Mercado
O Estado de S.Paulo
05/02/2010 15h12 | Atualizada em 05/02/2010 17h33
Órgão ambiental reconhece que combustível de cana reduz emissão de dióxido de carbono em 61%
O etanol brasileiro conquistou ontem a maior vitória dos últimos tempos: a chancela para entrar nos Estados Unidos e, posteriormente, no mercado global. A Agência Americana de Proteção Ambiental (EPA) classificou o etanol feito de cana-de-açúcar como um combustível avançado, que reduz a emissão de dióxido de carbono (CO2) em 61% comparado à gasolina.
A decisão abre um mercado para o biocombustível brasileiro nos EUA entre 15 bilhões e 40 bilhões de litros nos próximos 12 anos.
"O impacto de médio e longo prazos dessa decisão é mais importante até que uma eventual redução da tarifa de importação de etanol dos Esta
...
Órgão ambiental reconhece que combustível de cana reduz emissão de dióxido de carbono em 61%
O etanol brasileiro conquistou ontem a maior vitória dos últimos tempos: a chancela para entrar nos Estados Unidos e, posteriormente, no mercado global. A Agência Americana de Proteção Ambiental (EPA) classificou o etanol feito de cana-de-açúcar como um combustível avançado, que reduz a emissão de dióxido de carbono (CO2) em 61% comparado à gasolina.
A decisão abre um mercado para o biocombustível brasileiro nos EUA entre 15 bilhões e 40 bilhões de litros nos próximos 12 anos.
"O impacto de médio e longo prazos dessa decisão é mais importante até que uma eventual redução da tarifa de importação de etanol dos Estados Unidos", avaliou o representante-chefe da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica), em Washington, Joel Velasco. As usinas nacionais trabalham há dois anos para convencer o órgão americano do benefício do etanol para reduzir a emissão de gases de efeito estufa.
A nova legislação americana estabelece um consumo mínimo de biocombustíveis superior a 45 bilhões de litros este ano. A previsão é elevar esse volume para até 136 bilhões de litros em 2022. Uma fatia de 80 bilhões de litros será reservada para os biocombustíveis avançados, que são celulósico, diesel de biomassa e outros. O etanol brasileiro tem agora uma fatia garantida de 15 bilhões de litros ? um volume três vezes maior que todo o etanol exportado pelo Brasil em 2008.
Para ser considerado um biocombustível avançado, é preciso reduzir a emissão de CO2 em pelo menos 40% em relação à gasolina. Além de ocupar o espaço reservado para os "outros avançados", os usineiros brasileiros querem convencer os Estados Unidos de que o etanol de cana-de-açúcar pode ser usado também no lugar do celulósico, que ainda não tem produção comercial e deve chegar ao mercado com um custo bastante elevado.
A classificação de "avançado" é uma grande vitória para o combustível brasileiro. Antes dessa decisão, a agência americana já havia soltado uma minuta em que sinalizava que o etanol de cana reduzia em apenas 26% as emissões de CO2. O cálculo considerava outros fatores, como o uso da terra, ou seja, o aumento da área plantada de cana deslocaria outras culturas rumo a Amazônia.
O porcentual de 61% estabelecido pela EPA veio próximo do pleito da Unica, que dizia que o etanol reduz em 72% as emissões de CO2. O etanol de milho, por sua vez, diminui em 20% comparado à gasolina. Os produtores de milho fazem forte lobby no Congresso dos EUA por seu combustível.
Para combater esse protecionismo, a Unica montou uma estrutura, em Washington e no Brasil, com cientistas, professores e especialistas de lobby. "Boa parte da decisão dos EUA foi resultado do estudo técnico que enviamos à EPA", disse o diretor executivo do Instituto de Estudos do Comércio e Negociações Internacionais (Icone), André Nassar.
O próximo passo da Unica é derrubar a tarifa de importação do etanol nos EUA, que está em US$ 0,54 por galão, e expira no fim do ano.
27 de agosto 2020
02 de julho 2020
Av. Francisco Matarazzo, 404 Cj. 701/703 Água Branca - CEP 05001-000 São Paulo/SP
Telefone (11) 3662-4159
© Sobratema. A reprodução do conteúdo total ou parcial é autorizada, desde que citada a fonte. Política de privacidade