Mercado
10/11/2009 17h36 | Atualizada em 10/11/2009 22h52
No momento de reativar máquinas e retomar contratos suspensos depois da crise financeira mundial, a indústria de transformação e as empresas prestadoras de serviços esbarram em nova dificuldade, desta vez, de encontrar uma série de profissionais que voltam a se tornar escassos no mercado de trabalho. A falta de mão de obra, que já era uma constante na construção civil, agora, afeta áreas sensíveis das fábricas, a exemplo da produção de equipamentos industriais, de alimentos, desenvolvimento de produtos e programas tão necessários de redução de custos. No varejo, até mesmo para preencher cargos essenciais à reposição de estoques e operação de ca
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No momento de reativar máquinas e retomar contratos suspensos depois da crise financeira mundial, a indústria de transformação e as empresas prestadoras de serviços esbarram em nova dificuldade, desta vez, de encontrar uma série de profissionais que voltam a se tornar escassos no mercado de trabalho. A falta de mão de obra, que já era uma constante na construção civil, agora, afeta áreas sensíveis das fábricas, a exemplo da produção de equipamentos industriais, de alimentos, desenvolvimento de produtos e programas tão necessários de redução de custos. No varejo, até mesmo para preencher cargos essenciais à reposição de estoques e operação de caixa, os patrões é que estão correndo atrás de candidatos a vagas.
Essa corrida surpreendente pode ser observada em pelo menos 22 funções que as empresas procuram ocupar na Grande Belo Horizonte, de engenheiros de desenvolvimento de produtos, passando por soldadores a padeiros e confeiteiros, conforme levantamento feito pelo Estado de Minas na semana passada. Foram ouvidas três empresas especializadas no recrutamento de mão de obra – grupo Selpe, PrestaRH e agências de BH do Sistema Nacional de Emprego (Sine) –, os sindicatos do Comércio Varejista de Gêneros Alimentícios (Sincovaga) e da Indústria da Panificação (Amipão) e duas empresas que contratam diretamente seus trabalhadores, a Delp Engenharia, fabricante de bens de capital, e a Vale.
Há casos de 20 vagas em aberto em uma única empresa, como a Delp, de Contagem, na Grande BH, mas nem sempre o problema está na quantidade de postos de trabalho sobrando. Existem oportunidades abertas há cinco meses que as empresas não conseguem preencher. Salários baixos podem ser uma explicação a mais, na visão dos candidatos. Robson Barbosa, gerente de projetos do grupo Selpe, diz que boa parte dessas vagas requer gente altamente especializada. “São profissionais raros e nesses casos há, de fato, a possibilidade de um apagão de mão de obra”, afirma.
O médico do trabalho é um desses profissionais procurados como agulhas no palheiro. A dificuldade se reflete nos salários oferecidos que chegam a R$ 6 mil para jornadas de trabalho de quatro horas. A Associação Mineira de Medicina do Trabalho confirma que houve enxugamento dos cursos de formação superior na área, ao mesmo tempo que cresceram, nos últimos cinco anos, as exigências legais feitas às empresas para cuidarem da saúde de seus trabalhadores. Até então, a especialidade era uma segunda opção para muitos médicos quando se aceitava o perfil de um profissional confinado no escritório apenas avaliando o trabalhador, lembra o presidente da instituição, Vinício Cavalcanti Moreira. “ O perfil do profissional mudou muito. Ele tem de estar atualizado do ponto de vista da gestão dos serviços de saúde e atuar para melhorar o ambiente de trabalho nas empresas”, afirma.
O reaquecimento da economia a um ritmo maior que a oferta de trabalhadores é outra explicação. Os supermercados, hipermercados e sacolões precisam de mais de 1 mil profissionais para atender ao crescimento do número de lojas, estima Airton Gomes Salim, presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Gêneros Alimentícios (Sincovaga) de BH. Ante o descompasso de vagas oferecidas e candidatos à ocupá-las, a instituição firmou convênio com a Secretaria de estado de Desenvolvimento Social para treinamento de pessoal num supermercado escola montado para atender ao programa. A primeira turma a se formar em dezembro deverá ser de 300 repositores de lojas, operadores de caixa, gerentes, entre outras ocupações. “Sentimos essa dificuldade de encontrar mão de obra neste ano. Os profissionais capacitados, sem dúvida, conseguirão trabalho”, diz Airton Salim.
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