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Mercado mira menor participação do BNDES em financiamentos para 2018

A expectativa é que o banco passe a ser um indutor mais forte de investimentos e impulsione o mercado de capitais e fundos de private equity e venture capital como novas fontes de recursos

DCI

29/06/2017 08h28 | Atualizada em 29/06/2017 12h38


O mercado de capitais projeta menor participação do Banco Nacional do Desenvolvimento (BNDES) como fonte de financiamento a partir do ano que vem. A expectativa é impulsionar o mercado de capitais e fundos de private equity para a captação de recursos.

De acordo com o presidente da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima), Robert Van Dijk, o mercado já mantém conversas com o governo sobre o direcionamento do banco de fomento nos últimos anos e a expectativa é que em um médio prazo os resultados "já sejam bastante visíveis".

"As discussões são para destravar e viabilizar fontes de financiamento de longo prazo,

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O mercado de capitais projeta menor participação do Banco Nacional do Desenvolvimento (BNDES) como fonte de financiamento a partir do ano que vem. A expectativa é impulsionar o mercado de capitais e fundos de private equity para a captação de recursos.

De acordo com o presidente da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima), Robert Van Dijk, o mercado já mantém conversas com o governo sobre o direcionamento do banco de fomento nos últimos anos e a expectativa é que em um médio prazo os resultados "já sejam bastante visíveis".

"As discussões são para destravar e viabilizar fontes de financiamento de longo prazo, porque o País precisa que o BNDES deixe der o único provedor e passe a dividir riscos com a iniciativa privada", explica o executivo.

Ele reforça que, apesar de depender da melhora das condições macroeconômicas do País e das "várias questões a serem resolvidas" - principalmente em relação a marcos regulatórios relacionados à infraestrutura -, o movimento é um processo natural frente a maior restrição orçamentária do banco.

"Além disso, tudo leva a crer que se continuarmos a evidenciar taxas de juros decadentes, isso levará a uma nova dinâmica do mercado", acrescenta Robert Van Dijk.

Da mesma forma, a perspectiva do setor é que, com a redução da taxa básica de juros (Selic) para 8,5% até o final do ano, a concentração bancária como fonte de financiamento também se "afrouxe".

Para a diretora-executiva do Bradesco, Denise Pavarina, porém, a concentração entre os bancos é "involuntária", mas só deve ceder se o cenário melhorar e se mantiver bom por um "longo período".

"A principal competidora bancária é a Selic, onde não há esforço para ter renda com juros altos e um mercado de capitais que não chega a suprir 20% das necessidades de financiamento", afirma. "Mas não tem milagre. Isso só muda quando a taxa ficar baixa consistentemente", avalia.

Segundo o diretor da área de comércio exterior e fundos garantidores do BNDES, Ricardo de Souza Ramos, a queda de juros também mudará a forma de expansão do crédito.

"O mercado de crédito não pode ser do tamanho do BNDES e o banco não tem que ser menor ou maior, mas adequado ao tamanho do País. Por isso, estamos nos preparando e reforçando a lógica do projeto ao invés do setor, mudando a política de alocação da TJPL [Taxa de Juros de Longo Prazo] e induzindo a expansão do mercado de capitais", diz.

Na mesma linha, os últimos dados do BNDES apontam que os desembolsos nos últimos 12 meses foram de R$ 84,138 bilhões, com foco para Indústria (R$ 27,125 bilhões) e Infraestrutura (R$ 25,787 bilhões).

Da mesma forma, o banco de fomento também começa a estimular a garantia de IPOs (ofertas iniciais, da sigla em inglês Initial Public Offering).

"A nossa meta é impulsionar o mercado de capitais e, no médio prazo e na medida em que os juros se reduzam, diminuir a participação em infraestrutura com TJLP e migrar a participação para debêntures", complementa o diretor.

Alternativas

Outro ponto abordado pelos especialistas é a maior aposta no mercado secundário e em fundos de private equity e venture capital como formas de financiamento do setor.

De acordo com o vice-presidente da Associação Brasileira de Private Equity e Venture Capital (Abvcap) e sócio diretor da Warburg Pincus, Piero Minardi, principalmente em relação à private equity, o potencial é "muito bom" no Brasil.

"Temos de 25 a 30 players no País com enfoques diferentes, além de R$ 150 bilhões comprometidos com carteiras que compram participações societárias. Tem muito espaço para esses fundos crescerem como alternativa para financiamento de longo prazo", afirma.

Em entrevista ao DCI, porém ele reforça que tudo ainda depende do que pode acontecer no ano que vem.

"Ainda há riscos de mudanças nas diretrizes em 2018. Existe questões de valor e formação em relação à private equity e é muita decisão a ser feita. De qualquer forma, temos cerca de US$ 10 bilhões de fundos procurando por investimentos e, se tudo der certo, há um ótimo potencial de crescimento a partir do ano que vem", conclui Minardi.

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