Revista M&T
10/05/2022 14h37 | Atualizada em 04/08/2022 13h39
A emulsão asfáltica é um dos produtos mais caros utilizados em uma obra rodoviária. Quanto melhor for a qualidade desse insumo e sua homogeneidade, mais satisfatório será o resultado na construção do pavimento. Por isso, a tecnologia dos espargidores tem evoluído de maneira singular, atendendo às expectativas de construtoras, empreiteiras e de quem utiliza a rodovia.
O avanço tem possibilitado aument
...
A emulsão asfáltica é um dos produtos mais caros utilizados em uma obra rodoviária. Quanto melhor for a qualidade desse insumo e sua homogeneidade, mais satisfatório será o resultado na construção do pavimento. Por isso, a tecnologia dos espargidores tem evoluído de maneira singular, atendendo às expectativas de construtoras, empreiteiras e de quem utiliza a rodovia.
O avanço tem possibilitado aumento da produtividade, garantindo uniformidade na aplicação do material ligante e redução de desperdício da emulsão. Para isso, esses equipamentos possuem um tanque contendo emulsões asfálticas, aquecimento e bombeamento para pavimentar o solo de rodovias e vias públicas. O material dispõe de impermeabilizantes e ligas que realizam a aspersão do betume, tornando a máquina capaz de imprimar a pista na área construída.
A estrutura conta com motor hidráulico, bomba de fluxo variável e painel lógico programado para oferecer exatidão, garantindo que a faixa de aplicação do material decorra normalmente, sem deformidades. Existem diferentes tecnologias para a barra espargidora, com modelos equipados com controle eletrônico, pneumáticos e tapa-buraco, entre outras. Cada equipamento oferece uma maneira distinta de aplicação da emulsão asfáltica.
Com o processo de assimilação de tecnologia, o mercado já conta com modelos que não precisam de operadores para controlar a barra ou a caneta espargidora, pois o processo é automatizado por meio de GPS. Os principais tipos disponíveis no mercado incluem modelos mecânicos, hidrostáticos e eletrônicos.
Dependendo do tipo, o operador pode ficar embarcado na cabine do caminhão e controlar a barra espargidora instalada na traseira do equipamento, com taxa de aplicação uniforme em todo o processo.
Telemetria ainda não está totalmente difundida no mercado de espagidores, mas vem avançando
ELETRÔNICA
Especialista do departamento comercial da LDA Equipamentos, o engenheiro Paulo Silva observa que, embora não seja uma tecnologia recente, o sistema de telemetria com uso do GPS (para leitura de velocidade com precisão e confiabilidade) ainda não está totalmente difundido no mercado, devido principalmente ao custo-benefício. “E necessário escala maior na produção e demanda por parte dos clientes”, ressalta.
Com olhar no futuro, Silva diz já vislumbrar espargidores autônomos nos canteiros. “Para isso, é necessário que os equipamentos sejam equipados com uma série de sensores, além de câmeras e módulos de percepção do ambiente em 3D, que os ajudarão a se movimentar em meio aos perigos dos canteiros”, comenta. “Ainda assim, algoritmos avançados, rede neural e sistema 5G serão fundamentais para a adoção.”
Ao contrário do que ocorre com outros tipos de máquinas, em espargidores a eletrônica embarcada, assim como o controlador e o processador, possui linguagem de fácil assimilação. “O sistema dispõe de controle eletrônico de vazão, controle de aplicação da barra/bicos, leitura de velocidade em relação à taxa de aplicação, boia eletrônica digital para controle do nível de material no tanque, leitura de rotação da bomba, leitura de rotação da 5a roda e horímetro”, conta Silva.
Com esses pontos em destaque, o espargidor eletrônico garante automaticamente a taxa de aplicação, mesmo que haja alteração na velocidade do caminhão, possibilitando maior precisão e eficácia no projeto ao evitar desperdício de material e problemas como exsudação e desagregação.
Porém, antes de utilizar o equipamento, é necessário dimensioná-lo de maneira adequada. Para Leonardo Carvalho, coordenador de vendas da SR Equipamentos Rodoviários, isso exige análise do tipo de obra e do nível de complexidade, definindo os recursos necessários. “O ponto mais relevante é a acuracidade no traço entregue pelo equipamento”, aponta. “Caso isso não ocorra, a sequência estará comprometida.”
Com efeito, o espargidor deve manter o material ligante homogeneizado na temperatura ideal e entregar exatamente a taxa de aplicação almejada. “O excesso ou a falta de material afetam a durabilidade do pavimento e geram prejuízos”, sublinha Thiago Sebber Romanelli, coordenador comercial da Romanelli, que detém a Tecnologia eFlow, um processador eletrônico que faz a parametrização do equipamento.
“Se o operador insere a taxa de 1 litro por m², por exemplo, o sistema faz a leitura da velocidade do caminhão e gera uma compensação entre fluxo e velocidade, garantindo exatamente a taxa de aplicação desejada e eliminando a possibilidade de erros”, diz.
Processadores eletrônicos fazem a parametrização do equipamento
MANUTENÇÃO
De acordo com Carvalho, da SR, para manter a produtividade em nível elevado é preciso que a manutenção esteja em dia, respeitando as diretrizes do manual. “Para manter a produção em alto nível, o responsável pela equipe deve qualificar e valorizar seu pessoal”, acentua. “No que se refere às questões técnicas, o que possibilita uma aplicação mais homogênea, com camadas uniformes, são a temperatura correta da emulsão e a calibragem do sistema de espargimento.”
Em relação à produção, Silva reforça que o treinamento é decisivo para atingir bons resultados no processo da aplicação e, ainda, uma melhor compreensão das funcionalidades do equipamento. “A taxa de aplicação da emulsão é dada pela relação entre a vazão da bomba e a velocidade do caminhão, multiplicada pela largura da barra ou bicos abertos”, explica.
Segundo ele, a principal diferença do modelo eletrônico é que dispõe de regulagem variável, enquanto o convencional tem regulagem fixa. “Nesse caso, existe variação de velocidade no caminhão, que não é compensada pela bomba de emulsão”, adiciona.
Conforme é aplicado, o material espargido tende a ficar impregnado no equipamento, o que exige procedimentos de manutenção contínuos e bem-elaborados. Por se tratar de emulsão asfáltica, o material deriva de petróleo disperso na água contendo aditivos dispersantes, que, por natureza, não se misturam. “Portanto, a limpeza da barra espargidora e dos bicos é a principal manutenção para o bom funcionamento dessas máquinas”, especifica Silva, da LDA.
Se a limpeza não for realizada de forma adequada, o material ficará rígido e impregnado na próxima utilização, podendo danificar o equipamento, além, é claro, de atrasar a aplicação do material. Na entrega técnica, geralmente é evidenciado o procedimento correto dessa operação.
Carvalho observa que, apesar de os equipamentos contarem com sistemas eficientes de autolimpeza, é necessário intensificar a cultura da limpeza e revisão básica do equipamento ao final de cada expediente. “Em nossas visitas de campo, percebemos que as empresas estão avançando bastante, com planos baseados em manuais e informações dos fabricantes”, avalia. “Isso minimiza o risco de danificar componentes nos equipamentos com tecnologia embarcada.”
OFERTA
De acordo com o especialista, a automatização é um dos recursos que mais se sobressaem nos espargidores fornecidos pela SR, que se diferenciam com a entrega de 100% da taxa selecionada pelo operador ou engenheiro da obra, segundo a fabricante. “A qualidade dos componentes aplicados também é um diferencial, pois trabalhamos com fornecedores certificados e sempre com produtos nacionais”, assegura. “Estamos trabalhando forte na automatização, buscando aprimorar ainda mais a relação homem-máquina para torná-la mais eficiente, segura e acessível, com linguagens mais simples e processos interativos.”
Por sua vez, a LDA é focada em desenvolver tecnologias simplificadas, com custo-benefício compatível nos diferentes modelos de espargidores mecânicos, hidrostáticos e eletrônicos. Para todas as linhas, os equipamentos possuem tanque ‘dual’ (bipartido) para armazenamento de dois tipos de produtos. Por exemplo, emulsões convencionais, modificadas, CM-30 e Asfalto Diluído de Petróleo (ADP), o que facilita a operação, aumenta a taxa de utilização do equipamento e a rentabilidade nos diferentes tipos de obras.
“Os espargidores possuem um amplo check-list de recursos e diferenciais, que comprovam o desempenho, a tecnologia de ponta e a economia com produtividade”, frisa Silva, destacando outras características, como a usinagem dos bicos e da barra espargidora, responsáveis pelo controle do ângulo do espargimento da emulsão, e o controle da altura da aplicação do material. “Outro fator importante na homogeneidade na aplicação é a calibração das bombas”, finaliza.
MERCADO
Segmento vive aquecimento de vendas
Apesar dos desafios impostos pela pandemia, a LDA computou um crescimento de 12,87% em 2021 em relação ao ano anterior. Em razão dos reflexos provocados pelo coronavírus, que impactaram bruscamente os fabricantes de implementos, o especialista do departamento comercial da LDA, Paulo Silva, informa que a empresa sentiu problemas de abastecimento por parte dos fornecedores, principalmente a falta e demora de matérias-primas vitais como aço e itens comerciais. Esse cenário foi comum para todos os fabricantes de máquinas. “Mas estamos otimistas para 2022, com uma expectativa de vendas superior à do ano passado”, prevê.
Mesmo com os impactos da pandemia, setor está confiante em 2022
Leonardo Carvalho, coordenador de vendas da SR, compartilha a percepção. “As expectativas são muito boas, já iniciamos o ano com a nossa linha de produção a pleno vapor”, comemora. “Não temos do que nos queixar de 2021, pois fizemos parcerias fortes que nos possibilitaram levar nossos equipamentos a novos e importantes mercados, tornando a marca cada vez mais consolidada no ramo da pavimentação.”
De acordo com ele, o ano passado foi um dos melhores exercícios recentes para a SR Equipamentos, com metas superadas, vendas com aumento considerável e reconhecimento cada vez maior da marca pelo mercado. “Há alguns gargalos para entrega de máquinas, mas temos trabalhado com planejamento sempre à frente, para superá-los sem maiores transtornos”, arremata.
TECNOLOGIA
Nova geração de espargidores de ligante promete maior eficiência
Lançados em 2020, os novos modelos das séries TC e MC da Streumaster agregam sistema automático de dosagem, unidade de pesagem eletrônica Weightronic, dispositivo pneumático de enchimento bilateral de alta velocidade, eclusas dosadoras autolimpantes (construídas em carcaça especial com zonas de pressão e alívio), painel operacional atualizado com display em cores de 12 polegadas e sistema opcional de câmera, prometendo máxima precisão de equipamentos projetados como reboques ou para montagem em veículos de transporte.
Soluções da Streumaster são indicadas para espargimento de agentes ligantes em grandes áreas
Com capacidade de carregar até duas toneladas de ligantes por minuto e por conexão, o processo de enchimento pode ser realizado em ambos os lados, graças a dois tubos de conexão de grandes dimensões. Por padrão, são fixados na parte traseira da máquina, permitindo que os caminhões-silo se desloquem e realizem o enchimento mesmo quando o espaço for limitado ou houver fluxo de tráfego.
“O novo dispositivo de enchimento pneumático de alta velocidade e a nova geometria do reservatório garantem o enchimento rápido e a distribuição uniforme do material”, diz a empresa. “Um sistema de filtro automático opcional também permite o enchimento livre de poeira.”
Saiba mais:
LDA: www.ldaequipamentos.com.br
Romanelli: www.romanelli.com.br
SR: https://srequipamentos.com.br
Streumaster: www.streumaster.com
13 de novembro 2024
13 de novembro 2024
Av. Francisco Matarazzo, 404 Cj. 701/703 Água Branca - CEP 05001-000 São Paulo/SP
Telefone (11) 3662-4159
© Sobratema. A reprodução do conteúdo total ou parcial é autorizada, desde que citada a fonte. Política de privacidade