O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) informou ontem que os desembolsos de financiamentos cresceram 42,5% no primeiro trimestre deste ano ante igual trimestre do ano passado, para R$ 25,5 bilhões. Segundo informe do banco, os desembolsos para a indústria, no mesmo período, mostraram queda de 1,8%, para R$ 7,7 bilhões. No entanto, o banco acrescentou que a indústria respondeu por 30% dos desembolsos totais do banco.

A instituição informou ainda que as aprovações de financiamento subiram 31% no primeiro trimestre, para R$ 26,5 bilhões. No caso da indústria, houve um crescimento de 45,8% nas aprovações de financiamento, para R$ 7,7 bilhões. O banco informou que, no primeiro trimestre, as consultas a financiamento - termômetro para indicar o apetite do empresário para investimento - atingiram R$ 45,3 bilhões, uma queda de 21% ante igual trimestre de 2009.

Os enquadramentos também caíram 42% no primeiro trimestre ante igual trimestre do ano passado, para R$ 32,5 bilhões. Segundo o BNDES, esses recuos nos enquadramentos e nas consultas foram influenciados por uma operação de financiamento à Petrobras no ano passado, cuja consulta e enquadramento ocorrerem em março de 2009. Ou seja, as quedas foram classificadas como "pontuais" pelo BNDES.

Projeção
Os desembolsos do BNDES este ano devem ficar entre R$ 126 bilhões e R$ 127 bilhões este ano, segundo informou o presidente da instituição, Luciano Coutinho. De acordo com ele, o valor é inferior ao registrado no ano passado, quando o banco encerrou com desembolsos de R$ 137,4 bilhões. Em 12 meses, o banco acumula desembolsos de R$ 144 bilhões até março. Entretanto, o executivo lembrou que, em 2009, os desembolsos do banco foram influenciados por um aporte extraordinário à Petrobrás, de R$ 25 bilhões.

"Este financiamento à Petrobrás, deste porte, não deve se repetir este ano", disse, comentando que o valor total de desembolsos referente ao ano passado foi alavancado pelo crédito à empresa. Ou seja: o desempenho de liberações do BNDES deve ficar abaixo do apurado no ano passado devido a um efeito sazonal.

Ele negou que o governo pretenda realizar novos aportes de grande magnitude ao banco. "O BNDES tem funding para cumprir seu papel em 2010 com folga" afirmou, acrescentando não saber de onde surgiu a notícia de um novo aporte.