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Entrevista. Cláudio Frischtak, presidente da consultoria Inter.B

Para Frischtak, não há garantias de que as concessões vão decolar no País com a volta dos financiamentos do BNDES

O Estado de São Paulo

18/02/2016 00h00


Para Claudio Frischtak, da consultoria Inter.B, não há garantias de que as concessões vão decolar no País com a volta dos financiamentos do BNDES. A seguir, os principais trechos da entrevista.

Como o sr. vê o BNDES novamente ampliando a participação nas concessões?

Financiamento é uma condição necessária. Sem dinheiro, não vai. Mas não é condição suficiente. O Brasil tem um conjunto grande de obstáculos nessa área já bem conhecidos: instabilidade regulatória, agências reguladoras fracas; os projetos têm deficiências. Houve, no ano passado, uma tentativa efetiva de melhorar a qualidade da política macroeconômica e também do ambiente regulatório, com a premissa de que o papel do BNDES poderia ser menor. Se

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Para Claudio Frischtak, da consultoria Inter.B, não há garantias de que as concessões vão decolar no País com a volta dos financiamentos do BNDES. A seguir, os principais trechos da entrevista.

Como o sr. vê o BNDES novamente ampliando a participação nas concessões?

Financiamento é uma condição necessária. Sem dinheiro, não vai. Mas não é condição suficiente. O Brasil tem um conjunto grande de obstáculos nessa área já bem conhecidos: instabilidade regulatória, agências reguladoras fracas; os projetos têm deficiências. Houve, no ano passado, uma tentativa efetiva de melhorar a qualidade da política macroeconômica e também do ambiente regulatório, com a premissa de que o papel do BNDES poderia ser menor. Se o governo voltar atrás e priorizar a questão do crédito, será um erro.

Por quê?

Porque fica a ideia de que vai compensar os riscos macroeconômico, regulatório, de planejamento – todos que conhecemos – por subsídio ao investimento, via TJLP e FI-FGTS.

Mas a volta do BNDES ajuda o programa de concessões?

Para dar uma resposta equilibrada: pode até funcionar, mas numa escala menor do que antes. Hoje, há um prêmio de risco adicional, que não havia antes: o risco BNDES. Não estou nem julgando se o banco fez correto ou não, mas a verdade é que empresas que entraram nos leilões tomaram empréstimo-ponte com o banco e depois ficaram renegociando. Houve uma percepção de que, digamos assim, o BNDES voltou atrás. Você pode até dizer que o banco refez a avaliação porque a economia mudou e ele viu riscos que não tinha visto antes. Mas a imagem do banco saiu chamuscada. Também estamos vivendo tempos extraordinários. A política econômica sobrevive? O governo sobrevive? Tem muita incerteza no ar, tanto no Brasil quanto global. E mais: se o Tesouro tiver de fazer uma nova transferência para o BNDES garantir as concessões, o mercado vem abaixo. A percepção de risco do País explode. Espero que isso não aconteça.

 

 

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