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DCI
15/12/2016 00h00
A perspectiva do governo federal de fazer ao menos oito concessões de infraestrutura no próximo ano pode ser minada pelo atual cenário político no País. Se a instabilidade econômica já é um entrave e tanto, a falta de certezas sobre o âmbito executivo, legislativo e judiciário é o que mais tem afugentado investidores.
"Uma economia momentaneamente ruim é um problema, mas é uma questão de tempo e paciência. Quando não há segurança política, não há certeza de que as obrigações da contrapartida federal serão mantidas", afirmou ao DCI o advogado espanhol Diego Oristhânio, que acompanha nesta semana uma comitiva de empresários europeus que foram ao Sul do País em busca de oportunidades de negócio.
Apesar de não poder revelar o
...A perspectiva do governo federal de fazer ao menos oito concessões de infraestrutura no próximo ano pode ser minada pelo atual cenário político no País. Se a instabilidade econômica já é um entrave e tanto, a falta de certezas sobre o âmbito executivo, legislativo e judiciário é o que mais tem afugentado investidores.
"Uma economia momentaneamente ruim é um problema, mas é uma questão de tempo e paciência. Quando não há segurança política, não há certeza de que as obrigações da contrapartida federal serão mantidas", afirmou ao DCI o advogado espanhol Diego Oristhânio, que acompanha nesta semana uma comitiva de empresários europeus que foram ao Sul do País em busca de oportunidades de negócio.
Apesar de não poder revelar o nome das companhias interessadas - são 12 executivos ao todo - o advogado garantiu que as incertezas se sobrepuseram ao potencial. "Como nenhum dos empresários possui ativos no Brasil, é difícil para eles mensurarem o tamanho do problema político que vivemos".
O pensamento de Oristhânio vem em linha com o do professor de Macroeconomia e Assuntos Internacionais da Universidade Paulista, Marco Aurélio Cappioto. "Eu vejo dois cenários. Um em que os leilões acontecem a preço de banana no próximo ano, e o outro em que o governo só leve o programa a adiante após as eleições de 2018."
Novo impeachment?
Na visão do acadêmico, a roda viva que atravessa os poderes legislativo, executivo e judiciário, somada à pressão da sociedade, forma um movimento em que não se pode arriscar palpites. "Ontem o PT protocolou o pedido de impeachment do presidente Temer. Essa semana o STF cedeu à pressão do Senado. Como um estrangeiro investirá em um País em que não há certeza política alguma?", questiona Cappioto, citando ainda a pressão do Ministério Público Federal e o apelo das ruas.
Outra questão que tem preocupado o investidor estrangeiro, segundo Oristhânio, são as projeções feitas pelo governo sobre o retorno dos investimentos. "O pé atrás do empresário se dá em função das previsões do PIL [Programa de Investimento em Logística - do governo Dilma], que não se concretizaram", disse.
Ontem, o ministro do planejamento, Dyogo Oliveira, afirmou, após participar da 1 ª Reunião Anual Brasil - Estados Unidos sobre desenvolvimento de infraestrutura, que o governo tem a meta de atrair investidores norte-americanos para os certames. "O objetivo e o desafio é que tenhamos empresas americanas em rodovias, ferrovias e aeroportos". Ele disse ainda que não há uma meta de investimentos a ser atingida a partir dessa reunião - hoje o estoque de investimentos americanos no Brasil soma US$ 120 bilhões. Para o ano que vem, o governo espera arrecadar R$ 24 bilhões com leilões. O presidente-executivo da Associação Brasileira da Infraestrutura e Indústrias de Base (Abdib), Venilton Tadini, ressaltou que a participação americana em investimentos em infraestrutura no País tem sido historicamente baixa.
Dentro do Brasil
Também na manhã de ontem, a Ecorodovias informou enxergar cinco oportunidades de negócios diante da edição da Medida Provisória 752, conhecida como MP das Concessões, que facilita a prorrogação de contratos mediante novos investimentos. Entre os ativos de interesse da companhia para renovação estão o projeto "Santos Binário", da Ecovias - responsável pelo Sistema Anchieta-Imigrantes. Já para a Ecopistas, que administra o Corredor Ayrton Senna/Carvalho Pinto (SP), é analisada a extensão até Taubaté.
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