Mercado
DCI
01/12/2016 08h09 | Atualizada em 01/12/2016 16h48
As recentes medidas do governo federal para estimular o mercado de construção podem impedir que a indústria de materiais tenha uma nova queda em 2017. As ações incluem os R$ 7 bilhões anunciados ontem na linha Construcard, voltada para reformas.
"O conjunto de medidas está longe de ser uma salvação para o setor, mas pode impedir uma nova queda do faturamento em 2017, que seria a quarta consecutiva", afirmou em entrevista ao DCI o presidente da Associação Brasileira da Indústria de Materiais de Construção (Abramat), Walter Cover.
Entre os estímulos anunciados recentemente pelo governo estão a nova faixa do Minha Casa Minha Vida, os cartões Reforma e Construcard e juros mais baixos da Caixa Econômica Federal para a compra d
...As recentes medidas do governo federal para estimular o mercado de construção podem impedir que a indústria de materiais tenha uma nova queda em 2017. As ações incluem os R$ 7 bilhões anunciados ontem na linha Construcard, voltada para reformas.
"O conjunto de medidas está longe de ser uma salvação para o setor, mas pode impedir uma nova queda do faturamento em 2017, que seria a quarta consecutiva", afirmou em entrevista ao DCI o presidente da Associação Brasileira da Indústria de Materiais de Construção (Abramat), Walter Cover.
Entre os estímulos anunciados recentemente pelo governo estão a nova faixa do Minha Casa Minha Vida, os cartões Reforma e Construcard e juros mais baixos da Caixa Econômica Federal para a compra de imóveis.
"Se todas essas medidas surtirem o efeito esperado, devemos ter em 2017 um desempenho neutro em relação a este ano. Ao menos, o faturamento vai parar de cair", destaca Cover. Para 2016, a projeção da Abramat é de uma queda de 12% do faturamento da indústria.
Nesta quinta-feira (24), o presidente Michel Temer anunciou uma linha de crédito de R$ 7 bilhões para o Construcard. "O programa é importante porque estimula uma cadeia complexa, que abrange fabricantes, varejo e mão de obra para executar as reformas", explica Cover.
Ele acrescenta que a nova fase do programa estimula a compra de produtos que economizam água e energia e inclui itens de segurança para residências, que antes não estavam contemplados.
"Além disso, só podem ser vendidos materiais que possuem selo de conformidade, que garante qualidade e segurança ao produto", pontua. Segundo o dirigente, o montante de R$ 7 bilhões - que pode crescer no ano que vem - deve ser multiplicado na cadeia.
"Quando uma família resolve fazer uma reforma, geralmente decide por fazer mudanças adicionais e acaba desembolsando mais do que pretendia no início", comenta.
Essa também é a visão do diretor superintendente do grupo Astra, Manoel Flores. "As famílias, quando decidem fazer uma reforma, sempre acabam gastando mais do que planejavam para arrumar a casa. Esses R$ 7 bilhões vão se transformar num montante maior para a indústria de materiais." O grupo, com faturamento acima de R$ 500 milhões, acredita que para o ano que vem o mercado de materiais de construção deve parar de cair.
"O ano de 2016 foi muito ruim, a população está consumindo só o essencial. Porém, medidas como a linha do Construcard estimulam a economia e é disso que o País está precisando no momento."
Flores salienta que os fabricantes de materiais de construção têm plena consciência da profundidade da crise e trabalham para reverter o quadro. "A massa salarial das famílias ainda está muito pressionada, o medo do desemprego persiste e o crédito continua escasso. A retração da indústria, neste ano, vai ser significativa", estima o executivo.
Ele projeta uma retração do faturamento do grupo Astra em 10% para 2016, mas a companhia prevê uma melhora do cenário no ano que vem.
"Para 2017, projetamos um crescimento, em volumes, de 5%", estima o diretor do grupo, cujas empresas fabricam dezenas de itens de acabamento.
Flores acrescenta ainda que o grupo adotou medidas para melhorar a rentabilidade, fortemente impactada pela crise. "Estamos reduzindo custos para recuperar as margens."
Conjuntura
Com os estímulos do governo ao mercado de construção, o varejo deve ganhar mais representatividade no faturamento da indústria. Historicamente, o segmento conhecido como mercado "formiguinha" responde por 50% da receita dos fabricantes. "Mas em 2016, essa fatia subiu para aproximadamente 55%", revela Cover.
Dentro desse universo, apenas 10% do faturamento vêm dos home centers e grandes redes. O restante é composto de varejistas independentes.
"Estímulos ao consumo impactam positivamente a cadeia da construção, que sofre há muito tempo com a falta de investimentos em infraestrutura e edificações [prédios residenciais e comerciais]", diz Cover.
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