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Empresas de engenharia avançam no exterior

Jornal DCI

10/02/2010 11h12 | Atualizada em 10/02/2010 13h28


SÃO PAULO - Empresas de brasileiras de engenharia ganham força no exterior e começam a dar um salto em novos negócios, seguindo o exemplo de grandes players, como Odebrecht, Camargo Corrêa e Andrade Gutierrez, que lideram em projetos fora do País. Um exemplo é a Alusa Engenharia, que está acelerando sua expansão na América Latina e na América Central, com projetos na área de energia na Argentina, no Chile, no Peru e na Costa Rica. Este ano, a empresa espera ampliar de 10% para 25% a participação da receita de obras no exterior e prevê crescer 20% em relação ao faturamento do ano passado (R$ 900 milhões). "Mapeamos alguns países em que vemos mercado e estabilidade e vemos oportunidades de fechar novos negócios no Chile, no Peru, na Costa

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SÃO PAULO - Empresas de brasileiras de engenharia ganham força no exterior e começam a dar um salto em novos negócios, seguindo o exemplo de grandes players, como Odebrecht, Camargo Corrêa e Andrade Gutierrez, que lideram em projetos fora do País. Um exemplo é a Alusa Engenharia, que está acelerando sua expansão na América Latina e na América Central, com projetos na área de energia na Argentina, no Chile, no Peru e na Costa Rica. Este ano, a empresa espera ampliar de 10% para 25% a participação da receita de obras no exterior e prevê crescer 20% em relação ao faturamento do ano passado (R$ 900 milhões). "Mapeamos alguns países em que vemos mercado e estabilidade e vemos oportunidades de fechar novos negócios no Chile, no Peru, na Costa Rica e no Panamá. Já temos alguns projetos em prospecção, para a construção de linhas de transmissão e geração", afirma Guilherme Godoy, vice-presidente da Alusa.

A expertise do grupo na área de energia está impulsionando a internacionalização da empresa, destaca o executivo. Braço de engenharia da Alusa Holding, a Alusa Engenharia atua em projetos de energia, construção civil e óleo e gás. O grupo também atua nos segmentos de transmissão e geração de energia, representados pela Alupar Investimentos, de concessões nestas áreas, e está dividido desta forma há três anos, após ter passado por uma reestruturação. "O mercado brasileiro é enorme, o que fez com que as empresas brasileiras adquirissem experiência, que agrega valor em outros países. Por isso vimos que existia oportunidade de entrar em projetos pioneiros para alguns países da América Latina, mas que já tivéssemos desenvolvido no Brasil. No Peru, eles estão começando a fazer projetos de 500 kV só agora, enquanto nós já fazemos há muito tempo", diz.

A empresa acaba de finalizar obras de ampliação da rede de distribuição de energia na Costa Rica e no Chile que receberam investimentos de US$ 36 milhões e dará início a obras para Sociedad Austral de Electricidad SA (Saesa), Anglo American e Empresa Eléctrica del Norte Grande S.A. (Eldelnor) no Chile, com uma soma de aportes de aproximadamente US$ 70 milhões. Na Argentina, a Alusa também está participando de um consórcio para a construção de uma subestação em San Rafael, cidade localizada na província de Mendoza.

No Brasil, a empresa se consolidou a partir da privatização dos setores de telecomunicações, transmissão e geração de energia no início dos anos 90. "Temos 50 anos de experiência na área de engenharia, especialmente no segmento de distribuição de energia. Com a privatização, entramos forte na área de concessões, que ficou com a Alupar. A construção de linhas de transmissão é uma das áreas em que a Alusa Engenharia mais cresceu nos últimos anos", explica Guilherme Godoy.

No País, atualmente a empresa está envolvida em quatro projetos de Pequenas Centrais Hidroelétricas (PCHs), que devem entrar em operação em 2010 e tiveram investimento de R$ 500 milhões. Duas delas estão nos Municípios de Queluz e Lavrinhas, na fronteira entre os Estados do Rio de Janeiro e de São Paulo, com 30 megawatts (MW) cada uma. Ambas foram construídas para empresas do setor privado.

As duas maiores são Juí Energia e Foz do Rio Claro Energia, no Rio Grande do Sul e em Foz do Rio Claro, com 51 MW e 67 MW, respectivamente, arrematadas pela Alupar em leilões de energia do governo federal. "Queremos crescer na área de geração. Já temos muitos projetos em perspectiva, que serão iniciados assim que as usinas que estão em obras entrarem em operação", afirma o executivo da empresa.

A Alusa também afirma estar focada na conquista de novos contratos na área de óleo e gás, área em que já atua prestando serviços para a Petrobras. "Temos projetos em refinarias e co-geração. Dentro desse segmento, acreditamos que este setor tem muito a oferecer", acredita.

Financiamento
Outro grupo que também está de olho em negócios nos países vizinhos é o Advento, holding que reúne a construtora Serpal, Vecotec (sistemas de climatização), Vox Engenharia e a Temar Tecnologia e que em 2009 faturou R$ 770 milhões e espera chegar a R$ 1 bilhão este ano. "Estamos orçando hospitaispúblicos e privados, prédios corporativos e infraestrutura de aeroportos e portos no Chile, Peru e Colômbia", como afirmou Juan Quirós, presidente do Grupo Advento.

Para dar impulso à expansão, o empresário ressalta que o principal desafio é obter financiamento, e vê oportunidades em projetos de menor porte, como a construção de um aeroporto em La Paz, por exemplo. "Nosso esforço externo será aplicado só em projetos que agreguem experiência e em áreas que não atuamos no Brasil, como infraestrutura de aeroportos e portos. Lá fora, tem aeroportos que não interessam para as grandes multinacionais brasileiras", explica.

O empresário defende ainda a criação de uma forte política pública de exportação de serviços que amplie o universo de empresas beneficiadas. "Hoje apenas cinco grandes construtoras estão tendo apoio financeiro para participar de licitações internacionais. É preciso ter um novo projeto de exportação de serviços, que leve empresas de médio e grande porte a participar juntas de licitações", opina.

Uma das dificuldades apontadas pela Alusa, em 2009, foi a obtenção de financiamento. "Para nós, a crise chegou em capital de giro. Tínhamos os contratos e sentimos dificuldade em captar dinheiro. A alternativa foi apostar em capitalizações com o nosso capital de giro, e por isso, chegamos bem capitalizados em 2010", ressalta. Segundo o executivo, a empresa tem feito investimentos com o próprio capital de giro, sem financiamento público.

Nos últimos sete anos, os valores liberados para aumentar a competitividade das companhias nacionais nas grandes licitações da região deram um salto no Brasil. Só o BNDES, por exemplo, que elevou a liberação de US$ 42 milhões em 2002 para US$ 1,26 bilhão em 2009.

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