As ações da MMX - a empresa de mineração do empresário Eike Batista - lideraram neste ano os ganhos entre os ativos do Ibovespa, o índice que reúne os principais papéis negociados na bolsa paulista. No ano, as ações da empresa acumularam valorização de 345,85%, encerrando a sessão de hoje a R$ 12,35.

Apesar do desempenho positivo, a cotação ainda está longe dos patamares superiores a R$ 25,00 registrados no final do primeiro semestre de 2008, quando a companhia vivia os últimos momentos do ciclo de bonança no setor de minério de ferro.

A partir daí, a crise financeira prejudicou as perspectivas para o mercado de commodities e restringiu a oferta de crédito, um ponto fundamental para a implementação dos projetos de Eike. Com isso, as ações da MMX despencaram 86,2% no ano passado.

Em 2009, a recuperação veio na esteira da melhora do humor dos investidores sobre o mercado de matérias-primas, da chegada de um parceiro chinês aos negócios e, até mesmo, de uma investida de Eike sobre o bloco de controle da Vale, o que poderia render à MMX uma possibilidade de integração com a maior produtora de minério de ferro do mundo.

O analista da SLW Pedro Galdi afirma que as expectativas sobre a venda de uma participação da empresa - ou mesmo a possibilidade de venda de seu controle - direcionaram as ações da MMX durante o ano. No final, a companhia fechou com a siderúrgica chinesa Wuhan Steel a venda de uma fatia de 21,52% por US$ 400 milhões.

- Isso ajudou a acalmar o mercado porque os recursos vão garantir parte dos investimentos previstos pelo grupo - afirma Galdi.

As construtoras também estiveram entre as maiores altas do ano, como resultado dos programas habitacionais do governo federal. As ações da Rossi Residencial acumularam valorização de 312,84%, seguidas pelos papéis da Gafisa, que avançaram 172,09%. Na sequência, as ações da Cyrela mostraram alta de 169,98%, no quinto melhor desempenho dentro do Ibovespa.

Entre a MMX e as construtoras, os papéis da Duratex subiram 334,72% no ano, ocupando o segundo lugar entre os melhores desempenhos.

Os papéis com pior desempenho dentro do índice foram Brasil Telecom ON, que recuou 50,43%; Telesp PN, que subiu apenas 2,72%; e Celesc PNB, com alta de 6,98%. A ação PN da Brasil Telecom teve valorização de 22,80%, a sétima menor do Ibovespa.

Ação da Petrobras subiu 65,93%

Já entre os ativos de maior liquidez na bolsa, a ação preferencial da Petrobras subiu 65,93%, enquanto o papel PNA da Vale avançou 81,94%, ambos abaixo do Ibovespa, que andou 82,66%, a maior valorização do índice desde 2003.

No setor siderúrgico, o melhor desempenho foi registrado pelos papéis da CSN, que subiram 107,88%. Por sua vez, o papel PNA da Usiminas teve alta de 93,36%, enquanto a Gerdau, empresa do setor mais exposta aos mercados no exterior, teve valorização de 95,86%.

Ainda entre as ações de maior peso no Ibovespa, o papel ON da BMF&Bovespa teve ganhos de 110,63%. Já no setor bancário o destaque foi o Banco do Brasil, que, após liberar mais crédito nos períodos mais críticos da crise, viu sua ação subir 116,99% no ano.

Com desempenho mais tímido, as ações do Itaú Unibanco subiram 66,95% e as do Bradesco marcaram valorização de 65,49%.