Mercado
22/03/2010 12h34 | Atualizada em 22/03/2010 15h38
Atraídas pelas encomendas de matérias-primas, equipamentos e serviços para a exploração do pré-sal, as indústrias mineiras se lançaram ao desafio de aumentar em 60% a sua participação nos negócios do setor de petróleo e gás até 2012. A meta parte de números modestos do mercado disputado pelos fornecedores mineiros, embora o estado represente cerca de 10% da economia brasileira. Os fabricantes de Minas Gerais não passam de um décimo do total de fornecedorescadastrados pela Petrobras e os investimentos da Refinaria Gabriel Passos (Regap), de Betim, na Grande Belo Horizonte, somam pouco mais de 1% do plano de inversões da estatal.
Só para atender projetos previstos no plano de investimentos até 2013, as compras da Petrobras no Brasi
...Atraídas pelas encomendas de matérias-primas, equipamentos e serviços para a exploração do pré-sal, as indústrias mineiras se lançaram ao desafio de aumentar em 60% a sua participação nos negócios do setor de petróleo e gás até 2012. A meta parte de números modestos do mercado disputado pelos fornecedores mineiros, embora o estado represente cerca de 10% da economia brasileira. Os fabricantes de Minas Gerais não passam de um décimo do total de fornecedorescadastrados pela Petrobras e os investimentos da Refinaria Gabriel Passos (Regap), de Betim, na Grande Belo Horizonte, somam pouco mais de 1% do plano de inversões da estatal.
Só para atender projetos previstos no plano de investimentos até 2013, as compras da Petrobras no Brasil devem chegar a R$ 20 bilhões por ano, o equivalente a 64% dos desembolsos com essa rubrica, informou a companhia. A estatal planeja aplicar US$ 47,9 bilhões em novos projetos nos próximos quatro anos. Em Minas, vai contratar, este ano, 80 fornecedores, dentro de um programa de desenvolvimento de parceiros, conduzido por convênio regular mantido com o Sebrae no estado.
O caminho é novo para os fabricantes mineiros, que são tradicionais fornecedores das mineradoras e das usinas produtoras de aço responsáveis por parcela importante da produção de bens e serviços no estado. O interesse nas compras da indústria do petróleo e do gás é crescente. Com os efeitos da crise do ano passado, que afetou principalmente a mineração e a siderurgia, as empresas mineiras viram a necessidade de diversificar a carteira de pedidos.
Exemplo da guinada da indústria mecânica mineira atrás do dinheiro do petróleo e gás, o grupo Delp conseguiu redesenhar as suas encomendas nos últimos nove anos, passando a concentrar 60% do faturamento no atendimento à Petrobras e seus prestadores de serviços. Essa era, justamente, a parcela de pedidos encomendados pelos clientes da mineração e siderurgia, hoje com uma fatia de no máximo 10% da receita, informa o presidente da empresa, Petrônio Machado Zica.
“Uma das grandes vantagens de prestar serviço para a indústria do petróleo e gás é que, diferentemente da siderurgia e da mineração, o setor tem um índice muito alto de nacionalização de equipamentos, de 60% a 70%, o que significa mais oportunidades para os fornecedores brasileiros”, afirma o empresário. Ao lado da Delp, a fabricante Orteng, Usiminas, V&M Tubos (antiga Mannesmann), Andrade Gutierrez e Mendes Júnior fazem parte do grupo de frente da indústria mineira que se beneficia dos investimentos em petróleo e gás. Pequenas e médias indústrias mecânicas de Ipatinga se lançaram recentemente nesse mercado.
Ailton Duarte é proprietário da CMI Calderaria e Montagem Eletromecânica, em Ipatinga. Começou a fornecer peças para a Petrobras há mais de dois anos, tendo como intermediária a Usiminas Mecânica (Usimec). Ele fabrica estruturas para tanques de combustível e para a fabricação de fornos. “A Usimec precisava de fornecedores para atender à estatal, analisamos o projeto. Agora, 30% de nossa produção é destinada ao petróleo”, diz. As peças que a CMI fabrica para a petrolífera são pré-montadas na própria unidade da empresa no Vale do Aço. “Financeiramente, fornecer para a Petrobras é de 30% a 40% mais rentável do que para a siderurgia e mineração”, sustenta.
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