Valor Econômico
03/03/2022 11h00
A invasão da Ucrânia está causando um êxodo em massa de empresas da Rússia, revertendo décadas de investimentos do Ocidente e outras partes do mundo depois do colapso da União Soviética em 1991.
A lista das que estão rompendo seus laços ou revendo suas operações cresce a cada hora, à medida que os governos estrangeiros aumentam suas sanções, fecham o espaço aéreo e excluem alguns bancos do sistema de transferência de dinheiro Swift.
Com o rublo despencando e os Estados Unidos proibindo transações com o banco central russo, operar na Rússia tornou-se muito problemático. Al
...A invasão da Ucrânia está causando um êxodo em massa de empresas da Rússia, revertendo décadas de investimentos do Ocidente e outras partes do mundo depois do colapso da União Soviética em 1991.
A lista das que estão rompendo seus laços ou revendo suas operações cresce a cada hora, à medida que os governos estrangeiros aumentam suas sanções, fecham o espaço aéreo e excluem alguns bancos do sistema de transferência de dinheiro Swift.
Com o rublo despencando e os Estados Unidos proibindo transações com o banco central russo, operar na Rússia tornou-se muito problemático. Algumas empresas concluíram que os riscos, tanto à reputação quanto financeiros, são grandes demais para continuar.
Para algumas, a decisão de sair da Rússia é a conclusão de décadas de investimentos lucrativos, ainda que às vezes traumáticos. Grandes empresas estrangeiras de energia vêm despejando dinheiro desde a década de 90.
O maior investidor estrangeiro na Rússia, a BP, saiu na frente com o anúncio surpresa, no domingo, de que iria se desfazer de sua participação de 20% na estatal russa Rosneft, uma decisão que poderá resultar em uma perda de US$ 25 bilhões e reduzir sua produção global de petróleo e gás em um terço.
A Daimler Truck Holding, uma das maiores fabricantes de veículos comerciais do mundo, disse que vai interromper suas atividades na Rússia até segunda ordem e poderá rever seus laços com a Kamaz PJSC, parceira local em uma joint venture. Representantes de trabalhadores afirmaram que “consideram apropriado” que a maior fabricante de caminhões do mundo também se desfaça de suas ações na Kamaz, disse o conselho de trabalhadores da empresa em comunicado por e-mail.
A Volvo Car AB e a Volvo AB, fabricante de caminhões, também anunciaram que estão suspendendo suas vendas e produção na Rússia.
Mark McNamee, diretor da firma de auditoria FrontierView na Europa, esteve em Moscou duas semanas atrás, conversando com executivos sobre as possíveis consequências de uma invasão. Segundo ele, muitos ignoraram os piores cenários, o que significa que eles não estavam necessariamente preparados para o que aconteceu.
Muitas corporações terão um momento difícil para apoiar suas operações locais por causa da exclusão da Rússia do Swift e dos controles de capital, disse ele. Empresas dos setores de energia e commodities, ou aquelas que vendem para o governo russo, enfrentarão o possível risco de serem vistas como se estivessem “lucrando com a guerra”.
19 de novembro 2024
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