O Estado de S. Paulo
05/10/2022 16h39
O resultado do leilão realizado pelo governo federal na sexta-feira (30) para contratar novas usinas térmicas de energia expôs a falta de competitividade dos empreendimentos que foram incluídos, sem critérios técnicos, na lei de privatização da Eletrobras.
As “térmicas jabuti” são resultado de uma imposição do Congresso Nacional, que exigiu a construção de usinas movidas a gás onde sequer existe gás.
Essa consequência ficou evidente no primeiro leilão para contratar usinas embutidas de contrabando na lei de privatização da Eletrobras.
O plano do governo era co
...O resultado do leilão realizado pelo governo federal na sexta-feira (30) para contratar novas usinas térmicas de energia expôs a falta de competitividade dos empreendimentos que foram incluídos, sem critérios técnicos, na lei de privatização da Eletrobras.
As “térmicas jabuti” são resultado de uma imposição do Congresso Nacional, que exigiu a construção de usinas movidas a gás onde sequer existe gás.
Essa consequência ficou evidente no primeiro leilão para contratar usinas embutidas de contrabando na lei de privatização da Eletrobras.
O plano do governo era contratar os primeiros 2 mil megawatts (MW) previstos de um total de 8 mil MW que foram determinados pelos projetos. Pela lei da Eletrobras, o governo deve contratar um total de 2.500 MW em usinas da região Norte, outros 1 mil MW no Nordeste, mais 2.500 MW no Centro-Oeste e 2 mil MW no Sudeste.
Esta primeira rodada previa a contratação de 1 mil MW no Norte e outros 1 mil MW no Nordeste. Para atrair empresas interessadas, o governo estipula um valor máximo que está disposto a pagar pelas usinas que serão erguidas e, neste caso, essa cifra ficou em R$ 444 por cada megawatt-hora produzido.
Na região Norte, o governo conseguir contratar novas usinas que vão oferecer um total de 752 MW, mas sem nenhum deságio, isto é, tudo será entregue pelo preço-teto estipulado pelo governo, porque não houve competição.
Já na região Nordeste, não apareceu nenhuma empresa interessada em erguer uma nova usina, por entender que o custo é inviável devido à falta de estrutura para ter acesso a poços de gás natural.
As empresas Eneva e a Global Participações Energia foram as únicas que fizeram proposta para erguer três usinas: a UTE Manaus I (162,9 MW), a Azulão II e a Azulão IV, que terão 295,42 MW de potência cada. A previsão é que essas térmicas entrem em operação até dezembro de 2026.
Especialistas do setor elétrico acreditam que a contratação das usinas deve aumentar a pressão para que o Congresso Nacional aprove o projeto de lei que autoriza a construção de milhares de quilômetros de gasodutos, as tubulações que são necessárias para plugar as novas usinas a campos de extração de gás e distribuir a energia até grandes centros consumidores.
25 de novembro 2024
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