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Folha de São Paulo
14/05/2015 15h25
O empresário Ricardo Pessoa, dono da UTC e da Constran, acertou nesta quarta-feira (13) um acordo de delação com a Procuradoria-Geral da República em Brasília, segundo três profissionais envolvidos nas negociações.
Apontado como líder do cartel de empreiteiras associado ao esquema de corrupção na Petrobras, Pessoa prometeu revelar o que sabe sobre o pagamento de propina para obter contratos na estatal e em outras empresas controladas pelo governo federal.
Ele também se comprometeu a pagar multa de R$ 50 milhões, a segunda mais alta entre os delatores da Operação Lava Jato. O maior valor foi pago por um ex-gerente da Petrobras, Pedro Barusco, de US$ 97 milhões, o equivalente a R$ 295 milhões.
Nas negociações para a
...O empresário Ricardo Pessoa, dono da UTC e da Constran, acertou nesta quarta-feira (13) um acordo de delação com a Procuradoria-Geral da República em Brasília, segundo três profissionais envolvidos nas negociações.
Apontado como líder do cartel de empreiteiras associado ao esquema de corrupção na Petrobras, Pessoa prometeu revelar o que sabe sobre o pagamento de propina para obter contratos na estatal e em outras empresas controladas pelo governo federal.
Ele também se comprometeu a pagar multa de R$ 50 milhões, a segunda mais alta entre os delatores da Operação Lava Jato. O maior valor foi pago por um ex-gerente da Petrobras, Pedro Barusco, de US$ 97 milhões, o equivalente a R$ 295 milhões.
Nas negociações para a delação, Pessoa disse que doou R$ 7,5 milhões à campanha da presidente Dilma Rousseff à reeleição por temer ser prejudicado em seus contratos com a Petrobras se não colaborasse com os petistas, como aFolha revelou sábado.
Segundo Pessoa, a contribuição foi negociada com o tesoureiro da campanha de Dilma, Edinho Silva, hoje o ministro-chefe da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República.
A ligação com a campanha de Dilma é o fato mais comprometedor para a presidente que apareceu até agora nas investigações da Operação Lava Jato. Edinho e o PT afirmam que todas as doações recebidas pelo partido foram feitas de acordo com a legislação eleitoral (leia abaixo).
Ricardo Pessoa também citou o ex-ministro e senador Edison Lobão (PMDB-MA) como beneficiário de propina na época em que era o titular do Ministério de Minas e Energia, no primeiro governo de Dilma Rousseff (2011-2014).
O empresário disse aos procuradores que Lobão recebeu R$ 1 milhão para não criar dificuldades na obra da usina nuclear de Angra 3. A usina é feita pela Eletronuclear, estatal subordinada ao ministério que Lobão comandava.
A UTC conquistou um dos contratos da usina nuclear, obra estimada em R$ 2,9 bilhões, em consórcio com Odebrecht, Camargo Corrêa e Andrade Gutierrez, também investigadas pela Lava Jato.
PRISÃO
Pessoa ficou preso de 14 de novembro a 29 de abril, quando o Supremo Tribunal Federal o soltou da cadeia e transferiu para prisão domiciliar com tornozeleira eletrônica.
Pessoa e outros dois executivos da Camargo Corrêa que fizeram acordo de delação foram os primeiros investigados a apontar que essa prática de suborno também ocorria em outras empresas públicas que tinham obras tocadas pelas empreiteiras investigadas pela Lava Jato.
O acordo com Pessoa foi fechado em Brasília porque fracassaram as negociações que ele iniciara em janeiro com os procuradores que conduzem as investigações no Paraná, e o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, decidiu então fazer outra tentativa.
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