionando. O gargalo está na transmissão. "O que aconteceu não foi falta de energia. Foi falta de transmissão. É como ter uma caixa d’água cheia e morrer de sede porque não tem tubulação para receber a água", diz o professor do Departamento de Engenharia Elétrica da UFMG, Selênio Rocha Silva.

O problema é que a energia de Itaipu, que representa 20% do consumo do país, é produzida distante dos grandes centros consumidores, como São Paulo e Rio de Janeiro, e depende de extensas linhas de transmissão para chegar ao destino. O gargalo vai continuar mesmo depois de concluídas as obras do PAC, já que as maiores usinas em implantação estão na região Norte. É o caso de Santo Antônio (3.150 MW) e Jirau (3.300 MW), que ficarão prontas em 2012 e 2013, respectivamente. As duas usinas ficam em Rondônia. A usina de Belo Monte, ainda em fase de licenciamento, vai gerar 11.233 MW no Pará.

As obras em andamento do PAC garantirão 18,5 mil megawatts no sistema, a maior parte com previsão de começar a gerar de 2010 a 2013. Em transmissão, já foram concluídas sete linhas (1.537 km) e uma subestação, e foram iniciadas as obras de cinco linhas (642 km) e duas subestações. Os investimentos somam R$ 1,557 bilhão.

Emergencial. Para os especialistas, o ideal seria uma solução emergencial para isolar o ponto com problemas e redirecionar a carga. "Tem responder rapidamente em caso de pane", diz o especialista no setor e diretor da Enercel Energia, Raimundo Batista. De acordo com ele, era muito difícil prever que três linhas de transmissão de Itaipu caíssem ao mesmo tempo. Essa é a causa mais provável do apagão.

Batista diz que o sistema suporta a saída de sua maior máquina, mas não da maior usina isoladamente. "Acidentes sempre podem ocorrer, mas tem que haver uma manobra para retomar rapidamente a interligação do sistema", diz o presidente da Sociedade Mineira de Engenheiros (SME), Márcio Damázio Trindade.

Investimentos. Claudio Salles, diretor do instituto Acende Brasil, destaca como principal gargalo a excessiva concentração na expansão do sistema interligado. "Tem sido colocado pelo governo que esta é a única alternativa viável para a expansão e isso está longe de ser verdade", afirma.

Salles recomenda dois estágios de investimentos. O primeiro, defende, seria destinado a aumentar a velocidade da complementação da oferta de energia, com a geração térmica entrando com mais frequência.

O segundo estágio seria a incorporação da tecnologia alternativa, como, por exemplo, a que utiliza hidrogênio ou outros combustíveis. "Esse apagão é lamentável, mas pode ter servido como alerta, mostrando que nem tudo está indo tão bem quanto fazem supor os investimentos constantes no setor", disse, lembrando que o consumidor de energia paga anualmente R$ 8 bilhões pelo transporte de energia em sua conta de luz. (Com agências)

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