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Assessoria de Imprensa
23/07/2020 11h00
O desenvolvimento da engenharia ambiental no Brasil possibilita que áreas urbanas, com suspeita ou certeza de contaminação, sejam valorizadas para sua reutilização.
Isso porque o avanço das tecnologias para a remediação e gerenciamento dessas brownfieds permite que incorporadoras e construtoras implantem novos projetos nesses locais sem risco de expor as pessoas a contaminação.
Conforme comentou o engenheiro químico e ambiental Enrico Valente, que lidera o time de diagnóstico ambiental da EBP Brasil há 2 anos, durante na BW LIVE: Situação atual e o futuro do gerenciamento de passivos ambientais, esse mercado tem ba
...O desenvolvimento da engenharia ambiental no Brasil possibilita que áreas urbanas, com suspeita ou certeza de contaminação, sejam valorizadas para sua reutilização.
Isso porque o avanço das tecnologias para a remediação e gerenciamento dessas brownfieds permite que incorporadoras e construtoras implantem novos projetos nesses locais sem risco de expor as pessoas a contaminação.
Conforme comentou o engenheiro químico e ambiental Enrico Valente, que lidera o time de diagnóstico ambiental da EBP Brasil há 2 anos, durante na BW LIVE: Situação atual e o futuro do gerenciamento de passivos ambientais, esse mercado tem bastante potencial, apesar de ainda ser embrionário no país, principalmente, por conta da existência de áreas sem risco de contaminação, denominadas de greenfields.
Um exemplo citado por ele foi a migração ou desativação de indústrias que, por se situarem em pontos estratégicos, podem ser locais adequados para investimentos em galpões logísticos.
Nesse caso, se houver algum tipo de suspeita de contaminação, é preciso realizar um bom trabalho de auditoria para mapeamento desse passivo ambiental. Contudo, em algumas situações, não será necessário aplicar tecnologias de remediação.
“Se essas etapas iniciais forem feitas de forma adequada, já na fase de projeto poderá ser mitigada a questão. Aliás, os cuidados no projeto reduzem qualquer custo relacionado ao trabalho de remediação, porque essa etapa proporciona várias oportunidades de lidar com o problema”.
De acordo com Valente, entender o problema sempre será mais barato do que resolver a questão. Por isso, ele ratificou a importância do planejamento e do projeto.
“Hoje, os novos projetos são feitos para que não haja mais brownfields. Existe uma preocupação prévia para a criação de ambientes com menos riscos de contaminação e até para prevenção de eventuais acidentes”.
Como exemplo, ele citou os postos de combustíveis, que atualmente utilizam tanques enterrados, porém não mais de aço, e sim de fibra, com parede dupla e com um vácuo entre elas, que possibilita monitorar o equipamento e intervir em caso de qualquer problema.
Durante a BW LIVE, o moderador Vagner Barbosa, responsável pelo marketing da BW Expo, Summit e Digital 2020, questionou Valente sobre o risco de investir nessas áreas.
Ele respondeu que o empreendedor precisa realizar uma avaliação para entender o tamanho do passivo ambiental da área, a fim de planejar seu negócio. “Ele precisa ter certeza que o investimento a ser feito terá um retorno e que não gerará um ônus ainda maior”, disse.
Sobre essa avaliação, o engenheiro da EBP Brasil explicou que a auditoria serve para identificação de áreas potencialmente contaminadas.
Para isso, a empresa de engenharia ambiental entrevista pessoas, faz um levantamento histórico do local e coleta dados do órgão ambiental ou da prefeitura. Com base nessas informações, segue para uma nova fase, que inclui, entre outras ações, a coleta de amostra do solo e da água subterrânea.
É possível ainda adotar uma tecnologia de sondagem, no qual ferramenta de alta resolução perfura o solo e a cada centímetro identifica os índices de contaminantes.
Entretanto, nem sempre é possível seguir as fases de forma sequencial, às vezes, elas precisam ser trabalhadas paralelamente, segundo explicou Valente no evento on-line da BW 2020.
“O empreendedor demanda agilidade na obtenção de informações, por isso, em alguns casos, antecipamos etapas para atender essa questão. Mas, tudo também irá depender da auditoria e do tipo de contaminante na área para as próximas etapas”.
Além disso, há também os modelos estatísticos oferecidos pelas empresas de engenharia ambiental que trazem cálculos precisos, que contribuem para adoção de um plano de remediação ambiental assertivo. Caso seja necessária a efetivação desse plano, existem diversas técnicas, que podem ser divididas em quatro grupos: físicas, químicas, biológicas e térmicas.
“As técnicas mais agressivas são usadas em áreas mais contaminadas. As menos agressivas para as menos contaminadas”, afirmou Valente.
Há também situações em que não é possível remediar uma área, então é utilizado o gerenciamento de áreas contaminadas, ou seja, restringir a contaminação para um local delimitado, altamente controlado, sem circulação de pessoas.
Por fim, Barbosa perguntou a Valente sobre a questão da legislação brasileira para o setor. Para o executivo da EBP Brasil, a legislação é indutora para a remediação de áreas contaminadas.
“Em São Paulo, a Cetesb possui uma abordagem bastante equilibrada, entendendo as dificuldades do empreendedor, mas exigindo uma ação quando há alguma confirmação de contaminação”, ponderou. “Isso porque, caso nada seja feito, quanto mais tempo se passar da descoberta da contaminação, mais riscos serão criados”, finalizou.
A íntegra da BW LIVE: Situação atual e o futuro do gerenciamento de passivos ambientais está no Canal da Sobratema no Youtube.
23 de julho 2020
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