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DCI/AE
29/05/2014 08h19 | Atualizada em 29/05/2014 17h26
Para tentar se aproximar do empresariado brasileiro e destravar as concessões de ferrovias, o governo federal vem trabalhando mais próximo aos grupos interessados em participar de licitações públicas. Na última sexta-feira, a Galvão Engenharia arremata o direito de controle da BR-153, que liga Goiás ao Tocantins, com deságio de 46%.
"Foi uma corrida com poucos interessados, na comparação com os anteriores, mas o deságio foi alto e os executivos apontaram uma maior flexibilidade do governo até pelo interesse dele em destravar as concessões ferroviárias este ano", diz o doutor em regulação e concorrência pública e analista do setor, Sérgio Brandão.
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...Para tentar se aproximar do empresariado brasileiro e destravar as concessões de ferrovias, o governo federal vem trabalhando mais próximo aos grupos interessados em participar de licitações públicas. Na última sexta-feira, a Galvão Engenharia arremata o direito de controle da BR-153, que liga Goiás ao Tocantins, com deságio de 46%.
"Foi uma corrida com poucos interessados, na comparação com os anteriores, mas o deságio foi alto e os executivos apontaram uma maior flexibilidade do governo até pelo interesse dele em destravar as concessões ferroviárias este ano", diz o doutor em regulação e concorrência pública e analista do setor, Sérgio Brandão.
Durante a abertura das propostas o ministro dos transportes, César Borges, afirmou que a intenção do governo é lançar o edital da primeira ferrovia dentre as nove previstas no Programa de Investimento em Logística (PIL), até agosto. O trecho será entre Lucas do Rio Verde e Campinorte.
"Temos esperança que ainda antes de completar os dois anos (do PIL), em agosto, tenhamos condições de lançar o leilão", diz.
Para Brandão, as chances de o governo destravar antes de agosto o leilão de ferrovias são pequenas. "O ministro precisa manter a intenção de realizar o certame antes de agosto, mas o mercado trabalha com um prazo maior"
Entre os principais entraves para o desenvolvimento das concessões ferroviárias, Brandão ressalta a falta de licenças ambientais em trechos, "Principalmente no Norte e Nordeste", além de custos para desapropriações em locais pontuais. "Algumas empresas ainda estão receosas com os estudos feitos pela União".
Afastando essa possibilidade de problemas, Borges ressaltou que há empresas interessadas no leilão de ferrrovias e destacou a própria Galvão Engenharia. Segundo o vice-presidente do grupo Carlos Namur, o diálogo com o governo está mais aberto. "Isso nos possibilitou que, depois dos estudos de engenharia, tivéssemos a segurança de apresentar uma oferta como essa", disse.
Segundo o diretor de Concessões da empresa, Paulo Coutinho, a Galvão está estudando todos os lotes de ferrovias propostos. Além do interesse por trechos ferroviários, Namur aponta outras frentes de interesse do grupo como novas concessões de rodovias e participação em parceria público privada (PPP) da Tamoios, em junho.
Além de rodovias, a companhia também pretende obter concessões nas áreas de escolas, hospitais e mobilidade urbana, como metrô. "Estamos estudando as próximas concessões (de metrô) que são as linhas 18 e 20 de São Paulo", revelou. Ele não descarta a possibilidade de entrar também no setor portuário.
A concessão
O trecho arrematado pela Galvão contempla 628,8 quilômetros. A tarifa vencedora foi de R$ 4,979 por 100 quilômetros. Também disputavam a concessão a Triunfo Participações, que ofereceu deságio de 0,99%, e o Consórcio Norte-Sul, formado pela EcoRodovias, Queiroz Galvão e Coimex que ofereceu tarifa deságio de 21,49% para cada 100 km.
A conquista da BR-153 pela Galvão Engenharia marca também o retorno da empresa às concessões de rodovias, lembrou Namur. A companhia controlava a concessionária Intervias, hoje no portfólio da Arteris, mas se desfez do ativo. "Era um desejo dos acionistas voltar ao setor", comentou.
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