O governo articula um plano de recuperação da economia para o momento pós-crise do novo Coronavírus.
A ideia é ampliar os investimentos em infraestrutura para estimular a geração de emprego e renda no curto prazo e ampliar a produtividade e a capacidade de crescimento do país no longo prazo ao atacar gargalos existentes.
O plano, apelidado de “Plano Marshall” (em referência à estratégia dos Estados Unidos de financiar a reconstrução e recuperação dos países aliados após a Segunda Guerra Mundial), está sendo delineado por vários ministérios, e as primeiras ideias foram l
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O governo articula um plano de recuperação da economia para o momento pós-crise do novo Coronavírus.
A ideia é ampliar os investimentos em infraestrutura para estimular a geração de emprego e renda no curto prazo e ampliar a produtividade e a capacidade de crescimento do país no longo prazo ao atacar gargalos existentes.
O plano, apelidado de “Plano Marshall” (em referência à estratégia dos Estados Unidos de financiar a reconstrução e recuperação dos países aliados após a Segunda Guerra Mundial), está sendo delineado por vários ministérios, e as primeiras ideias foram levadas na semana passada ao presidente Jair Bolsonaro na reunião do conselho de governo. O Ministério da Economia ainda não está envolvido diretamente nas discussões, segundo apurou a reportagem do Estado de S.Paulo.
O diagnóstico no governo é que a União abriu o cofre para destinar mais de R$ 300 bilhões a políticas que são necessárias (como o auxílio emergencial a trabalhadores informais), mas que na prática são apenas “curativos” para o momento da crise provocada pelo novo Coronavírus.
Mesmo que a atividade econômica tenha uma retomada mais rápida, em formato de “V”, o país chegaria no fim de 2021 ao mesmo patamar em que esteve nos últimos três anos, só que com uma dívida muito maior – 10 pontos porcentuais do PIB.
Ao mesmo tempo, o setor privado ainda estará endividado ou avesso ao risco para entrar numa concessão que dure 20 ou 30 anos.
A avaliação na equipe que trabalha na elaboração do plano é que realizar um conjunto de investimentos em infraestrutura e inovação pode auxiliar no momento pós-crise.
Seriam rodovias, ferrovias, residências e outras obras de infraestrutura que, na visão do governo, ajudariam a gerar emprego e renda no curto prazo e alavancar o potencial de crescimento da economia no longo prazo.
A orientação é manter o plano de concessões e privatizações naquilo que for possível, mas ao mesmo tempo dar uma injeção de estímulos para a economia.
Na área econômica, técnicos lembram que qualquer gasto que extrapole o programa de combate à calamidade, focado em 2020, precisará respeitar as regras fiscais vigentes.
Uma delas é o teto de gastos, mecanismo que limita o avanço das despesas à inflação. Com o avanço das despesas obrigatórias como salários e benefícios previdenciários nos últimos anos, o espaço para investimentos no teto tem caído.
Os técnicos ainda estão discutindo como conciliar o plano com as restrições fiscais do país e com a orientação da equipe econômica, que desde o início do governo tem pregado menor participação do Estado na economia.
Nesse período de 30 anos, apenas em dois o PIB dos Estados Unidos cresceu em ritmo mais lento que sua dívida – ou seja, com a economia acelerada, a proporção da dívida em relação ao PIB caiu. Um resultado semelhante é o que os defensores do plano almejam no Brasil pós-crise do novo Coronavírus.