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Grupo Saint-Gobain cria plataforma online para lojas de construção de bairro

Chamado de Toca Obra, novo negócio quer digitalizar pequeno e médio varejo do setor, responsável por 70% das vendas no país

O Estado de S.Paulo

05/03/2020 11h00 | Atualizada em 05/03/2020 11h40


Um dos últimos segmentos a aderir ao comércio online, o pequeno varejo de materiais de construção no Brasil virou alvo do tradicional grupo francês Saint-Gobain.

Com faturamento de R$ 8 bilhões no país, o grupo é dono da rede de ‘homecenters’ Telhanorte e da indústria de argamassa Quartzolit.
Desde setembro de 2019, o grupo, que tem tijolos e cimento como pilar de sustentação de seu negócio, criou uma plataforma de tecnologia que reúne pequenos e médios lojistas de materiais de construção no mundo digital, chamada Toca Obra.

No ano passado, o varejo de materiais de construção

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Um dos últimos segmentos a aderir ao comércio online, o pequeno varejo de materiais de construção no Brasil virou alvo do tradicional grupo francês Saint-Gobain.

Com faturamento de R$ 8 bilhões no país, o grupo é dono da rede de ‘homecenters’ Telhanorte e da indústria de argamassa Quartzolit.
Desde setembro de 2019, o grupo, que tem tijolos e cimento como pilar de sustentação de seu negócio, criou uma plataforma de tecnologia que reúne pequenos e médios lojistas de materiais de construção no mundo digital, chamada Toca Obra.

No ano passado, o varejo de materiais de construção movimentou R$ 140 bilhões no país.

Do total, 70% passaram pelas pequenas e médias lojas. Há no Brasil mais de 150 mil lojas de materiais de construção. Elas são as grandes responsáveis pelo “consumo formiga”, como é conhecida a venda de insumos para pequenas obras, reforma e reparos.

“O Toca Obra é o primeiro negócio do grupo 100% digital, é um trampolim para a transformação digital do pequeno varejo da construção”, afirma a diretora da nova empresa, a francesa Lucile Charpentier.

A executiva não revela quanto foi investido na nova empresa. Diz que hoje tem 130 varejistas na plataforma espalhados por nove Estados e quer reunir 500 até dezembro, no Brasil inteiro. Até 2023, a meta é que R$ 500 milhões em materiais de construção sejam vendidos por meio da plataforma.

Lucile diz que o varejo online de materiais de construção é ocupado basicamente pelos homecenters (Telhanorte, Leroy Merlin, Sodimac) e por shoppings virtuais que não são especializados.

O grupo, no entanto, enxergou um potencial muito grande de mercado nos pequenos e médios varejistas. E esses empresários não têm recursos próprios para criar e manter sites de lojas virtuais. “Queremos digitalizar o varejo de materiais de construção”, diz ela.

Compartilhamento
Além do cadastro de 40 mil produtos, uma das novidades da plataforma é oferecer o compartilhamento de estoque entre os lojistas.

Por exemplo, se uma loja tem parafuso e o consumidor procura o parafuso e a porca, o lojista que só tem o parafuso poderá vender a porca de outro lojista mediante pagamento de comissão. “Estamos acreditando muito no efeito de economia de rede para ampliar as vendas.”

A plataforma também oferece prestação de serviços ligados à construção, por meio de parceria com a startup GetNinjas, que tem rede de profissionais em sistema freelancer.

Riscos
Claudio Conz, presidente do sindicato que reúne os atacadistas de materiais de construção considera que ida das lojas físicas para o varejo virtual um caminho sem volta.

Mas ele lembra que, por conta das especificidades dos materiais de construção, as vendas online não chegam a ser representativas em grandes varejistas dos EUA, como Home Depot e Lowe’s.

“É que material de construção não se trata de uma compra recorrente e requer, na maioria das vezes, orientação de um vendedor”, conclui Conz.

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