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Foton oficializa fábrica no Rio Grande do Sul

Após uma negociação repleta de avanços e recuos

Jornal do Comércio/RS

14/08/2013 12h30


Após uma negociação repleta de avanços e recuos, a Foton Aumark oficializou a escolha pelo Rio Grande do Sul para sediar sua fábrica de caminhões. Ontem, dirigentes da empresa e o governador Tarso Genro assinaram protocolo de intenções que garante o investimento em solo gaúcho. Em uma área de 150 hectares em Guaíba, a mesma onde a Ford se instalaria no final dos anos 1990, os chineses vão investir R$ 250 milhões para fazer veículos de até 24 toneladas. A obra está prevista para começar em até 60 dias, logo após a liberação da licença ambiental. A expectativa é de geração de 300 empregos diretos.

Dessa forma, chegou ao final uma novela que se arrastava por meses. No início, a companhia estava inclinada a fazer negócio com o Estado

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Após uma negociação repleta de avanços e recuos, a Foton Aumark oficializou a escolha pelo Rio Grande do Sul para sediar sua fábrica de caminhões. Ontem, dirigentes da empresa e o governador Tarso Genro assinaram protocolo de intenções que garante o investimento em solo gaúcho. Em uma área de 150 hectares em Guaíba, a mesma onde a Ford se instalaria no final dos anos 1990, os chineses vão investir R$ 250 milhões para fazer veículos de até 24 toneladas. A obra está prevista para começar em até 60 dias, logo após a liberação da licença ambiental. A expectativa é de geração de 300 empregos diretos.

Dessa forma, chegou ao final uma novela que se arrastava por meses. No início, a companhia estava inclinada a fazer negócio com o Estado, mas, em seguida, anunciou a intenção de construir no Rio de Janeiro. No último capítulo da trama, voltou atrás e selou um final feliz com o Rio Grande do Sul. “Só iríamos para um local onde já tivesse uma indústria automobilística instalada e aqui há a GM e o polo metalmecânico de Caxias do Sul. Além disso, queríamos um terreno que não demandasse investimento grande em terraplanagem. Esses foram os atrativos do Rio Grande do Sul”, diz Luiz Carlos Mendonça de Barros, presidente da Foton Aumark, representante da Beiqi Foton Motor no Brasil.

O dirigente da Foton lembra que a área oferecida pelo governo fluminense possuía uma série de empecilhos para construção. Em meio a esse cenário, o Rio Grande do Sul voltou à carga nas negociações e fez ajustes na modelagem financeira de sua proposta. Como o aporte na fábrica será feito por meio de financiamento do Bndes, os chineses precisariam de um empréstimo-ponte até que o dinheiro fosse liberado. Isso porque a aprovação do pedido ao banco federal levará até um ano para se concretizar. “No início das negociações, estávamos discutindo com o governo um empréstimo com o Badesul. Só que o Badesul não tinha capital suficiente para fazer a operação e a coisa não deslanchou por causa disso”, explica Barros.

O acordo para a realização da planta em Guaíba só foi sacramentado quando, nas últimas semanas, o governo do Estado colocou o Banrisul na jogada. O banco estatal fará um empréstimo-ponte de R$ 40 milhões, o que viabilizará a primeira fase da iniciativa. “Os recursos serão liberados pelo Banrisul em até 90 dias. Esse empréstimo-ponte será devolvido quando o Bndes começar a liberar as verbas”, afirma o presidente da Foton Aumark. Em relação às isenções fiscais, o empreendimento seguirá os padrões do Fundopem.

A intenção dos dirigentes da empresa é começar a produzir no final de 2015. No primeiro ano, devem ser confeccionados 21 mil veículos. A partir de 2018, a meta é chegar a 50 mil unidades anuais, com perspectivas de exportação para o Mercosul e a África. Para se enquadrar às exigências do programa Inovar Auto, da administração federal, os asiáticos aumentarão, progressivamente, a quantidade de peças brasileiras utilizadas na montagem dos caminhões. A iniciativa exige que pelo menos 65% dos componentes sejam nacionais.

O percentual requisitado de peças nacionais é comemorado pelo governador Tarso Genro, visto que a Foton só utiliza componentes comprados de parceiros. “Esse é o tipo de investimento que não se mede só pela cifra, mas sim pelo impulso a toda a cadeia produtiva. Precisávamos de uma fábrica dessa natureza”, avalia. Segundo o chefe do Executivo, a estrutura local foi fundamental para se chegar a um consenso. “Quando eles resolveram ir para o Rio de Janeiro, tomaram um choque de realidade. Quando se depararam com os espaços oferecidos lá, as nossas vantagens se tornaram mais competitivas”, acredita.

Um dos articuladores do negócio, o secretário de Desenvolvimento e Promoção do Investimento, Mauro Knijnik, já vislumbra os benefícios indiretos proporcionados pelo empreendimento. “Haverá uma onda de empresas sistemistas interessadas em se instalar aqui”, projeta. No terreno onde será construída a planta, há 50 hectares destinados para a instalação de fornecedores.

Rio de Janeiro reage com ‘perplexidade’ à decisão chinesa de optar pelo Estado

Em meio a uma série de notícias negativas para o governo Sergio Cabral, a empresa chinesa Foton deu uma boa estocada na gestão fluminense ao voltar atrás da decisão de construir a fábrica de caminhões leves naquele estado, projeto que significaria que o investimento de R$ 250 milhões ficaria no Rio de Janeiro.

Anunciada no início de julho em uma coletiva pelo secretário de Desenvolvimento Econômico, Energia, Indústria e Serviços do Rio, Júlio Bueno, a fábrica seria construída em Itatiaia ou Seropédica, com previsão de começar a operar no início de 2015.

Bueno se disse “perplexo” com a desistência da empresa asiática, que, segundo ele, estava em negociações sobre detalhes da parceria com o estado, que seria sócio do projeto.

O secretário informou que já estava acertada, inclusive, uma viagem na próxima segunda-feira para a China, onde seria assinado um protocolo de intenções.

“Estávamos com tudo absolutamente encadeado. Todas as tratativas para finalizar o protocolo de intenções estavam avançadas”, disse Bueno, após a empresa anunciar a opção pelo Rio Grande do Sul.

O estado do Rio de Janeiro doaria o terreno para a instalação da operação e faria um empréstimo-ponte de R$ 45 milhões, além de assegurar que participaria como sócio do projeto, em percentual não divulgado.

O secretário de Cabral afirma que também seriam oferecidos incentivos tributários à semelhança dos oferecidos pelo governo do Rio Grande do Sul. “Essa situação é absolutamente inédita”, esbravejou Bueno.

 

 

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