Mercado
DCI
25/02/2016 00h00
Com o objetivo de contornar a queda de visitantes e expositores na instabilidade econômica, setor de feiras de negócios foca em parcerias, compradores estrangeiros e novas tecnologias.
Diante do cenário macroeconômico, empresas brasileiras vêm reduzindo orçamentos de marketing e promoção e colocam o mercado de eventos em processo de consolidação. "Não acredito que seja tendência, mas é um momento de priorizar", aponta o presidente da Academia Brasileira de Eventos e Turismo, Sergio Medina Pasqualin, ao referir-se à necessidade dos expositores de selecionar os eventos que podem trazer mais resultados para o seu negócio, uma vez a verba está mais reduzida.
Nesta nova perspectiva, o setor já trabalha com queda e até alguns c
...Com o objetivo de contornar a queda de visitantes e expositores na instabilidade econômica, setor de feiras de negócios foca em parcerias, compradores estrangeiros e novas tecnologias.
Diante do cenário macroeconômico, empresas brasileiras vêm reduzindo orçamentos de marketing e promoção e colocam o mercado de eventos em processo de consolidação. "Não acredito que seja tendência, mas é um momento de priorizar", aponta o presidente da Academia Brasileira de Eventos e Turismo, Sergio Medina Pasqualin, ao referir-se à necessidade dos expositores de selecionar os eventos que podem trazer mais resultados para o seu negócio, uma vez a verba está mais reduzida.
Nesta nova perspectiva, o setor já trabalha com queda e até alguns cancelamentos pontuais. Um exemplo é a Feira da Agricultura Familiar (Agrifam) 2016, que foi cancelada por falta de parcerias e patrocínios. Segundo posicionamento da Federação dos Trabalhadores na Agricultura Familiar do Estado de São Paulo (Fetaesp), o principal motivo para a falta de apoio é a incerteza política e econômica. A previsão é que o evento volte a ser realizado em 2017.
De acordo com o presidente da União Brasileira dos Promotores de Feiras (Ubrafe), Armando Arruda Pereira de Campos Mello, os cancelamentos no setor devem ser pontuais. "Os setores com um bom número de feiras devem diminuir, por conta da redução de custos das empresas participantes", aponta.
Para selecionar os eventos, as empresas deverão usar como critério a escolha da região, a necessidade de logística e o esforço comercial. Neste ano, a Ubrafe contabilizou 220 feiras entre seus promotores associados e nenhuma foi cancelada.
Segundo o especialista, a perspectiva para este ano é que o setor tenha uma queda. "Sempre disse que somos o espelho da economia e neste momento continuamos sendo", indica. No entanto, o executivo acredita que a retração não será abrupta. "Não vamos cair tanto porque a feira é uma ação de promoção que tem custo-benefício", explica Mello, da Ubrafe.
Contrapartida
Entre as saídas encontradas pelas organizadoras de feiras estão as parcerias, fusões de eventos e feiras simultâneas. Em 2015, por exemplo, a "Maquintex", "Femicc" e "Signs Nordeste" foram realizadas em um único espaço. Na época, o diretor-presidente da FCEM, Hélvio Roberto Pompeo, afirmou ao DCI que esta é uma forma de facilitar a logística dos expositores e visitantes que são de outros estados, garantindo assim um nível de participação alto nos três eventos.
Outro tipo de parceria, observada pelo presidente da Reed Exhibitions Alcantara Machado, Juan Pablo De Vera, é entre promotoras e expositores. "Um exemplo é a coparticipação de investimentos em áreas como o marketing, que além de reduzir custo, evita o repasse de despesa", afirma o executivo.
Na Reed Exhibitions Alcantara Machado, o foco para os próximos anos é a implementação de novas ferramentas tecnológicas que possam beneficiar o visitante, que tem diminuído nos últimos anos o tempo de visita e aumentado o planejamento. "Hoje em dia, o visitante vem com um roteiro de visitas marcadas antes do evento", diz.
Nos últimos 15 anos, Vera comenta que o participante passou de 2,9 diárias para 1,8. "Eles querem otimização", aponta o presidente da Reed apontando que da montagem à sinalização e agora na comunicação, as feiras estão sendo otimizadas. "Hoje tudo é voltado para geração de resultados."
Outro benefício do uso da tecnologia citado por ele é a produção de conteúdo. "Com as ferramentas digitais é possível interagir com o visitante antes, durante e depois do evento", comenta Vera. Além de conseguir enviar informações sobre a feira, as plataformas permitem a sugestão de novas soluções. "Com dados baseados no cadastro conseguimos direcionar e sugerir outros expositores".
Segundo ele, a feira que deverá reunir todas as inovações da produtora é a 31ª Feira Internacional da Mecânica 2016. Com a interação com os participantes, Vera afirma que foi possível descobrir o que a indústria tem de mais novo e o que os participantes estão procurando neste momento, tudo reunido em uma área de inovação. "O relacionamento com a comunidade deixou de ser passiva", ressalta.
A perspectiva da Reed para 2016 é de ter um crescimento pouco representativo, mas segundo Vera até 2017 o foco da empresa será consolidar nas áreas em que atuam. "É o momento de ajudar o cliente."
Dólar e estrangeiros
O novo patamar do dólar deve ser outro chamariz para o setor, que espera atrair mais compradores estrangeiros às feiras, ressalta Campos Mello, da Ubrafe. "Nos tornamos um país exportador", comenta. Um exemplo citado por ele foi a edição de 2016 da 'Couromoda', que mesmo com estandes reduzidos conseguiu manter o número de expositores e atrair um público expressivo. O grande apelo do evento neste ano foi a perspectiva de aumento das exportações dos fabricantes de calçados e acessórios de couro.
Mello ressalta ainda que o segmento de franquias é outro que deve ter números positivos de participação neste ano de instabilidade e aumento de desemprego. "Muita gente resolveu abrir o próprio negócio e virar empreendedor". Questiona- do sobre novas feiras, ele acredita que o cenário econômico não seja um empecilho. "Tendo alguém produzindo e alguém precisando comprar, o mercado faz feira."
Pasqualin, da Academia Brasileira de Eventos e Turismo, aponta que neste momento é importante que as empresas repensem os produtos levados às feiras. "É importante ver quais têm fator de contribuição maior, além de descobrir que mercados estão crescendo para saber para quem vou vender."
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