Mercado
Agência Estado
19/04/2010 11h28 | Atualizada em 19/04/2010 14h29
A demanda no Brasil por infraestrutura tem feito com que cada vez mais as empresas do setor de construção venham a realizar captações no mercado acionário com sucesso. Desta vez, foi a Mills Estruturas e Serviços de Engenharia que iniciou a negociação dos papéis sob o código MILS3 na Bolsa de Valores, Mercadorias e Futuros (BM&F Bovespa).
A oferta pública inicial de ações (IPO, na sigla em inglês) encerrou com movimentação financeira de R$ 685,7 milhões. Este, porém, pode não ser o valor final da operação, por conta do lote suplementar, que se não for exercido no prazo de 30 dias reduzirá a oferta para R$ 596,2 milhões. A operação da Mills foi a segunda a ficar dentro da faixa de preço estipulado pelo banco líder da oferta ne
...A demanda no Brasil por infraestrutura tem feito com que cada vez mais as empresas do setor de construção venham a realizar captações no mercado acionário com sucesso. Desta vez, foi a Mills Estruturas e Serviços de Engenharia que iniciou a negociação dos papéis sob o código MILS3 na Bolsa de Valores, Mercadorias e Futuros (BM&F Bovespa).
A oferta pública inicial de ações (IPO, na sigla em inglês) encerrou com movimentação financeira de R$ 685,7 milhões. Este, porém, pode não ser o valor final da operação, por conta do lote suplementar, que se não for exercido no prazo de 30 dias reduzirá a oferta para R$ 596,2 milhões. A operação da Mills foi a segunda a ficar dentro da faixa de preço estipulado pelo banco líder da oferta neste ano, depois da EcoRodovias, enquanto as demais não atingiram o preço esperado.
Na grande maioria dos IPOs realizados desde o final do ano passado, as ações encerraram o primeiro dia de negociação com desvalorização, mas no caso da Mills foi diferente. Ao término do pregão de sexta-feira as ações ordinárias da Mills finalizaram com elevação de 1,22%, a R$ 11,64.
"Nossa companhia vai crescer muito com a demanda crescente da economia brasileira", disse emocionado o presidente do Conselho de Administração da empresa, Christian Nacht, em seu discurso na cerimônia de ingresso da companhia na Bolsa.
Alguns especialistas do mercado já vinham afirmando que esta companhia tem tudo para se tornar grande no mercado acionário, já que a demanda por obras para a Copa de 2014 e para as Olimpíadas de 2016 trará bons volumes financeiros.
A Mills realizou road show para apresentar a oferta no Brasil, nos Estados Unidos e na Europa. "Sempre é difícil convencer os estrangeiros em uma operação de uma empresa brasileira, mas quando lhes mostramos nossa história acabou ficando mais fácil atraí-los", acrescenta Nacht.
O presidente da BM&F Bovespa, Edemir Pinto, ressaltou a importância da retomada econômica brasileira para atrair novas empresas ao mercado de capitais. "Essa retomada o mercado já percebeu. O problema todo é que a crise internacional, que não é problema do Brasil e que não é aqui atrapalhou. Toda a abertura de capital depende dos estrangeiros, nós dependemos ainda, por conta da falta de uma poupança interna e adequada aos padrões mínimos", afirma Pinto.
O principal executivo da Bolsa disse ainda que os investidores esperam por mais ofertas para este ano e que todas já estão encaminhadas. "Temos mais 10 ou 12 empresas em andamento da Comissão de Valores Mobiliários para entrar no mercado de ações."
Mesmo com as incertezas em relação ao setor de construção, principalmente a construção civil, que foram as mais afetadas durante a crise global, o presidente da BM&F Bovespa destaca a importância deste setor para o andamento da economia brasileira.
"Serviços financeiros e construção estão bem diversificados na nossa Bolsa, isso torna estes dois os principais setores na Bolsa", avalia Pinto.
A família Nacht fundou a companhia em 1952 para o fornecimento de andaimes e escoramentos. Desde então, participou de obras como a Ponte Rio Niterói, a Usina Itaipu e a primeira plataforma de petróleo, construída em 1983.
O Itaú BBA foi o coordenador líder da oferta da Mills, que também contou com a participação dos bancos de investimentos BTG Pactual e Goldman Sachs.
O IPO da Mills é o sexto realizado em 2010. Com a Mills, os segmentos diferenciados de governança corporativa da BM&F Bovespa registram 161 empresas, sendo 107 no Novo Mercado - o nível mais elevado de governança -, 19 no Nível 2 e 35 no Nível 1. Esta é a 25ª empresa do setor de construção a abrir capital no País.
"Repito o que já venho dizendo há um tempo. Em 2010 o Brasil não vai ficar no vermelho se comparado ao mercado de IPOs de 2007. Devemos sempre lembrar que antes da crise tínhamos cerca de 45 empresas esperando para fazer uma oferta de ações", finaliza o presidente da Bolsa.
Bolsa de Valores
O Ibovespa, principal indicador da Bolsa brasileira, encerrou o pregão de sexta-feira com desvalorização de 1,56%, aos 69.421 pontos. O volume financeiro foi de R$ 7,753 bilhões, com 441.673 contratos negociados no dia.
Na mínima do dia, na hora do almoço, o Ibovespa registrou 69.013 pontos (-2,14%), mas conseguiu encerrar em baixa de 1,56%, ainda abaixo dos 70 mil pontos, aos 69.421,35 pontos - o menor nível desde os 69.959,58 pontos de 30 de março de 2010. Na máxima, o índice operou estável, aos 70.522 pontos (estabilidade). No mês, a Bolsa passou a acumular perdas, de 1,35%, mas, no ano, ainda sobe, 1,22%. O giro financeiro totalizou R$ 7,697 bilhões.
Entre as ações que fazem parte do Ibovespa, a maior alta ficou com as UNT da ALL, com leve valorização de 1,17%; por outro lado, a maior queda ficou com o papel preferencial da TAM, que apresentou valorização de 4,20%.
As ações da Mills Estrutura e Serviços de Engenharia subiram 1,22% em sua estreia na Bolsa de Valores de São Paulo na última sexta-feira, em um dia de queda acentuada do Índice Bovespa.
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