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Construtoras dos EUA adaptam imóveis ao comprador global

Apartamentos com grandes varandas são preferidos pelos latino-americanos

The Wall Street Journal

22/04/2013 11h21


No Marquis Residences, um edifício de luxo no centro de Miami, nos Estados Unidos, a decoração de um apartamento em exibição tinha detalhes em madeira e móveis criados por um designer de alto nível da Califórnia. Ainda assim, as vendas das unidades de dois quartos estavam lentas. "Achei maravilhoso", disse Lori Ordover, uma consultora de imóveis de Nova York. "Mas ele não dizia nada ao comprador."

No ano passado, o designer brasileiro Paulo Bacchi, da Artefacto, foi contratado para desenvolver um novo visual. Agora, o apartamento tem sofás de couro branco, piso de cerâmica de arenito e outros mobiliários contemporâneos. Bacchi também colocou o projeto no site da sua empresa. Quinze apartamentos foram vendidos no primeiro mês após

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No Marquis Residences, um edifício de luxo no centro de Miami, nos Estados Unidos, a decoração de um apartamento em exibição tinha detalhes em madeira e móveis criados por um designer de alto nível da Califórnia. Ainda assim, as vendas das unidades de dois quartos estavam lentas. "Achei maravilhoso", disse Lori Ordover, uma consultora de imóveis de Nova York. "Mas ele não dizia nada ao comprador."

No ano passado, o designer brasileiro Paulo Bacchi, da Artefacto, foi contratado para desenvolver um novo visual. Agora, o apartamento tem sofás de couro branco, piso de cerâmica de arenito e outros mobiliários contemporâneos. Bacchi também colocou o projeto no site da sua empresa. Quinze apartamentos foram vendidos no primeiro mês após a mudança. Hoje, apenas uma das 306 unidades ainda está disponível para venda cerca de 30% dos compradores são brasileiros.

As construtoras americanas estão cada vez mais desenvolvendo projetos para um público global. Novas casas e edifícios agora têm cozinhas com fogões próprios para os "woks", panela típica da Ásia, para atrair compradores da região. Alguns imóveis têm banheiras em estilo europeu e bidês para atender à preferência dos ocidentais. Têm ainda amplas varandas inspiradas em residências da América Latina, que podem acomodar famílias para jantar ou jogar.

"Posso olhar para um apartamento ou casa e praticamente descobrir a nacionalidade dos compradores", diz Mark Zilbert, diretor-presidente da Zilbert International Realty, de Miami. "Se isso é deliberado ou não, [os construtores] estão colocando inúmeras características para agradar a todos os gostos."

Em 2012, os estrangeiros gastaram US$ 82,5 bilhões no mercado imobiliário americano acima dos US$ 53,4 bilhões em 2010, de acordo com a Associação Nacional dos Corretores de Imóveis. Em média, eles gastam US$ 400.000 por imóvel, duas vezes mais que um comprador americano típico.

Na Flórida, 26% de todas as vendas de 2012 foram para compradores do exterior. Foi o Estado com o maior número de compradores estrangeiros, segundo a associação. Em Miami, cerca de 60% dos compradores do ano passado foram de fora dos EUA, segundo a Associação de Corretores de Imóveis do Estado. Em Nova York, o avaliador de imóveis Jonathan Miller estima que um terço das vendas de condomínios e casas em 2012 foram para estrangeiros. Nos prédios novos, esse número chega a 50%.

Para vender o Baccarat Residences, um edifício de vidro de 50 andares que está sendo construído no centro de Manhattan, um apartamento do showroom tem materiais surpreendentes, como paredes com ziricote, um tipo nobre de madeira usado em instrumentos musicais, e paredes esculpidas em bronze craquelado com detalhes em vidro. Cada apartamento terá, por exemplo, uma peça de cristal Baccarat personalizada. E os armários da cozinha serão mais altos do que se costuma usar nos EUA, para seguir o estilo europeu. O edifício, que deve ser concluído no próximo ano, terá 61 apartamentos, com preços variando entre US$ 3,5 milhões e US$ 60 milhões.

"Os americanos são muito mais conservadores", diz Tony Ingrao, designer responsável pelo interior do empreendimento. "Há quase um gosto global emergente."

Em Miami, os vendedores do condomínio Vizcayne, na Baía Biscayne, criaram apartamentos para exposição decorados por designers de diferentes países Venezuela, Brasil, Espanha, Colômbia e EUA. "Os colombianos podem gostar de um estilo contemporâneo moderno, enquanto os brasileiros podem preferir um contemporâneo mais conservador", diz Philip J. Spiegelman, responsável pelomarketing do empreendimento.

Antes da criação dos modelos internacionais, dos 849 apartamentos à venda, 653 estavam disponíveis. Hoje, restam 150, com preços entre US$ 300.000 e US$ 2,2 milhões. A maioria dos compradores é do Brasil, da Argentina e da Venezuela.

A brasileira Natalie Brabner, uma personal trainer de 38 anos, pagou recentemente US$ 1,8 milhão por um apartamento de três quartos do condomínio Echo Aventura, próximo a Miami, que conta com ampla varanda e cozinha externa. "Os brasileiros amam passar a tarde com amigos em um churrasco", diz. O quarto de empregada no apartamento também foi um atrativo."

Em Irvien, na Califórnia, o condomínio Lambert Ranc foi construído pensando nos asiáticos. Uma cerimônia seguindo os princípios do feng shui foi realizada no local antes das obras começarem. O planejamento dos andares também seguiu o feng shui: as escadas, por exemplo, não ficam na direção da porta de entrada, para permitir uma melhor circulação da energia. Até agora, cerca de 65% dos compradores são de descendência asiática, muitos da China. Os preços variam entre US$ 900.000 e US$ 1,5 milhão.

O tamanho também importa. Em Nova York, alguns compradores russos muito ricos se associam a construtores antes de as obras começarem para garantir grandes apartamentos em locais de primeira linha, diz Edward Mermelstein, advogado que trabalha principalmente com compradores da Rússia e do leste europeu. "O capital estrangeiro permite que esses projetos avancem muito mais rápido que o normal."

 

 

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