RESULTADOS
Jornal do Comércio
29/05/2019 11h00 | Atualizada em 29/05/2019 18h25
A retração econômica brasileira, responsável por deixar em marcha lenta o setor produtivo no país, vem atingindo significativamente áreas importantes, como a infraestrutura.
O mercado da construção civil, que já amargura queda nos últimos anos, segue com projeção de baixa pelo menos até 2024.
A estimativa faz parte de estudo realizado pela Neoway, empresa catarinense de big data que mapeou dados públicos para acompanhar o andamento de obras em segmentos como energia, saneamento, óleo e gás, transporte, indústria e infraestrutura esportiva.
As obras previstas para o período de 201
...A retração econômica brasileira, responsável por deixar em marcha lenta o setor produtivo no país, vem atingindo significativamente áreas importantes, como a infraestrutura.
O mercado da construção civil, que já amargura queda nos últimos anos, segue com projeção de baixa pelo menos até 2024.
A estimativa faz parte de estudo realizado pela Neoway, empresa catarinense de big data que mapeou dados públicos para acompanhar o andamento de obras em segmentos como energia, saneamento, óleo e gás, transporte, indústria e infraestrutura esportiva.
As obras previstas para o período de 2019 a 2024 somam R$ 759,6 bilhões em investimentos no país, alta de 5,6% em relação ao período de 2018 a 2023.
O crescimento, no entanto, concentra-se em obras em fase de projeto e intenção. Considerando-se somente as obras em execução, que totalizam R$ 46,9 bilhões, a retração nos investimentos chega a 38% frente à análise anterior.
Rodolfo Menezes, coordenador de customer success da Neoway, explica que o estudo é um termômetro para o mercado da construção em infraestrutura.
"Por ser um setor muito sensível ao cenário político-econômico, o levantamento é um reflexo do que está acontecendo e uma importante ferramenta para entender quais setores e que tipos de obras são mais estratégicos", comenta Menezes.
A pesquisa separou os empreendimentos em dois grandes eixos: os que se encontram em andamento ou paralisados, e os que estão em fase de projeto ou em intenção de saírem do papel.
No primeiro recorte, o levantamento mostra que as obras em andamento e paralisadas totalizam R$ 55 bilhões no país no período de 2019 a 2024, investimento 40% menor comparado ao período de 2018 a 2023.
ORio Grande do Sul detém somente 3,5% dessa parcela, somando verba de R$ 1,93 bilhões para obras em andamento.
No âmbito nacional, dentre os setores que concentram a maior parte dos investimentos estão transporte e vias urbana (49,2%), seguido por energia (32,2%) e saneamento (11,8%).
Transporte e indústria, no entanto, concentram as quedas mais expressivas em valor de investimento.
O primeiro grupo viu cair a verba deR$ 45,8 bilhões entre 2018 e 2023 para R$ 27,1 bilhões de 2019 a 2024. Já a indústria registrou queda de R$ 12,4 bilhões para R$ 3,0 bilhões entre os dois períodos.
Jamila Rainha, coordenadora de pesquisa da Neoway, explica que parte do recuo no setor ocorre porque grandes projetos já foram concluídos e porque novos empreendimentos ainda não têm previsão ou valor de investimento.
Entre 2019 e 2024, 14,7% do total de investimentos em obras classificadas como "em andamento" estão paralisados. Embora o percentual esteja próximo à análise anterior (17,4%), o valor absoluto recuou. De acordo com o levantamento, isso ocorre devido a falta de perspectiva de retomada das obras.
Dentre o número de obras paralisadas, no período de 2018 a 2023 eram 367 empreendimentos sem qualquer movimento, contra 337 na análise atual, queda de 8%.
A região Sudeste concentra a maior parte dos investimentos em obras em andamento (32,7%), seguido da região Nordeste (26,1%).
O Sul surge em terceiro lugar, com 10,7% do total, onde lideram os investimentos em rodovia (28,5%), geração (19,0%) e indústria (16,7%).
Os investimentos emrodovias (69,5%) e transmissão (20,5%) despontam na análise do país como um todo, somando R$ 7,7 bilhões.Seis estados representam cerca de 55% das obras em andamento e paralisadas, sendo que São Paulo, Rio de Janeiro e Bahia detém os maiores volumes de investimentos.
Em sentido inverso, o estudo mostra que houve alta de verba alocada para obras em fases de projeto e intenção entre 2019 e 2024, somando R$ 704,6 bilhões e crescimento de 12,3% frente ao período anterior.
Desse total, 14,5% possuem previsão de início de obra, ante aos 10% apresentados entre 2018 a 2023 e distante dos 32,6% projetados de 2017 a 2022.
Em termos regionais, o Sudeste concentra 29,2% dos investimentos em obras em projeto e intenção, seguido do Nordeste (27,3%). A região Sul também aparece em terceiro lugar nesse quesito, com 15,9% do total de investimentos em obras em projeto e intenção e com destaque para obras de rodovia (32,3%), indústria (27,8%) e geração (12,4%).
Os estados que concentram o maior número de projetos são São Paulo (15,1%) e Pernambuco (12,5%).No Rio Grande do Sul, são 5,5% das obras, lideradas pela indústria (33,7%), geração (32,2%) e rodovia (24,7%).
23 de julho 2020
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