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Assesoria de Imprensa
30/08/2013 11h12
As obras públicas brasileiras podem contar, a partir de agora, com o BIM-Building Information Modeling (Modelagem de Informação da Construção), uma moderna ferramenta tecnológica que tende a reduzir os problemas de planejamento que causam atrasos nos cronogramas e encarecimento do seu preço final. A afirmação foi dada por Marcos Otávio Bezerra Prates, diretor do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), durante seminário “A Aplicação das Estruturas Pré-fabricadas de Concreto: A evolução, os desafios e as oportunidades”, promovido pela Abcic – Associação Brasileira da Construção Industrializada de Concreto no Concrete Show 2013, na quinta-feira (29), em São Paulo, que reuniu cerca de 200 participantes, entre emp
...As obras públicas brasileiras podem contar, a partir de agora, com o BIM-Building Information Modeling (Modelagem de Informação da Construção), uma moderna ferramenta tecnológica que tende a reduzir os problemas de planejamento que causam atrasos nos cronogramas e encarecimento do seu preço final. A afirmação foi dada por Marcos Otávio Bezerra Prates, diretor do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), durante seminário “A Aplicação das Estruturas Pré-fabricadas de Concreto: A evolução, os desafios e as oportunidades”, promovido pela Abcic – Associação Brasileira da Construção Industrializada de Concreto no Concrete Show 2013, na quinta-feira (29), em São Paulo, que reuniu cerca de 200 participantes, entre empresários, técnicos, especialistas, acadêmicos do setor.
“Por conferir um maior grau de precisão nos cálculos, por unificar informações das várias etapas do processo construtivo e também por permitir simulações que antecipam a ocorrência de falhas, o BIM atenua conflitos na execução de obras e também resulta em importantes reduções de custos. Houve casos em que o uso do BIM promoveu economia de até R$ 40 milhões numa determinada obra em função da utilização adequada de materiais”, afirmou o diretor do MDIC.
Segundo Prates, o ministério está concluindo um projeto para que, em 2014, esteja no ar um portal na web inteiramente dedicado ao BIM. Elaborado em parceria com o Exército e outros órgãos governamentais, o portal consolidará as principais informações relativas a todos os aspectos relacionados com a construção civil, contando, principalmente, com uma série de manuais práticos para o uso do BIM. O projeto do MDIC envolve também a criação de uma biblioteca virtual que reunirá informações com todos os parâmetros relativos ao setor da construção civil.
Analisado e estudado pelo governo Federal desde 2007, o sistema BIM já vem sendo empregado parcialmente em algumas obras do Exército, foi recentemente incluído em licitações de obras em aeroportos regionais e em algumas obras da Petrobras. “Além disso, o DNIT – Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes, também está estudando a possibilidade de exigir o BIM sob sua responsabilidade”, informou Prates.
Norma de Desempenho de Edificações Habitacionais representa a 3ª revolução da qualidade na construção civil
Em vigor desde julho deste ano, a Norma de Desempenho de Edificações Habitacionais NBR 15.575/2013 institui um nível de desempenho mínimo ao longo da vida útil dos principais elementos para a construção de uma edificação habitacional. São treze dimensões de desempenho, incluindo estanqueidade, durabilidade, conforto tátil, adequação ambiental, funcionalidade e acessibilidade, entre outros.
“Boa parte dos requisitos que estão em vigor já existiam, sendo que alguns deles não eram utilizados ou conhecidos. A Norma de Desempenho apenas consolidou parte desses critérios, organizando em um único corpo normativo”, explica Luiz Carlos da Silva Filho, diretor da Escola de Engenharia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul e diretor do Ibracon – Instituto Brasileiro do Concreto, durante apresentação no Seminário “A Aplicação das Estruturas Pré-fabricadas de Concreto: A evolução, os desafios e as oportunidades”, promovido pela Abcic, no Concrete Show 2013. “A entrada em vigor da Norma de Desempenho pode mudar significativamente a forma como é vista a construção nesse país”, acrescenta.
Na opinião de Silva Filho, a entrada em vigor da Norma de Desempenho representa a terceira revolução da qualidade da construção civil. “A norma passa a ser um paradigma, com isso, será necessária uma mudança cultural e um esforço de todo o setor para revisar as ideias sobre o que significa o desempenho na construção”, avalia. A primeira revolução é a ISO 9000 e a segunda o PSQ – Programa Setorial de Qualidade.
Uma das principais mudanças, segundo Silva Filho, passa ser a forma de entendimento sobre o desempenho. “Antes, o desempenho inicial era o mais importante. Agora, é preciso olhar e planejar o desempenho durante sua vida útil”, avalia. “Por isso, as construtoras precisam conhecer o ambiente e as condições em que será realizado o empreendimento para não ter problemas de desempenho no futuro”, complementa.
O professor exemplificou em sua apresentação no seminário da Abcic que um projeto estrutural em concreto tem uma vida útil média de 50 anos. “Para atender todos os requisitos de desempenho, será necessário prever uma manutenção dessa estrutura durante esse período para que não haja modificações em seu desempenho”, diz.
O seminário foi coordenado por Íria Doniak, presidente executiva da Abcic, e contou ainda com a palestra do professor Marcelo Araújo Ferreira, da Universidade Federal de São Carlos, que através do NAPRE – Núcleo de Estudos e Tecnologia do Concreto Pré-Moldado, tem apoiado a indústria em pesquisa e desenvolvimento. “Esse é um importante trabalho que auxilia no desenvolvimento das normas para o setor”, ressalta Íria.
Para que a importância de todos os contextos apresentados no Seminário BIM, Norma de Desempenho, pesquisa e normalização fossem materializados, o case da obra do Aeroporto de Brasília foi mostrado pelo engenheiro Luis André Tomazoni, diretor de operações da Cassol Pré-Fabricados.
Maria Salette Weber, coordenadora geral do PBQP-H (Programa Brasileiro de Qualidade e Produtividade do Habitat), integrou as mesas de debate e ressaltou a importância do seminário da Abcic, que trouxe temas que já são foco de exigência do setor, como a Norma de Desempenho, e de outros assuntos que estão na pauta do segmento, mas ainda em fase inicial ou de implementação, como o caso do BIM. “Mais importante, ainda, foi a interação entre as empresas, as entidades que lideram o setor, como é o caso da Abcic, da academia e do governo. O seminário trouxe reflexões para encontrar soluções e uma das tendências é a busca por parceria”, finaliza.
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