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Brasil Econômico
29/08/2012 09h53 | Atualizada em 29/08/2012 15h57
Após dois anos colaborando para o crescimento econômico, o setor de construção civil dá sinais de estar entrando numa fase de exaustão, com desaceleração da atividade, queda do nível de emprego e retração das expectativas de negócios para os próximos seis meses. Em 2010, a atividade do setor cresceu 11,6% e, em 2011, 3,6%.
Com essa inversão, o segmento mais afetado é o de habitações populares, espremido entre o incremento nos custos de produção e o congelamento dos valores pagos pelas unidades construídas no bojo do programa Minha Casa Minha Vida.
"A construção começa a sentir os efeitos da desaceleração que atinge o país", diz o economista Danilo César Cascal
...Após dois anos colaborando para o crescimento econômico, o setor de construção civil dá sinais de estar entrando numa fase de exaustão, com desaceleração da atividade, queda do nível de emprego e retração das expectativas de negócios para os próximos seis meses. Em 2010, a atividade do setor cresceu 11,6% e, em 2011, 3,6%.
Com essa inversão, o segmento mais afetado é o de habitações populares, espremido entre o incremento nos custos de produção e o congelamento dos valores pagos pelas unidades construídas no bojo do programa Minha Casa Minha Vida.
"A construção começa a sentir os efeitos da desaceleração que atinge o país", diz o economista Danilo César Cascaldi Garcia, analista da Confederação Nacional da Indústria (CNI), cuja sondagem mostrou que em julho a atividade do setor ficou abaixo do usual pelo terceiro mês consecutivo.
O levantamento é feito por um indicador que varia de 0 a 100. Se o número fica abaixo de 50, aponta atividade abaixo do esperado.
Em maio (46,4), junho (45,3) e julho (45,5), as medições ficaram bem abaixo da média registrada em 2010 (54,4) e em 2011 (49). Neste ano, a média das apurações foi de 47,8. "O otimismo vem caindo desde o início do ano."
Para o segundo semestre, as expectativas dos empresários ficaram acima da linha de pessimismo (59,4), mas estão em trajetória consistente de queda desde março.
Nos últimos três meses, o indicador ficou em 58,9 (maio), 57,9 (junho) e 56,3 (julho), indicando uma proporção menor de entrevistados com perspectivas positivas.
O estudo também revelou redução no número de empregados pelo segundo mês consecutivo - o indicador da sondagem ficou abaixo de 50 em junho (47,8) e julho (48,2), o que indica queda no contingente em relação ao mês anterior.
E a expectativa de contratação está menos disseminada: marcava 60,8 pontos em fevereiro e, agora, está em 55,7. Portanto, menos empresários ainda pensam em contratar.
"Eles começaram a rever os planos de investimento e de contratação."
O arrefecimento do setor não foi fato isolado, destaca Luiz Fernando Melo Mendes, economista da Câmara Brasileira da Indústria de Construção Civil (CBIC). "A desaceleração está acontecendo de forma generalizada.
O que acontece é que a construção civil tem ciclo mais longo do que a indústria de transformação e, por isso, demora mais para refletir o ritmo da atividade." O número de lançamentos está caindo, afirma Mendes, mas o que está se produzindo já foi vendido meses atrás.
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