Naquele momento foi desenvolvido um sistema de garantia da energia com as térmicas. Esse sistema, da época do governo Fernando Henrique, foi criado para ser de contingência. Quando faltasse água nos reservatórios, seria acionado. No meio da emergência, saíram fazendo térmicas.

De lá para cá, houve muito tempo. O governo poderia ter pensado num sistema melhor. Porque esse, da época de FH, mas usado no governo Dilma para reduzir o risco de racionamento, tem dois defeitos: a energia é suja e cara. Portanto, o risco só é menor hoje, por conta disso.

Mas nesses mais de dez anos, poderia ter sido pensado um sistema a energia solar, eólica, que garantisse a falta de água. Quando há menos chuva, há sol, vento.

Em 2000, o país cresceu bastante, entre 4% e 4,5%, e no ano passado, apenas 1%. É o lado "bom", digamos assim, de um Pibinho. O fato de o país não ter crescido muito reduz o risco, mas é triste a gente ter que achar bom uma redução forte do ritmo de crescimento do país.

Se essa questão não for resolvida rapidamente, as empresas deixarão de fazer investimentos em 2013 com medo de faltar energia.

O governo tem de sair desse estado de negação e admitir que há problemas. O ministro Edison Lobão, agora, está negando que a reunião, convocada para amanhã, seja de emergência.

Hoje, o professor Pinguelli Rosa disse, no Bom Dia Brasil, que se há um ano as térmicas tivessem sido mais usadas, poderia ter mais água nos reservatórios.

O governo, portanto, tem que admitir que existe um problema e agir para reduzir o seu impacto na economia.