Diário do Comércio
23/09/2022 11h05 | Atualizada em 28/09/2022 15h58
O risco de uma recessão econômica global, aliada à crise energética na Europa e problemas enfrentados na China – como os constantes lockdowns e a crise do setor imobiliário -, está interferindo nos resultados da siderurgia.
A menor demanda tem prejudicado as empresas siderúrgicas que já apresentam resultados menores. Especialistas de mercado ressaltam que a tendência para os próximos meses é de um cenário negativo frente ao ano passado para o setor siderúrgico.
O analista da Mirae Asset, Pedro Galdi, explica que o cenário para a siderurgia segue desafiador para as empresas não só no Brasil, mas tamb&eacu
...O risco de uma recessão econômica global, aliada à crise energética na Europa e problemas enfrentados na China – como os constantes lockdowns e a crise do setor imobiliário -, está interferindo nos resultados da siderurgia.
A menor demanda tem prejudicado as empresas siderúrgicas que já apresentam resultados menores. Especialistas de mercado ressaltam que a tendência para os próximos meses é de um cenário negativo frente ao ano passado para o setor siderúrgico.
O analista da Mirae Asset, Pedro Galdi, explica que o cenário para a siderurgia segue desafiador para as empresas não só no Brasil, mas também no mundo. Por isso, não é esperado um bom resultado no terceiro trimestre de 2022 e nem neste último semestre.
O cenário negativo vivido pelo setor da siderurgia tem como uma das influências a desaceleração nas principais economias do mundo. “A crise na China, na Europa e o risco de recessão nos Estados Unidos estão interferindo de forma negativa nos resultados das empresas”.
Além das questões econômicas, a crise energética na Europa também é um gargalo que vai prejudicar o desempenho.
“A crise de energia já leva algumas siderúrgicas a parar produção. A ArcelorMittal, por exemplo, anunciou corte na Europa. Isto poderia estimular as exportações de aço brasileiro, mas o Brasil não é competitivo em exportações. Então fica muito preso ao mercado doméstico”.
Com todo o cenário desfavorável, Galdi explica que o terceiro trimestre de 2022 já está terminando e o Instituto Aço Brasil deve rever a projeção de produção e vendas.
“Acredito que as projeções tendem a ser revistas para o negativo. Não esperamos resultados expressivos para o setor da siderurgia no segundo semestre deste ano. Dentre as siderúrgicas, a que vem melhor é a Gerdau. O preço das ações deve continuar sofrendo”, explicou.
No segundo trimestre de 2022, o lucro líquido ajustado da Gerdau atingiu R$ 4,3 bilhões, um recorde histórico para o período e representando um aumento de 28% na comparação anual. A receita líquida da companhia totalizou R$ 23 bilhões entre abril e junho, uma alta de 9% sobre igual período do ano anterior, com as vendas físicas de aço alcançando 3,2 milhões de toneladas.
Já a Usinas Siderúrgicas de Minas Gerais (Usiminas) registrou lucro líquido de R$ 1,06 bilhão no segundo trimestre de 2022, queda de 77%. Em relação aos três meses anteriores (R$ 1,26 bilhão), o recuo foi de 16%.
A CSN também apresentou queda nos resultados. O lucro líquido caiu 67% no segundo trimestre, para R$ 825,7 milhões. A receita líquida da companhia ficou em R$ 2,68 bilhões, queda de 65% contra um ano antes.
Diante dos resultados da siderurgia até o segundo trimestre deste ano e do cenário global, os analistas da equipe da Terra Investimentos Régis Chinchila e Luis Novaes apostam em mais um semestre fraco para o setor siderúrgico.
“Mais um semestre fraco é projetado para o setor, considerando toda a incerteza sobre a economia chinesa que pressiona a demanda por produtos metálicos, mesmo com o guidance mantido por algumas empresas do setor, como a CSN. Além de todas as dificuldades operacionais vistas no primeiro semestre, como os problemas da Usiminas em Ipatinga, que devem continuar impactando o setor”.
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