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DCI
16/07/2013 10h23
Depois de crescer ininterruptamente entre 2007 e 2011, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia Estatística (IBGE), o setor de construção civil vem enfrentando um novo cenário no País: o de redução dos custos. Para driblar a alta no preço da construção, a escassez de terreno e a redução do crédito para pessoa física, empresas apostam em construções com rentabilidade mais alta, como condomínios que mesclam empreendimentos residenciais e lojas.
Segundo dados da Cushman & Wakefield, só em São Paulo, os empreendimentos mistos deverão crescer 260% entre 2011 e 2015, somando 877,1 mil metros quadrados. "Há duas questões importantes para essa acentuação, a primeira é a mobilidade urbana, a outra é redução de custos da empr
...Depois de crescer ininterruptamente entre 2007 e 2011, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia Estatística (IBGE), o setor de construção civil vem enfrentando um novo cenário no País: o de redução dos custos. Para driblar a alta no preço da construção, a escassez de terreno e a redução do crédito para pessoa física, empresas apostam em construções com rentabilidade mais alta, como condomínios que mesclam empreendimentos residenciais e lojas.
Segundo dados da Cushman & Wakefield, só em São Paulo, os empreendimentos mistos deverão crescer 260% entre 2011 e 2015, somando 877,1 mil metros quadrados. "Há duas questões importantes para essa acentuação, a primeira é a mobilidade urbana, a outra é redução de custos da empresa. Hoje é mais fácil apostar num terreno mais amplo e erguer empreendimentos para diversos públicos num lugar só, do que segmentar e começar várias obras", explicou Arnaldo Ramos, professor de engenharia da Universidade Federal do Paraná (UFPR).
Os números da consultoria apontam que a maior parte dos lançamentos em São Paulo estará na região da Berrini, mas esse perfil deverá mudar nos próximos dois anos. "Mesmo com revisão do plano diretor e aumento da capacidade de terrenos em São Paulo haverá mais dificuldade em concentração de empreendimentos deste porte em locais como Berrini e Faria Lima, essa mudança levará as obras para regiões mais afastadas, como o entorno do rodoanel e onde passará o Trem de Alta Velocidade [TAV]", disse Jorge Ferreira, arquiteto e consultor da Paes Engenharia e Arquitetura.
O engenheiro explica ainda que o incremento das franquias atrai novos empresários, já que possui investimento mais baixo e retorno provável. "As franquias de serviços, são a maior aposta", diz.
Foi de olho neste mercado que a construtora MBigucci ampliou aportes em empreendimentos que contem com torres residenciais e lojas para atração de franquias. Exemplo disso, o Marco Zero, em São Bernardo, conta com uma espécie de boulevard, de olho em empresários interessados em abrir franquias.
Segundo o diretor de marketing e locação da MBigucci, Marcelo Bigucci, o Marco Zero São Bernardo prevê um público circulante de 4 mil pessoas. "A localização, entre as Avenidas Kennedy e Senador Vergueiro, é privilegiada", comentou.
Além do Boulevard, que ficará no térreo, o empreendimento misto também abrigará uma torre com lofts e salas comerciais e outras torres com apartamentos residenciais. "A estrutura que será oferecida tem despertado o interesse de franquias variadas, como cafés, pet shop, lavanderia e bancos", completou Bigucci.
A busca por empreendimentos localizados dentro de condomínios também é uma tendência. Segundo o sócio-diretor da Franchising e Expansão de Negócios (Francap), André Friedheim, que também dirige a Associação Brasileira de Franquias (ABF), os franqueadores estão buscando cada vez mais pontos comerciais alternativos. "O shopping traz fluxo, mas é caro. A rua, tem a questão da insegurança. Os empreendimentos mistos são uma alternativa bem interessante, que equacionam o custo e o benefício, oferecendo segurança, estacionamento e outras estruturas; e quanto ao fluxo, acaba pegando a população fixa moradores", explica Friedheim.
Outro empreendimento nesse porte, é o Boulevard Londrina Shopping, que começou a ser inaugurado no último mês. Dentro do complexo Marco Zero, na zona leste de Londrina, o espaço recebeu aportes de R$ 320 milhões.
A loja que conta com 216 lojas já foi toda comercializada, segundo o superintendente do empreendimento, Fábio Segura. Assinado pela Sonae Sierra o empreendimento é o primeiro na Região Sul do Brasil. De acordo com o CEO da incorporadora, José Baeta Tomas, a escolha foi motivada pela localização e potencial do município. "Londrina é uma espécie de fronteira entre o Paraná e São Paulo, tem diversas cidades próximas. Com toda esta dimensão, consideramos o local ideal para um investimento deste porte", disse ele no lançamento do shopping.
Além do shopping, o espaço do Marco Zero também conta com 16 torres comerciais, que começaram a ser vendidas este mês com previsão de entrega em pouco mais de três anos. O local terá um teatro, também em fase de obras. No final do ano passado, a Leroy Merlin abriu as portas no local. As próximas novidades, previstas para serem entregues em cinco meses, serão o hotel da rede Ibis e o boulevard de 700 metros no espaço.
Já a construtora Rotta Ely lançou o seu primeiro empreendimento de 2013: o mix used Murano, no bairro Cristal, em Porto Alegre. O empreendimento conta com uma torre comercial e outra residencial, e é um dos primeiros em Porto Alegre. "Estamos muito orgulhosos por sermos uma das primeiras construtoras a acreditar nesta área", diz Pedro Rotta Ely.
Além das duas torres, o Murano ainda terá um espaço de lojas. Em um terreno de seis mil metros quadrados com três frentes, localizado na Avenida Icaraí, 1.717, perto do Jockey Clube, o Murano será de fácil acesso e terá uma vista incrível do rio Guaíba. "Nos próximos anos este quarteirão será um dos mais valorizados da cidade", explicou o diretor de incorporações, novos negócios e obras, Tiago Rotta Ely. "Além da proximidade com o rio, será um quarteirão com imóveis de alto padrão, do lado de um shopping e com grandes avenidas de acesso", disse.
Antonio Setin, presidente da incorporadora Setin é um dos empresários que vem apostando nesse segmento. Este mês o executivo lançou, em parceria com a Accor, o Mondial São Bernardo, no ABC paulista. O complexo também de uso misto e contará, além de três hotéis, com uma torre residencial, e uma comercial.
A obra, que tem previsão de inauguração até 2016 teve aportes de R$ 230 milhões, e fica atrás do Shopping Metrópole, também da Sonae Sierra. "Esta é uma tendência no mercado de construção. As empresas buscam alternativas para abranger públicos diferentes dentro de um mesmo espaço", disse Setin.
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