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Oferta da CSN fracassa e ação da Cimpor apresenta queda

Valor Online

23/02/2010 16h58 | Atualizada em 24/02/2010 16h54


Fracassou a oferta pública da CSN pela Cimpor. Foram dadas ordens de vendas de apenas 8,566% do capital da cimenteira portuguesa, o equivalente a 57.563.320 ações de um total de 672 milhões de ações. As ações da Cimpor perdiam mais de 4% na bolsa de Lisboa minutos atrás.

"Tendo sido definida, no prospecto da oferta, uma condição de eficácia consistente na aquisição de, pelo menos, 1/3 das ações mais uma, e não se tendo verificado essa condição, face aos resultados agora apresentados oficialmente, declara-se que a Oferta Pública de Aquisição não atingiu os seus objetivos e, consequentemente, não são transacionados quaisquer valores mobiliários no âm

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Fracassou a oferta pública da CSN pela Cimpor. Foram dadas ordens de vendas de apenas 8,566% do capital da cimenteira portuguesa, o equivalente a 57.563.320 ações de um total de 672 milhões de ações. As ações da Cimpor perdiam mais de 4% na bolsa de Lisboa minutos atrás.

"Tendo sido definida, no prospecto da oferta, uma condição de eficácia consistente na aquisição de, pelo menos, 1/3 das ações mais uma, e não se tendo verificado essa condição, face aos resultados agora apresentados oficialmente, declara-se que a Oferta Pública de Aquisição não atingiu os seus objetivos e, consequentemente, não são transacionados quaisquer valores mobiliários no âmbito da oferta", conforme comunicado referente à sessão especial de mercado divulgado pela comissão de valores mobiliários de Portugal.

A ofensiva da CSN sobre a Cimpor teve início em 18 de dezembro, com o lançamento de uma oferta de 3,86 bilhões de euros - ou 5,75 euros por ação - pela totalidade do capital da cimenteira.

Os problemas, no entanto, começaram no conselho de administração da companhia, que rechaçou a oferta por três vezes, após considerar que seu preço não refletia o valor da empresa.

Na sequência, veio o confronto com grupos brasileiros, interessados em entrar no capital da Cimpor e inviabilizar os planos de Benjamin Steinbruch, dono da CSN.

Primeiro, a Camargo Corrêa trouxe ao mercado uma proposta de fusão que previa uma participação sempre inferior a 50% para o grupo brasileiro.

O plano garantia, assim, a manutenção do controle nas mãos de investidores portugueses, mas a proposta esbarrou nas determinações dos reguladores do mercado de capitais local, que exigiram uma reformulação da proposta da Camargo aos moldes da oferta pública da CSN.

Pressionada a lançar uma OPA pela cimenteira, a Camargo Corrêa decidiu retirar a proposta de fusão, mas informou que estudaria outras formas de ingressar ao capital da companhia.

Em meio às dificuldades enfrentadas pelos concorrentes com a cúpula da empresa ou com a comissão de valores mobiliários de Portugal - a CMVM -, o grupo Votorantim desdobrava uma estratégia de negociação individual com os principais acionistas da Cimpor.

A opção foi certeira e a empresa da família Ermírio de Moraes foi a primeira brasileira a entrar na empresa, acertando a compra de uma participação de 17,28% da francesa Lafarge. Paralelamente a isso, fechou um acordo de voto conjunto com a Caixa Geral de Depósitos (CGD), dona de 9,63% da Cimpor.

A Votorantim formava, assim, um bloco minoritário de resistência à oferta da CSN, com uma participação de 26,91%, apesar das tentativas de Steinbruch de travar essa operação na CMVM.

Após isso, a Camargo Corrêa voltou à cena e fechou a compra de 22,17% da construtora Teixeira Duarte, seguida por outra aquisição de 6,46% do grupo espanhol Bipadosa. Somando à compra de mais 2,49% - fatia de acionistas indicados por Teixeira Duarte -, a participação da Camargo Corrêa na Cimpor alcançou 31,12%.

A Votorantim ainda voltou a comprar na última semana, com um acordo sobre a participação de 3,93% da Cinveste, garantindo uma participação qualificada na Cimpor de 30,84%, levando-se em conta o acordo com a CGD.

Ao ver a concorrência brasileira morder a maior parte do capital da Cimpor, a CSN reformulou sua oferta e passou a oferecer 6,18 euros por ação, além de condicionar o sucesso da operação à aquisição de um terço do capital mais uma ação. Em seu lançamento, a oferta dependia da compra de metade do capital mais uma ação.

Além disso, a CSN recorreu ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) na tentativa de anular no Brasil os efeitos das aquisições de capital realizadas pela Votorantim e pela Camargo Corrêa. O parecer do órgão antitruste ainda não foi emitido, mas a Secretaria de Direito Econômico (SDE), do Ministério da Justiça, já recomendou ao Cade atender ao pedido da CSN.

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