Mercado
04/03/2010 17h21
Nos últimos meses, o mercado sucroalcooleiro tem passado por um intenso processo de fusões e aquisições. Com a crise do setor e a posterior crise econômica internacional, diversas empresas se defrontaram com efeitos negativos, motivados pela escassez de crédito, baixa expectativa de crescimento e baixa produtividade das safras.
Muitos projetos de novas usinas foram interrompidos e cerca de 50 unidades foram colocadas à venda desde 2008. Somente em fevereiro de 2010 houve quatro importantes anúncios.
O primeiro, ocorrido dia 1º, foi a assinatura de um memorando de entendimentos entre a Shell e a Cosan para a criação de joint venture no Brasil. Além dos ganhos no mercado de combustíveis, a união das empresas, avaliada em US
...Nos últimos meses, o mercado sucroalcooleiro tem passado por um intenso processo de fusões e aquisições. Com a crise do setor e a posterior crise econômica internacional, diversas empresas se defrontaram com efeitos negativos, motivados pela escassez de crédito, baixa expectativa de crescimento e baixa produtividade das safras.
Muitos projetos de novas usinas foram interrompidos e cerca de 50 unidades foram colocadas à venda desde 2008. Somente em fevereiro de 2010 houve quatro importantes anúncios.
O primeiro, ocorrido dia 1º, foi a assinatura de um memorando de entendimentos entre a Shell e a Cosan para a criação de joint venture no Brasil. Além dos ganhos no mercado de combustíveis, a união das empresas, avaliada em US$ 12 bilhões, poderá tornar a Shell uma das maiores produtoras de etanol e açúcar do mundo.
O segundo acontecimento marcante no mês foi o anúncio da fusão da ETH Bioenergia e Brenco. O terceiro foi a aquisição, pelo principal produtor de açúcar indiano, o grupo Shree Renuka Sugars, de 50,8% da Equipav Açúcar e Álcool.
A participação majoritária na brasileira foi comprada por US$ 329 milhões e o negócio prevê renegociação de dívidas.
O quarto anúncio foi a compra de 50% da Usina Vertente, do Grupo Humus, por parte da Açúcar Guarani, do grupo frances Tereos. A operação envolveu R$ 105 milhões.
O processo de fusões e aquisições começou com força em 2009 com a criação de uma joint venture, entre a LDC Bioenergia, braço da francesa Louis Dreyfus Commodities no Brasil, com a Santelisa Vale.
Com o acordo, a francesa passará a ter 60% da companhia, capaz de processar mais de 20 milhões de toneladas de cana-de-açúcar por safra, criando a segunda maior companhia mundial de açúcar, etanol e bioenergia.
No fim de 2009 a multinacional Bunge finalizou a aquisição das ações do Grupo Moema, que possui uma usina de cana de açúcar em Orindiúva (SP), além de participação em outras cinco.
A transação de US$ 1,5 bilhão não envolveu dinheiro, foi realizada através da troca de ações com os acionistas da Moema, que passaram a deter cerca de 9% das ações da Bunge na Bolsa de Nova York.
Com a finalização das negociações, a Bunge adquiriu 100% de 4 das 5 usinas do Grupo Moema. Ficou de fora a Usina Vertente.
Pesquisa divulgada pela KPMG mostra que de 2000 ao terceiro trimestre de 2009, o setor sucroalcooleiro registrou 99 fusões e aquisições envolvendo empresas brasileiras, sendo que apenas nos últimos três anos, foram 45, dos quais 22 foram negócios de empresas de capital estrangeiro adquirindo representantes nacionais.
Pode-se dizer que, hoje, os principais produtores brasileiros são grupos estrangeiros. Ou seja, a consolidação do setor esta se dando através de uma desnacionalização.
A predominância de grupos estrangeiros reflete o levantamento do Banco Central, de que entre janeiro de 2007 a junho de 2009, o Brasil recebeu cerca de US$ 3,1 bilhões de investimentos estrangeiros na indústria do etanol.
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