P U B L I C I D A D E

ABRIR
FECHAR
Mercado
Voltar

Mercado

Desastres naturais serão mais frequentes

Segundo pesquisador do INPE, aquecimento global vai ampliar ocorrência de fenômenos extremos

Jornal do Comércio

12/04/2010 14h52 | Atualizada em 12/04/2010 17h53


A ocorrência de desastres na-turais causados por fenômenos extremos do clima vai se tornar cada vez mais frequente nas próximas décadas. A razão para isso são as mudanças climáticas, que têm gerado o chamado aquecimento global.

Quem afirma isso é o pesquisador Carlos Nobre, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). "Chuvas intensas, secas prolongadas, ventanias, ressacas, todo esse lado mais extremo do clima vai aparecer mais vezes e com mais severidade daqui para frente. Em algumas partes do mundo já está acontecendo. Então temos que nos preparar", alerta o doutor em Meteorologia.

Em visita a Porto Alegre na semana passada, Nobre fez previsões pouco otimistas sobre a conscientização da sociedade a respeito do

...

A ocorrência de desastres na-turais causados por fenômenos extremos do clima vai se tornar cada vez mais frequente nas próximas décadas. A razão para isso são as mudanças climáticas, que têm gerado o chamado aquecimento global.

Quem afirma isso é o pesquisador Carlos Nobre, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). "Chuvas intensas, secas prolongadas, ventanias, ressacas, todo esse lado mais extremo do clima vai aparecer mais vezes e com mais severidade daqui para frente. Em algumas partes do mundo já está acontecendo. Então temos que nos preparar", alerta o doutor em Meteorologia.

Em visita a Porto Alegre na semana passada, Nobre fez previsões pouco otimistas sobre a conscientização da sociedade a respeito do problema. "Infelizmente, essa preocupação ain-da não se traduziu em uma nova atitude. Estamos preocupados, mas não fazemos nada. A emissão dos gases que provocam o aquecimento global continua aumentando", destaca.

Ele alerta que é preciso combater a causa principal. "A diminuição do risco futuro só pode ser atingida com uma grande e rápida redução das emissões de gases globalmente. Não adianta um país só, uma cidade só ou apenas uma comunidade reduzir. Tem que ser uma ação global." Por outro lado, como uma grande dose de mudanças climáticas já se tornou inevitável na escala de anos, décadas e até um século, a sociedade tem que se preparar.

"Devemos nos adaptar a isso e não é só na questão dos desastres naturais que provocam mortos e feridos. É na agricultura, no uso dos recursos da água, na geração de energia, no aumento do nível do mar nas cidades costeiras e em toda a faixa litorânea. Em praticamente todas as atividades humanas que tenham uma grande exposição ao clima", acredita.

Nobre garante que a previsão de fenômenos extremos no Brasil tem melhorado muito nos últimos anos. "O Inpe prevê rotineiramente a evolução do tempo no País com até sete dias de antecedência, inclusive de episódios de chuva intensa, como a do Rio de Janeiro. No domingo anterior, a previsão era de que haveria grandes acumulações de chuva no estado."

Segundo ele, episódios como os ocorridos em Santa Catarina (novembro de 2008), Angra dos Reis (janeiro de 2010) e neste mês em cidades do Rio de Janeiro podem ser considerados sinais claros de que o País ainda é subdesenvolvido. "Dentro do Brasil há muita pobreza e um desastre natural traz essa pobreza à superfície, que, nesses casos, são as ocupações em áreas de risco", destaca.

Esta situação é consequência do processo caótico de urbanização registrado nos últimos 50 anos, pondera o pesquisador. "A pobreza brasileira foi empurrada para morar sempre nesses pontos das periferias, nos morros das grandes cidades, em planícies de inundação de rios. Então toda vez que há um fenômeno climático intenso ocorrem até mais desastres humanos do que naturais."

Mas a remoção dessas famílias de baixa renda não é tarefa fácil. "As áreas de risco, muitas vezes, são próximas de onde essas pessoas traba-lham. E elas não querem ser jogadas para dezenas de quilômetros de distância e ter um transporte complexo para chegar ao trabalho", analisa Nobre.

Para enfrentar o problema, o especialista sugere uma reflexão sobre o uso do solo urbano nas periferias das grandes cidades. "Porque a tendência é de que os fenômenos climáticos se intensifiquem nas próximas décadas", alerta.

P U B L I C I D A D E

ABRIR
FECHAR

Av. Francisco Matarazzo, 404 Cj. 701/703 Água Branca - CEP 05001-000 São Paulo/SP

Telefone (11) 3662-4159

© Sobratema. A reprodução do conteúdo total ou parcial é autorizada, desde que citada a fonte. Política de privacidade