O faturamento da indústria e o nível de atividade iniciaram o segundo semestre deste ano em queda, segundo números divuglados nesta quarta-feira (5) pela Confederação Nacional da Indústria (CNI).

De acordo com relatório da entidade, o faturamento do setor industrial teve redução de 2,4% em julho, enquanto que as horas trabalhadas na produção (indicador de atividade) recuaram 0,3% no mês retrasado. Os índices já descontam os efeitos sazonais.

Apesar dos números negativos do faturamento e do ritmo da atividade industrial, o emprego registrou crescimento de 0,2% em julho. Trata-se do terceiro mês consecutivo de expansão deste indicador. O nível de uso do parque fabril, chamado de utilização da capacidade instalada, também avançou no mês retrasado, atingindo 81,6%, contra 80,7% em junho.

"Sinais ambíguos"

Por conta disso, a CNI avaliou que a indústria de transformação iniciou o segundo semestre deste ano com "sinais ambíguos". Admitiu, ainda, que a recuperação esperada para a atividade industrial no começo do segundo semestre "não se consolidou".

Sobre o rendimento dos trabalhadores do setor industrial, a CNI informou que foi registrado um aumento em todas as bases de comparação. Os salários reais cresceram, segundo a entidade, 3,4% em julho e acumularam alta de 6,1% na parcial dos sete primeiros meses deset ano. Já o rendimento médio dos trabalhadores subiu 3% em julho, contra junho, e tiveram alta também de 6,1% no acumulado de 2012.

Acumulado do ano

Na parcial de janeiro a julho deste ano, a Confederação Nacional da Indústria informou que foi registrado um crescimento de 3,4% contra igual período de 2011. Trata-se do resultado mais baixo, para este período, desde 2009 - na primeira etapa da crise financeira internacional. Naquele momento, ocorreu uma retração de 8,5% no faturamento industrial.

As horas trabalhadas na produção, por sua vez, registraram uma queda de 1,5% na parcial dos sete primeiros meses deste ano, enquanto que o emprego industrial recuou 0,1%. Os dois resultados também são os piores, para este período, desde 2009, quando as horas trabalhadas caíram 8,8% e o emprego industrial recuou 3,2%.