Mercado
Folha de São Paulo
14/06/2017 17h25 | Atualizada em 14/06/2017 21h17
Daniela Stasiak Bibas se fez essa pergunta quando, após mais de dez anos no mercado de moda, decidiu apostar em uma confecção infantil, a Que te Encante. A comerciante de Curitiba (PR) tinha produtos vendidos em cinco lojas de três Estados.
A empresária queria testar a aceitação da marca para ver o quanto poderia expandir e decidiu investir em uma feira de pequeno porte. Isso aconteceu há dez anos, quando participou pela primeira vez da Ópera, mostra voltada para o setor infantil.
"Saí de lá com 30 novos compradores. Poderia ter escolhido uma rede de representantes, mas queria falar diretamente com o cliente, ter uma visão geral do mercado", afirma a
...Daniela Stasiak Bibas se fez essa pergunta quando, após mais de dez anos no mercado de moda, decidiu apostar em uma confecção infantil, a Que te Encante. A comerciante de Curitiba (PR) tinha produtos vendidos em cinco lojas de três Estados.
A empresária queria testar a aceitação da marca para ver o quanto poderia expandir e decidiu investir em uma feira de pequeno porte. Isso aconteceu há dez anos, quando participou pela primeira vez da Ópera, mostra voltada para o setor infantil.
"Saí de lá com 30 novos compradores. Poderia ter escolhido uma rede de representantes, mas queria falar diretamente com o cliente, ter uma visão geral do mercado", afirma a empresária, que hoje administra uma rede com mais de 190 lojas.
Ela já mexeu no portfólio graças à experiência proporcionada pelas feiras. "Aqui no Sul, a gente faz uma coleção de inverno mais pesada. Para agradar também ao comprador do Nordeste, passamos a investir em opções com tecidos leves", diz.
Segundo especialistas do setor, a opção foi acertada.
"A participação de um expositor de pequeno ou médio porte traz oportunidades que vão além da apresentação a possíveis clientes. Ele pode conhecer outros expositores, novos produtos e diferentes serviços, que permitem estabelecer parcerias e gerar novos negócios", diz Lygia Pontes, professora do curso de férias da ESPM "A Importância do Networking para o Sucesso Profissional".
A Ópera, por exemplo, começou quase informal, há 15 anos, em um hotel. Já chegou a ter 220 expositores -na última edição, abrigou 125.
"A curadoria é muito importante. Você tem que mostrar o que há de melhor naquela fatia do mercado. Um produtor bem estruturado, com produtos interessantes, pode entrar mesmo sendo pequeno", diz Frederico de Cunto, diretor-executivo do evento.
As feiras pequenas e médias -com até 15 mil metros quadrados- são apontadas como boa opção mesmo para produtores menores, sem muita verba de marketing. No calendário 2017 da Ubrafe (União Brasileira dos Promotores de Feiras), representam metade dos eventos realizados em São Paulo.
Na última edição da Ópera, Daniela gastou cerca de R$ 40 mil em um estande com 35 metros quadrados, viagem, decoração e pessoal.
Para quem está começando, o valor pode assustar. Mas feiras de pequeno e médio portes como essas têm a vantagem de uma maior versatilidade de espaços, que cabem em diferentes bolsos. A Ópera oferecia estandes de 4 a 160 metros quadrados -o preço do aluguel do metro quadrado era de R$ 650.
Em São Paulo, aliás, foi ampliada a oferta de locais que abrigam feiras menores. Pavilhões tradicionais têm "fatiado" sua áreas, e novos espaços têm surgido.
"As feiras grandes dão uma visão mais completa do mercado, mas você sofre com excesso de informação. Em uma menor, com boa curadoria, a visão é focada nos melhores players do mercado", avalia Gustavo Carrer, consultor do Sebrae-SP, lembrando que os eventos hoje têm seus próprios aplicativos, que facilitam o deslocamento.
O Pro Magno, que recebeu a Beefexpo (evento indoor da cadeia da carne bovina) na semana passada, é um exemplo de novo espaço. Foi montado após uma pesquisa mostrar aos investidores que o "mercado de eventos de pequeno e médio portes tinha muito a crescer", conta Beni Piatetzky, diretor comercial e de marketing do pavilhão.
O espaço foi aberto em 2014 e, neste ano, tem previsão de 54% de ocupação.
"Antes, tudo acontecia em uma única feira. Mas o número de empresas daquele setor aumenta, junta-se a um grupo que não cabe ali porque deseja atenção diferenciada e cria um espaço dedicado só àquele segmento", analisa Armando Campos Mello, presidente-executivo da Ubrafe.
27 de agosto 2020
02 de julho 2020
Av. Francisco Matarazzo, 404 Cj. 701/703 Água Branca - CEP 05001-000 São Paulo/SP
Telefone (11) 3662-4159
© Sobratema. A reprodução do conteúdo total ou parcial é autorizada, desde que citada a fonte. Política de privacidade