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Crise política pode afetar programas sociais e a retomada de fabricantes

O setor projeta estabilidade do faturamento em 2017, mas o risco de contingenciamento em projetos como Minha Casa Minha Vida pode adiar a recuperação da indústria de materiais

DCI

01/06/2017 08h36 | Atualizada em 01/06/2017 13h14


A crise política pode ser um risco para a retomada da indústria de materiais de construção, que se apoiava em programas do governo para evitar um novo tombo neste ano. O setor prevê estabilidade do faturamento para 2017, mas os números estão sob revisão.

"Sem dúvidas, a atual crise política é um risco para a recuperação do setor, mas ainda é cedo para mensurar as consequências para os fabricantes", afirmou ao DCI o presidente da Associação Brasileira da Indústria de Materiais de Construção (Abramat), Walter Cover.

Segundo o dirigente, os desdobramentos do caso envolvendo a denúncia contra o presidente Michel Temer afetam o nível de confiança tanto dos empresários quanto dos consumidores.

"O mercado estava um pouco

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A crise política pode ser um risco para a retomada da indústria de materiais de construção, que se apoiava em programas do governo para evitar um novo tombo neste ano. O setor prevê estabilidade do faturamento para 2017, mas os números estão sob revisão.

"Sem dúvidas, a atual crise política é um risco para a recuperação do setor, mas ainda é cedo para mensurar as consequências para os fabricantes", afirmou ao DCI o presidente da Associação Brasileira da Indústria de Materiais de Construção (Abramat), Walter Cover.

Segundo o dirigente, os desdobramentos do caso envolvendo a denúncia contra o presidente Michel Temer afetam o nível de confiança tanto dos empresários quanto dos consumidores.

"O mercado estava um pouco mais animado no começo do ano, mas ao perceber que a crise pode voltar a se aprofundar, o consumidor deve repensar se vai investir em uma reforma", destaca.

Para o professor de finanças do Ibmec/DF, Marcos Melo, a atual crise pode restringir os desembolsos de programas sociais. "A tendência é que haja um contingenciamento dos recursos, já que enfrentamos ainda um forte déficit fiscal", explica.

Ele destaca, entretanto, que a cadeia da construção civil é bastante extensa e diversificada, o que acaba impulsionando a economia como um todo. "Por isso o governo federal tende a investir no setor, porque estimula mão de obra pouco qualificada e altamente qualificada, como por exemplo a própria indústria de materiais de construção", pontua.

Cover acredita que, no que depender do Executivo, a agenda está mantida. "A minha percepção é que o governo vai tentar manter os compromissos", avalia. Porém, o dirigente admite que é difícil prever como serão conduzidos os desembolsos para programas como o Minha Casa Minha Vida, por exemplo. Segundo ele, de janeiro a março o governo contratou apenas 10% do previsto.

"A execução do Minha Casa Minha Vida está um pouco abaixo do esperado. Pode ser que no final do ano não seja possível recuperar o cronograma", observa. O programa já chegou a representar 7% do faturamento da indústria e, atualmente, prevê a contratação de 620 mil moradias.

Melo salienta que a velocidade dos desembolsos de programas sociais está aquém do esperado. "Os problemas de caixa do governo federal têm atrapalhado a liberação de recursos", complementa.

Já o cartão Construcard - cujo desembolso previsto pelo governo federal é de R$ 7 bilhões - não está impulsionando o setor conforme o previsto. "Temos conversado com a Caixa [Econômica Federal] permanentemente para solucionar a questão dos juros do cartão, que hoje são de 3% ao mês", informa Cover.

Ele ressalta que o Construcard já chegou a financiar mais de R$ 6 bilhões por ano. "Quem usa o cartão acaba gastando ainda mais, alavancando as vendas no varejo, que hoje representam 55% do faturamento da indústria", conta. "Mas com esses juros fica difícil", complementa Cover.

Termômetro

Levantamento da Abramat mostra que houve um aumento no pessimismo do empresariado em relação às ações do governo federal que visam promover o crescimento do setor.

A sondagem de maio entre os fabricantes de material de construção indica que 30% das empresas estão pessimistas, enquanto que apenas 18% apresentam otimismo. Em abril, 31% dos empresários estavam otimistas.

"É provável que a agenda que depende do Congresso sofra um atraso e isso pode continuar afetando negativamente a confiança do empresário e do consumidor", diz Cover.

A Abramat também divulgou a pretensão de investimentos no médio prazo. Em maio, 52% dos fabricantes afirmaram que pretendem investir nos próximos 12 meses. Houve queda em relação a abril, quando 54% das empresas previam investir. Um ano atrás, 50% pretendiam realizar investimentos. Historicamente, essa média é de 70%.

"Ainda mantemos a previsão de estabilidade da indústria no ano, mas estamos revisando os números. Sem dúvida teremos um atraso na recuperação do setor", avalia Cover.

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